Após 12 anos, quando subiu ao lugar mais alto do pódio com Ricardo e Emanuel em Atenas 2004, o Brasil voltou a conquistar uma medalha olímpica de ouro no vôlei de praia masculino. Na grande final disputada debaixo de chuva fina já na madrugada desta sexta-feira, dia 19 de agosto, na Arena de Copacabana, Alison e Bruno Schmidt derrotaram os italianos Paolo Nicolai e Daniele Lupo por 2 sets a 0 (21/19 e 21/17) e conquistaram o ouro nos Jogos Rio 2016.
Atual líder do ranking da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), a dupla brasileira confirmou seu favoritismo em cima de Nicolai e Lupo, que ficaram em quinto lugar nos Jogos Londres 2012. Os italianos começaram forçando o saque em cima de Bruno Schmidt, mas a estratégia não adiantou. O Brasil venceu o primeiro set por 21 a 19.
No segundo, Nicolai e Lupo até conseguiram equilibrar o jogo, mas não foram páreo para os brasileiros, que venceram por 21 a 17 e fecharam a partida em 2 sets a 0. Prata em Londres 2012, Alison ressaltou que a dupla foi amadurecendo durante a competição. "Superamos muitas dificuldades ao longo da caminhada. Discordamos, concordamos, mas nunca deixamos de acreditar um no outro", disse o Mamute.
Já Bruno Schmidt, eleito melhor jogador do Circuito Mundial de Vôlei de Praia em 2015, estava muito emocionado. Ele fez um agradecimento especial ao pai, Luiz Felipe Schmidt. "Eu quis parar de jogar por três vezes e ele não deixou. Estou há 15 dias sem dormir direito, pois vou deitar às 3h e já acordo às 5h. Nunca senti tanta pressão na minha vida. Mas hoje tudo isso valeu a pena", ressaltou Bruno.
No total, o Brasil tem agora seis medalhas no vôlei de praia masculino, sendo duas de ouro, três de prata e uma de bronze.
Martine Grael e Kahena Kunze são campeãs olímpicas na classe 49er FX
Martine Grael e Kahena Kunze escreveram seus nomes na história da vela brasileira nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Na última regata da competição, disputada na Baía de Guanabara, a dupla venceu a medal race da classe 49er FX, apenas dois segundos à frente das neozelandesas Alex Maloney e Molly Meech, e garantiu a medalha de ouro. Com pontuação valendo em dobro e só dez barcos na raia, Martine e Kahena fizeram uma prova perfeita e ultrapassaram as rivais ao contornar a quinta perna.
"Desde que saímos para a água, a gente se abraçou e decidiu que, independente das nossas decisões, iríamos focar na nossa prova e não nas nossas rivais e fazer uma boa regata. No final deu tudo certo. Usamos uma estratégia diferente das neozelandesas, que estavam na frente, e optamos em ir para o outro lado da raia, o que foi decisivo. Ultrapassamos elas no último contravento e passamos a focar para chegar. E foi emocionante cruzar em primeiro", contou Kahena, de 25 anos, que, assim como sua companheira, é estreante em Jogos Olímpicos.
"Todos velejaram de igual para igual, nenhuma equipe sabia mais do que a outra. Talvez, em algum momento, tenha havido alguma vantagem por causa do vento, mas nada decisivo. Em momento nenhum pensei na melhor colocação. Eu queria fazer a melhor regata, uma perna de cada vez da melhor forma possível", completou Martine, que também tem 25.
A dupla é a atual campeã mundial da 49er FX e medalhista de prata nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015. Elas chegaram aos Jogos Rio 2016 como favoritas, mas souberam lidar com a pressão. Nas 12 regatas classificatórias, as brasileiras tiveram como pior desempenho um 11º lugar.
"É indescritível esse momento. Ouvir o grito da torcida, de familiares, amigos e voluntários que fizeram esse momento maravilhoso. Não tem preço, ainda mais na minha primeira Olimpíada. Estou muito feliz. Aqui é nosso jardim, porque nos duas começamos a velejar na Baia de Guanabara. Ainda não caiu a ficha. Quero parar, respirar um pouco e admirar essa medalha, que é maravilhosa", disse Kahena.
