As vidas passadas de Mario Prata

O que a irmã de Lázaro dos relatos bíblicos, um índio brasileiro que testemunhou o descobrimento do Brasil, o amante inglês de Robin Hood e uma prostituta francesa do final do século 19 poderiam ter em comum? Mario Prata é a resposta. Afinal, eles foram o corpo do autor em encarnações anteriores, passadas a limpo através de diálogos tão engraçados como instrutivos com o seu terapeuta. Tudo é descrito no livro Minhas vidas passadas (176 páginas, R$ 24,90), lançado pela Planeta em edição totalmente revista, que conta ainda com duas novas encarnações: a de Bejinha, uma donzela brasileira do século 19 e a de Muzinga, um africano que veio para o Brasil como escravo na época da Inconfidência Mineira.

Nessas páginas, o leitor passeia por épocas e vidas diferentes, em um mosaico de pontos de vista. E são abordados alguns dos acontecimentos mais notáveis da humanidade. Ao contrário dos que sempre reencarnam em reis e outras figuras notórias, Mario Prata não foi ninguém famoso nas vidas passadas. Sempre encarnou em pessoas que rodeavam os mais famosos líderes, ou que testemunharam os eventos mais importantes. Um exemplo? O índio brasileiro Anhangá, presente no dia do descobrimento do Brasil.

Essa terapia começou quando o autor teve uma crise e foi diagnosticado com a síndrome de pânico. Aos poucos, ele foi aceitando a ideia de fazer regressão a vidas passadas. Acabou gostando tanto que, mais recentemente, decidiu continuar a experiência e até incluiu aparatos tecnológicos como um tablet, para usar recursos como os sites de pesquisa enquanto contava ao terapeuta as incríveis vivências.

Ao longo do livro, o percurso é hilariante. A irmã de Lázaro, Ana de Betania, por exemplo, traz relatos vívidos dos costumes da época de Jesus, incluindo até dicas gastronômicas e particularidades como o fato de não ser permitido às mulheres beber. Elas também eram submetidas a reclusões e abstenções sexuais depois do parto: se fosse de uma menina, o período era dobrado! Tamanha riqueza de detalhes sobre cada época é possível graças à pesquisa histórica realizada por Angela Marques da Costa.

Ao todo são oito vidas abordadas: Ana de Betania, irmã de Lázaro, que conhece e se encontra com Jesus; Johnny, um homossexual inglês da corte inglesa do século 15; Gemma, sofrida esposa de Dante Alighieri que vivia em Florença, no início do século 14; Anhangá, um índio brasileiro que presenciou o descobrimento do Brasil; Frei Henriquinho, capuchinho português do século 16; Georgette, uma bela prostituta que era modelo e amante do pintor Toulouse-Lautrec; e as duas vidas totalmente inéditas são a da brasileira do século 19 Bejinha e a do africano Muzinga.

Ficção ou realidade? Isso é o que menos importa no final.

Sobre o autor:

Vale lembrar: mineiro de Uberaba, Mario Prata morou em Lins, São Paulo, Lisboa e, nos últimos dez anos, em Florianópolis. Escreve para teatro (Cordão umbilical, Besame mucho), cinema (O casamento de Romeu e Julieta), televisão (Estúpido cupido, Helena), jornais e revistas. Entre seus best-sellers estão Diário de um magro, Minhas vidas passadas (a limpo), Minhas mulheres e meus homens, Purgatório, Cem melhores crônicas, Sete de paus e Os viúvos. Tem livros publicados e peças montadas em diversos países, ganhou vários prêmios no Brasil e no exterior. Atualmente, dedica-se à literatura policial.

Minhas vidas passadas
Autor: Mario Prata
Editora: Planeta
Páginas: 176
Preço: R$ 24,90

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