Brasília ganha evento literário de Direitos Humanos com a participação de 50 autores

O Distrito Federal sedia, em agosto, a Livre! Festival Internacional de Literatura e Direitos Humanos, evento gratuito que acontecerá pela primeira vez na cidade. Homenageando a escritora mineira Conceição Evaristo e o poeta mato-grossense Nicolas Behr, “prata da casa” desde os anos 1970, o Festival terá atividades em Taguatinga, Sobradinho, São Sebastião e Plano Piloto. Ao todo, serão cinquenta autores convidados, quatro mesas temáticas, duas ações sociais e uma publicação inédita produzida pelo Festival.

A boa fase da literatura brasiliense, com revelações de destaque nos circuitos nacionais, é o mote da curadoria, que apresenta um modelo de mesas em que autores da cidade recebem autores de grande projeção nacional. Um autor estrangeiro também está confirmado, em parceria da Livre! com o Instituto Camões. A programação completa será divulgada nas próximas semanas.

O evento é idealizado pela escritora brasiliense Paulliny Gualberto Tort, autora do romance Allegro ma non troppo (Ed. Oito e Meio, 2016), semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura 2017. Paulliny também assina a curadoria do festival, que é promovido em parceira com a escritora Beatriz Leal, finalista do Prêmio Jabuti 2016 com o romance Mulheres que mordem (Imã Editorial).

Realizado com fomento do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), o Festival Livre! terá, ainda, um espaço especial dedicado aos autores locais.

Homenageados
Conceição Evaristo, 71 anos, estreou na literatura em 1990, com obras publicadas na série Cadernos Negros. É Mestra em Literatura Brasileira pela PUC-­Rio e Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Suas obras, em especial o romance Ponciá Vicêncio, de 2003, abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe. A obra foi traduzida para o inglês e publicada nos Estados Unidos em 2007. Em 2015, ficou em terceiro lugar na categoria contos e crônicas do Prêmio Jabuti, com o livro Olhos d’água. Em 2017, recebeu o Prêmio Claudia na categoria Cultura. Participa de diversos eventos literários no Brasil e no exterior, tendo sido convidada para compor a programação principal da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2017. Atualmente, a escritora de Belo Horizonte (MG) é motivo de campanha para ocupar a cadeira número 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Nicolas Behr, 60 anos, nascido Nikolaus von Behr (Cuiabá, 1958) está desde 1974 em Brasília. Seu primeiro livro, mimeografado, Iogurte com Farinha (1977), é um best seller, pois vendeu cerca de 8 mil exemplares de mão em mão. No ano seguinte, depois de lançar Chá com Porrada, foi preso pelo DOPS e acusado de “porte de material pornográfico”, sendo julgado e absolvido em 1979. Publicou nesse período, até 1980, 15 livros em mimeógrafo. Foi redator publicitário. Participou de movimento ecológico, tendo fundado várias ONGs ambientalistas no Distrito Federal nos anos 1980. Seu livro Laranja Seleta – poesia escolhida (1977-2007), lançado pela editora Língua Geral, foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura (2008). Em 2013, participou da Feira Internacional de Frankfurt. Em 2015, o Instituto de Letras da Universidade de Brasília instituiu o Prêmio Nicolas Behr de Literatura. Sua obra tem sido objeto de dissertações de mestrado e documentários.

SERVIÇO:

Livre! Festival Internacional de Literatura e Direitos Humanos
Quando: Todos os domingos de agosto (5 a 26/8)
Onde: Taguatinga, Sobradinho, São Sebastião e Plano Piloto
Entrada: Gratuita
Mídias Sociais: @FestivalLivre

==> Foto: Face do Evento

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