Francisco Bicudo lança seu terceiro livro sobre crônicas do futebol

Nada mais simbólico do que lançar um livro sobre o universo da bola em um ano de Copa do Mundo. Mas essa não é a primeira vez que isso acontece. Em 2014, logo após o doloroso 7 x 1 para a Alemanha, saiu fresquinho do forno o primeiro livro de crônicas futebolísticas de Francisco Bicudo, "Memórias de Uma Copa no Brasil". Na sequência, em 2016, Bicudo lançou seu segundo livro, "Crônicas Boleiras" e, agora, dois anos depois, chega ao mercado nacional seu terceiro livro, "Crônicas Boleiras – Segundo Tempo", pela Chiado Books.
 
"O livro "Crônicas Boleiras – Segundo Tempo" representa mais uma etapa dessa trajetória literária natural minha de boas relações com as crônicas. Esse gênero que me encanta, pelo qual sou apaixonado exatamente por essa informalidade, essa perspectiva de contato com as coisas do cotidiano, pela diversão, pelo uso da ironia, do humor e, ao mesmo tempo, porque a partir de todos esses recursos a crônica consegue fazer profundos convites à reflexão e ao pensar sobre o nosso tempo", explica Bicudo, jornalista, professor e um apaixonado por futebol, pelo Santos e por escrever.

Ele comenta sobre o processo de criação de suas crônicas e de como o momento atual que o mundo vem passando se reflete em suas histórias. "Sinto que houve um amadurecimento da escrita. Eu hoje me sinto muito mais à vontade em lidar com os diferentes recursos. No pensar o encaminhamento de uma crônica, o que eu pretendo dizer com ela, qual a mensagem, como eu vou organizar o enredo, os personagens, o ambiente, como vou trabalhar, vez ou outra, a ideia do suspense. E noto também a minha preocupação com o cenário mais amplo, com o nosso contexto, com a situação que o país vem vivendo nesses últimos dois, três anos. É inevitável que as crônicas de alguma maneira também refletissem essas discussões, esses debates, que estão permeando o cenário brasileiro. É claro que as crônicas não deixam de lidar com o miúdo, com o corriqueiro, o cotidiano, mas elas também expressam abertamente discussões sobre preconceitos, intolerâncias, machismo, homofobia, racismo, a elitização do futebol".

No livro "Crônicas Boleiras – Segundo Tempo", o leitor encontrará 45 crônicas. Uma brincadeira que relaciona as 45 histórias aos 45 minutos que dura um tempo de uma partida de futebol. Assim, cada crônica corresponde a um minuto do jogo de futebol e, como o livro já está na segunda etapa do jogo, podemos esperar a prorrogação, o tempo extra, os acréscimos. "Pelo menos essa é a ideia, para que possamos ter uma série de livros", comemora o autor.

No prefácio, assinado por Luiz Antônio Prósperi, jornalista e editor do Chuteira FC, ele comenta que Chico Bicudo é um sujeito impregnado de futebol até a alma. "Bem, não é um sujeito qualquer, desses milhões de apaixonados pelo universo do jogo da bola. Chico tem algo mais do que um simples torcedor. Tem mania de escrever. Não um relato, sem compromisso. Tudo de seus textos tem cor, vida, sentimentos. Nada fica fora do lugar. (...) Impossível não se deixar levar por tramas bem tecidas. Como se estivesse ao lado de sua família sofrendo ou, melhor, se deliciando com jogos do seu Santos querido. O ambiente da casa, as camisas alvinegras puídas ou impecáveis como embalsamadas no armário. As travessias e travessuras nos estádios. A dor e o prazer na hora dos malditos pênaltis. O inconformismo nas trincheiras diante de perdas democráticas e de direitos. Uma viagem de volta aos dias de menino a chutar bola. A conversa com deuses do futebol, tamanha intimidade com o assunto. Uma infinidade de situações inimagináveis para quem olha, observa, anota no coração e ganha forma de texto, histórias cativantes, às vezes cortantes, às vezes de muito alívio, mas sempre definitivas. Chico tem mais a dar. Não tem o menor receio de narrar seus dramas e conflitos".

Sobre o autor
Paulistano, 46 anos, é formado em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e mestre em Ciências da Comunicação pela mesma universidade. É apaixonado por futebol, torcedor do Santos Futebol Clube e admirador das crônicas de Nelson Rodrigues e de Luís Fernando Veríssimo. É autor dos livros "Memórias de uma Copa no Brasil" (2014) e "Crônicas Boleiras" (2016), publicados pela Chiado Books, e professor da Universidade Anhembi Morumbi, cursos de Jornalismo e Produção Editorial. É colunista do Chuteira FC.

==> Foto: Divulgação

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