
- O primeiro quarto foi muito fraco. Em toda a minha história na seleção brasileira, nucna aconteceu de fazermos só quatro pontos em um período. Mas isso não pode tirar a gente do sério. Sei que o público fica irritado, mas nós precisamos ter essa fortaleza mental. Foi um jogo atípico, ninguém estava com aquele pontinho a mais de confiança. Mas acontece, o importante é que vencemos - avaliou o armador Marcelinho Huertas, que cometeu duas faltas no quarto inicial e deu lugar a Raulzinho, quando a produção do time caiu.
Ainda assim, Huertas foi um dos melhores brasileiros em quadra, com 13 pontos e oito assistências. Tiago Splitter foi o cestinha, com 21 pontos e seis rebotes. Os maiores pontuadores da Grã-Bretanha foram Pops Mensah-Bonsu e Nate Reinking, com 13, seguidos por Luol Deng, com 12. O Brasil perdeu a batalha dos rebotes por 41 a 36 e acertou apenas três dos 22 chutes de três que tentou. Ganhou, portanto, na defesa. Roubou dez bolas, contra apenas quatro dos britânicos, e conseguiu segurar o ataque adversário na reta final.
Invicto, o Brasil volta à quadra na quinta-feira, às 12h45m (de Brasília), para enfrentar a Rússia, que também ainda não perdeu em Londres. O grupo B tem ainda a invicta Espanha, a Austrália e a China. Os quatro primeiros avançam para as quartas de final.
O primeiro quarto, em resumo, foi uma briga feroz de dez minutos entre o Brasil e o aro. Tiago Splitter abriu o placar, Alex acertou uma bandeja no meio do período, e só. O resto foi um festival de pontaria torta. Huertas logo fez duas faltas e, em vez de Larry, Magnano lançou Raulzinho. Não funcionou. Enquanto Clark comandava o ataque britânico, o Brasil esticava seu jejum ofensivo. Com oito arremessos de três, todos fora do alvo, a equipe verde-amarela fechou o quarto inicial com apenas duas cestas e uma surpreendente desvantagem de 11 a 4.
Reação aos trancos
Como nenhuma greve dura para sempre, a seleção voltou a pontuar no segundo quarto. Com Leandrinho, Splitter e Marquinhos, o placar foi se equilibrando, e a diferença chegou a cair para um ponto. Mas do outro lado, um inglês de descendência ganesa tratava de manter o time à frente: Pops Mensah-Bonsu, que já passou pela NBA e hoje joga na Turquia, anotou nove pontos no primeiro tempo. Foi o bastante para evitar a virada no primeiro tempo. O americano Larry empatou com uma bandeja a 40 segundos do fim e teve a chance de virar, mas errou o chute quase no estouro do cronômetro. Na metade da batalha, tudo igual: 27 a 27.
No intervalo, o animador botou o público para cantar. Com as arquibancadas quase lotadas para ver os britânicos na quadra, a trilha sonora ia de Rolling Stones a Oasis, passando por Village People e Amy Winehouse.
Segundo tempo equilibrado
Na volta, soou como música a cesta de Splitter que colocou o Brasil à frente pela primeira vez desde os 4 a 0. O ala-pivô Joel Freeland emplacou dois lindos arremessos seguidos, e o equilíbrio se impôs. Nenhuma equipe conseguia abrir vantagem e, em determinado momento, a pelada do primeiro quarto deu as caras de novo: show de erros. Com alguma dificuldade, a equipe de Magnano conseguiu abrir um pequeno conforto na virada para os dez minutos finais: 48 a 43.
Dan Clark, que tinha brilhado no início do jogo, reapareceu no último quarto com uma cesta espírita de três: a bola bateu no aro, foi lá no alto, e caiu redonda na rede. O lance inspirou os britânicos, que fizeram mais duas cestas seguidas para virar o jogo. A montanha-russa continuou passeando pela Arena, o Brasil abriu cinco de novo, mas os anfitriões não se entregaram. A quatro minutos do fim, Luol Deng cravou uma de três para fazer 57 a 56.
Marquinhos respondeu da lateral, em frente ao banco brasileiro, e vibrou muito com o chute certeiro de três. O controle do placar era cada vez mais difícil, quando brilhou o talento de Huertas. A um minuto e meio do fim, o armador deu passe espetacular para Nenê, que enterrou e ainda sofreu a falta para abrir sete pontos. Dali em diante, manter a cabeça no lugar para evitar um novo colapso. No retorno às Olimpíadas após 16 anos, o basquete masculino do Brasil sofre, mas ainda não sabe o que é perder.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Getty Images
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