Quem foi Frida Kahlo longe dos holofotes, na
vida particular, sem estereótipos? Desta pergunta partiu a investigação para a
montagem do espetáculo ‘Frida Kahlo – A deusa tehuana’, que desconstrói o mito
para falar da mulher. Com direção de Luiz Antonio Rocha, atuação de Rose
Germano e texto escrito pela dupla, o monólogo, que estreou em 2014 com sucesso
de público e crítica, finalmente chega a Brasília para duas ÚNICAS
APRESENTAÇÕES dias 23 e 24 de março, sábado, às 19h30, e domingo às 19h, no
Teatro Plínio Marcos. Na época da estreia, o espetáculo ganhou a capa do
principal jornal do México, o El Universal, e foi destaque nas emissoras de TV
do país.
A peça é livremente inspirada no diário e na
obra da pintora mexicana, artista que ultrapassou a popularidade adquirida com
seu trabalho e tornou-se sua melhor arte. Frida Kahlo pintou sua própria face
um sem número de vezes no corpo de uma obra intensamente autorreferenciada.
Teatralizou a sua própria existência, foi a expressão maior de luta e superação
mesmo trazendo consigo as maiores dores – físicas e existenciais. No lugar do
luto, vestiu-se de cores.
Diretor de extrema sensibilidade e
colecionador de sucessos em espetáculos como “Uma Loira na Lua”, “Eu te Darei o Céu” e “Brimas”,
Luiz Antonio Rocha conta que todo o processo do monólogo partiu do corpo da
Frida. “A gente ficou um mês tentando
descobrir como seria o corpo de alguém que fez mais de 30 cirurgias, que tinha
dores e tomava morfina para sentir alívio; e que também teve pólio. Era uma
mulher que certamente tinha dificuldade em caminhar, mas, nas nossas pesquisas,
vimos que as atrizes não costumam levar em conta esse aspecto na hora de
caracterizá-la nos espetáculos”, explica. “A gente foi por outro lado. Fugimos
do corpo cotidiano e trabalhos suas limitações e, a partir daí, fomos
descobrindo a história que aquele corpo tinha para contar”.
Atriz com formação em Artes Cênicas pela
UniRio e Cinema pela Universidade Estácio de Sá, Rose Germano sempre procurou
aprofundar a sua arte e conduzi-la para um teatro de referências. Mergulhou no
universo de Shakespeare, Brecht, Plauto, mas foi em ‘Frida Kahlo – A deusa
tehuana’ que a atriz encontrou o seu grande desafio. Ao falar sobre o que a
inspirou a viver Frida Kahlo no teatro, Rose Germano comenta que “há uma
similaridade entre as culturas mexicana e brasileira, especificamente a
nordestina, em que estão as minhas raízes. Sou de Riacho do
Meio, uma cidadezinha do interior da Paraíba. Foi aí que me inspirei, nesse
povo guerreiro, nas histórias de mulheres cheias de vida e coragem.”
A atriz destaca ainda a importância de falar
sobre a artista hoje. “A importância de reviver essa história está na
autenticidade da mulher à frente do nosso tempo. Ela é a desmedida das coisas,
está fora dos padrões estabelecidos. Viver Frida é encarar a vida e a morte com
a mesma grandeza.”
Uma Frida mais humana
Tudo de mais óbvios sobre a trajetória de
Frida foi excluído da dramaturgia. “Queria justamente algo que não estivesse
nos registros oficiais da história, que mergulhasse no sentimento mais profundo
de uma mulher que queria ser mãe e não conseguiu, que era frágil e, ao mesmo
tempo, forte e determinada. Colocamos o inédito, o que as pessoas sequer
imaginam, como a sua relação com os médicos e a descoberta da colecionadora de
arte Dolores Olmedo”, explica Luiz Antonio Rocha. “No espetáculo,
desconstruímos o mito, construindo uma Frida humana, bem diferente da figura
pop na qual foi transformada pela grande mídia no mundo inteiro”, conclui o
diretor.
A montagem do espetáculo foi longa e incluiu
uma viagem ao México, na qual Luiz Antonio Rocha encontrou a Frida que queria
montar: a pintora que transformou a dor em arte estava despida para dar vida à
deusa tehuana. Na cidade de Oaxaca, o diretor comprou todas as peças que
compõem o figurino do espetáculo. Elas são autênticas, conseguidas em
antiquários e artesãos indígenas.
A peça abre com o prólogo de Dolores Olmedo
Patiño, marchand que possui a maior coleção de Frida Kahlo e Diego Rivera no
mundo. Responsável por preservar e difundir o acervo do casal. Dolores e Frida
nunca foram amigas; duas mulheres apaixonadas pelo mesmo homem, uma
colecionadora de arte, a outra a expressão da própria arte.
Trechos de críticas do espetáculo
“Internacionalmente conhecida, principalmente
pela obra artística, Frida Kahlo tem sua dimensão mais humana exposta no notável monólogo ‘Frida – A deusa tehuana’, no qual é vivida pela atriz brasileira Rose Germano”
(trecho da reportagem do jornal El Universal, o
principal do México)
“Luiz Antonio Rocha impõe à cena uma dinâmica
essencialmente corajosa. Afora o fato, naturalmente, do encenador criar marcas
muito expressivas e explorar com grande sensibilidade todas as possibilidades
da bela cenografia de Eduardo Albini.”
(trecho da crítica
de Lionel Fischer)
“Impressiona o ritmo impresso pela direção de
Luiz Antônio Rocha. Não há preocupações com o silêncio ou com o preenchimento
das lacunas. Tudo é feito com tanta beleza que nossa sensibilidade fica à flor
da pele.”
(trecho da crítica de Renato Mello)
Sinopse
Espetáculo livremente inspirado no diário e na
obra da artista mexicana Frida Kahlo, com fragmentos da vida e do pensamento de uma
mulher à frente do seu tempo.
Ficha Técnica:
Texto: Luiz Antonio Rocha e
Rose Germano
Direção: Luiz Antonio Rocha
Elenco: Rose Germano
Músico: Eduardo Torres
Iluminação: Aurélio de
Simoni
Operador de Luz e Som: Alexandre Holcim
Cenário, Figurinos e Direção de Arte: Eduardo Albini
Trilha Sonora: Marcio Tinoco
Direção de Movimento: Norberto Presta
Fotos: Renato Mangolin e Carlos Cabéra
Direção de Produção: Sandro Rabello
Realização: Diga Sim!
Produções
Produção em Brasília: DECA Produções
SERVIÇO:
Frida Kahlo – A deusa tehuana
Únicas Apresentações:
23 de março – sábado – 19h30 e 24 de março – domingo – 19h
Teatro Plinio Marcos: Eixo Monumental – Setor de Divulgação Cultural – lote
02 (entre a Torre de TV e o Clube do Choro) – Brasília.
Telefones: 61 2099-3083 // 61 2099-3080
Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). Antecipados lojas bilheteria digital ou
bilheteriagital.com.br
Lotação: 517 pessoas
Duração: 70 minutos
Classificação
indicativa: 18
anos
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