De herdeiro de Diego a herói do ouro, Sasaki vence corrida contra o tempo

O Brasil não parou. Quem fala é Sérgio Sasaki, 19 anos, classificado a quatro finais da ginástica artística logo em seu primeiro Pan. Líder no individual geral, segundo do cavalo com alças, quarto nas paralelas e quinto no solo. Isso tudo depois de uma recuperação relâmpago. Tudo isso com uma única meta: ajudar a Brasil a conquistar a medalha de ouro por equipe. Foi o herói da façanha, inédita na ginástica masculina.
Campeão ao lado de Diego Hypolito, seu padrinho, ele volta a competir nesta quarta-feira na final do individual geral. No sacrifício. Para chegar até ali, subestimou dores, correu contra o tempo. No solo, um treinamento intensivo de duas semanas.
- Foi uma corrida contra o relógio, a gente precisava muito dele na equipe. Conseguimos na hora "h" colocá-lo na equipe. Começou a fazer solo apenas no Mundial do Japão, há duas semanas. Foi surpreendente - diz o técnico da equipe, Renato Araújo.
Sasaki já tinha se machucado no ano passado, às vésperas do Mundial de Roterdã. Recuperado, trocou o ABC paulista pelo Rio de Janeiro em janeiro. Passou a treinar ao lado de Diego Hypolito. Foi prata na Copa do Mundo de Doha, mas, no retorno ao Brasil, de novo ficou de molho.
- Foram seis meses de recuperação. Tive quase cinco lesões no pé direito. Foi traçado um trabalho, e eu tinha que acreditar até o fim. Acreditei nos médicos, nos fisioterapeutas. Poder voltar em primeiro no individual geral é uma vitória - disse Sasaki.
Na disputa por equipes em Guadalajara, Sasaki aguentou as dores no pé. Deu apenas um salto e, apesar de ter tirado a maior nota entre os brasileiros, abriu mão do segundo, condição necessária para tentar a final no aparelho. Queria se poupar. O ouro, naquele instante, já parecia uma possibilidade.
- A gente queria ser campeão há muito tempo. Agora, com equipe nova, tudo modificado, a juventude na equipe ajudou muito. O Brasil deve acreditar na gente agora. Os veteranos são importantes na equipe, mas pode ter outros atletas que podem conseguir resultados melhores que eles. Brasil não parou, está vindo uma grande remessa de atletas bons como a gente. Pode ter outros Diegos Hypolitos construindo seus espaços.
No feminino, Daniele Hypolito e Bruna Leal disputam medalhas nesta quarta. As finais masculinas de solo (Diego e Sasaki), argolas (Arthur Zanetti) e cavalo (Sasaki) serão na quinta-feira. Na sexta, haverá disputa de medalha no salto (Diego), nas paralelas (Sasaki) e na barra fixa.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Ricardo Bufolin / Photo&Grafia

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