“QUEM NÃO SABE MAIS QUEM É, O QUE É E ONDE ESTÁ, PRECISA SE MEXER” em cartaz na CAIXA Cultural

A CAIXA Cultural Brasília apresenta, dias 7, 8 e 9 de outubro, o espetáculo “Quem não sabe mais quem é, o que é e onde está, precisa se mexer”, que traz a fusão da dramaturgia alemã com a linguagem da Cia. São Jorge de Variedades.

O espetáculo ganhou forma a partir da pesquisa e improvisação sobre o universo de Heiner Müller. As peças do autor alemão, suas entrevistas e a intensidade de seu discurso são elementos que dão o tom ao espetáculo.


Três atores saem, sem grande alarde, de pontos diferentes da Cidade, cada um com uma proposta diferente e discreta de revolução. Enquanto caminham, chamando o público para o teatro, nas ruas são estendidas faixas com frases como “Quem não se mexe, não sente as grades que o aprisionam”. Os atores levam o público para o cenário de um pequeno apartamento. Lá se desenrola a encenação da São Jorge sobre a obra de Heiner Müller.


Em pouco mais de uma hora de peça, o discurso de Heiner Müller é todo transformado em situações muito próximas do público. A verve do dramaturgo também vira música. Literalmente. A direção musical de Luiz Gayotto transforma algumas partes densas dos textos em imagens sonoras.


SINOPSE DO ESPETÁCULO:


A partir da obra de Heiner Müller, a Cia. São Jorge de Variedades criou a estrutura dramatúrgica que se aventura a contestar, com algum humor, o suposto malogro da revolução socialista e, de quebra, ainda traçar um retrato de sua geração. Inusitada, a encenação percorre as ruas da cidade, e três atores que se encontram levam o público até o espaço de apresentação, onde está montado um apartamento, ou melhor, um “aparelho”.


Sobre Heiner Müller:


Com diversos eventos espalhados pelo mundo, a comemoração dos 80 anos de nascimento de Heiner Müller promete muitas homenagens. Nascido em Eppendorf, Saxônia, em 1929, o dramaturgo, poeta e diretor de teatro, embora tenha papel na história do teatro como a continuidade da modernidade idealizada por Baudelaire, Kant, Artaud e Brecht, teve sua marca e rebeldia particulares. Estréia O Achatador de Salários, em Leipzig, em 1957. Trabalha no Teatro Maxim Gorki em 1958-59. Estréia de A Repatriada,em Berlim, em 1961, a seguir proibição da peça e exclusão da Associação dos Escritores. Trabalha no Berliner Ensemble e, a partir de 1976, na Volksbühne.


Em 1990 é eleito presidente da Academia das Artes em Berlim Oriental , e a partir de 1992 assume a superintendência do Berliner Ensemble. Recebe o Prêmio Heinrich Mann em 1959 com Inge Müller, prêmio de Dramaturgia de Müllheim em 1979, prêmio Georg Büchner em 1985, Prêmio Nacional da RDA em 1986, Prêmio Kleist em 1990, Prêmio Europa de Dramaturgia em 1991.Falece em 30 de dezembro de 1995.


Sobre a Cia São Jorge de Variedades:


Projeto coletivo, criado em 1998, com integrantes da Escola de Arte Dramática e da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. O grupo visa estabelecer, por meio de investigações permanentes, um processo de lapidação da cena bruta, se utilizando de artifícios e procedimentos simples e artesanais.


Desde a sua origem caracteriza-se por uma intensa pesquisa para a criação de cada espetáculo, que resultou numa diversidade de linguagem refletida em cada um dos trabalhos, que transitam por: espetáculo itinerante em locais fechados (“Um Credor da Fazenda Nacional”), espetáculo intimista (“Biedermann e os Incendiários”), espetáculo narrativo e processional, criado na relação com moradores de um albergue (“As Bastianas” – indicado ao prêmio Shell 2004 pela pesquisa e criação), espetáculo de rua (“O Santo Guerreiro e o Herói desajustado” – vencedor do prêmio Shell melhor figurino 2007) e um espetáculo que se inicia na rua, desenvolve-se na sala fechada e volta para a rua (“Quem não Sabe Mais Quem é, O que é e Onde está – precisa se mexer” – vencedor do prêmio Shell categoria especial pela pesquisa e criação 2009).


Diante dessa diversidade, existem alguns pontos que permeiam as peças e que têm contribuído para delinear nossa identidade: a música presente em todos os espetáculos e em grande parte executada pelos atores; a relação viva com o espaço cênico, que deixa de ser um mero espaço de representação para configurar um espaço narrativo; a apropriação dramatúrgica num sentido antropofágico e a relação horizontal e sem hierarquias com a platéia.


A companhia também produz, desde 2003, o fanzine “São Jorges” - canal de interlocução de uma geração que deve ser estimulada a contracenar com a cidade de uma outra maneira.


Em 2010 a Cia foi contemplada pelo Premio Funarte Myriam Muniz de Circulação de Espetáculos circulando pelo Norte do Brasil com “Quem Não Sabe,...”, ultimo espetáculo e também foi contemplada pelo Programa Petrobras Cultura, para a pesquisa e criação de um novo espetáculo, com titulo provisório de “Ao Coro Retornarás”, que tem como um dos pilares a investigação das origens do teatro, dos coros gregos e a tradição de festas populares, com estréia prevista para 2012.

Serviço

“Quem não sabe mais quem é, o que é e onde está, precisa se mexer”

Local: CAIXA Cultural Brasília – Teatro da CAIXA

Endereço: SBS Qd. 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da Caixa

Data: dias 7, 8 e 9 de outubro de 2011

Horário: Sexta-Feira, às 21; sábado, às 17h e às 21h; domingo, às 20h

Telefone (61) 3206-9892

Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 14 anos

Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Meia-entrada para estudantes, professores, funcionários e clientes CAIXA, pessoas acima de 60 anos e doadores de um brinquedo.

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