Para chegar ao lugar mais alto do pódio olímpico, Martine Grael e Kahena Kunze tiveram que aprender, nos últimos quatro anos, a transformar a amizade em uma parceria de sucesso nas águas.
"Eu faria tudo de novo nesses últimos quatro anos. Foram momentos incríveis que tivemos uma com a outra. Momentos de muito aprendizado, obviamente com altos e baixos. A Martine é uma pessoa incrível, admiro muito ela", afirmou Kahena.
"É muita amizade, um pouco de compreensão. Tivemos uma mudança grande no nosso relacionamento, uma profissionalização. Antes, éramos amigas do peito. Agora, além de amigas, somos parceiras. Eu não poderia ter feito esse resultado com mais ninguém", finalizou Martine.
A niteroiense Martine conquistou a oitava medalha para a família Grael. O pai, Torben, soma cinco medalhas, sendo duas de ouro, enquanto o tio, Lars, tem dois bronzes. A paulista Kahena também é filha de um ex-velejador: Claudio Kunze, campeão mundial da classe Pinguim, na década de 70.
Isaquias Queiroz conquista sua segunda medalha nos Jogos Rio 2016
Em uma final muito disputada, Isaquias Queiroz conquistou, nesta quinta-feira, dia 18, sua segunda medalha nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Com o tempo de 39s628, ele garantiu o bronze na prova do C1 200 da canoagem velocidade, Mais um feito histórico do baiano de 22 anos que, agora, se junta ao seleto grupo dos atletas brasileiros detentores de duas medalhas na mesma edição da competição: Gustavo Borges (natação/Atlanta 1996), Cesar Cielo (natação/Pequim 2008), Guilherme Paraense (tiro esportivo/Antuérpia 1920) e Afrânio da Costa (tiro esportivo/Antuérpia 1920). Isaquias subiu ao pódio também na prova de C1 1000m, na terça-feira passada, dia 16, quando ganhou a prata.
"É uma satisfação muito grande estar entre os melhores atletas do Brasil nos Jogos Olímpicos. Estou muito feliz com esses resultados e espero poder fazer ainda mais, chegar onde nenhum brasileiro chegou e conquistar três medalhas numa mesma edição dos Jogos", disse, referindo-se à sua terceira prova, o C2 1000, ao lado de Erlon Souza, cujas eliminatórias serão disputadas nesta sexta-feira, dia 19, às 9h21.
Na final do C1 200m - prova vencida por o Iurii Cheban, da Ucrânia (39s279), seguido de Valentin Demyanenko, do Azerbaijão (39s493) - Isaquias contou que não largou bem, patinou na água e o barco não desenvolveu o esperado. Mas, no final, conseguiu imprimir um ritmo forte porque percebeu que estava atrás de seus adversários. "Tive que fazer muita força. Quando senti que estava cansado, sabia que os outros estavam mais cansados do que eu. Cresci no final e consegui a medalha nos últimos centímetros da prova", explicou o canoísta, que foi parar dentro d'água, após projetar o corpo para trás para ganhar tempo na chegada.
"Eu não sabia se havia ganhado medalha ou não. Fiquei na dúvida. Se não tivesse errado, poderia ter brigado pelo ouro. Mas sei que uma medalha de bronze é muito importante no currículo de um atleta", comentou.
Sobre suas chances e a de Erlon no C2 1000m, Isaquias é enfático: "Vou para cima para o meu amigo Erlon também fazer história nos Jogos Olímpicos do Rio. Ele está bem preparado. Vamos tentar essa medalha de ouro porque, no meu ponto de vista, a gente está muito forte para a prova", afirmou atleta, que se torna o primeiro canoísta da história dos Jogos Olímpicos a conquistar uma medalha em duas distâncias diferentes (200 e 1000 metros) da categoria canoa na canoagem velocidade.
Na disputa da Final B do K2 200m os brasileiros Edson Silva e Gilvan Ribeiro terminaram na segunda colocação com o tempo de 33.992, atrás apenas dos coreanos Minkyu Choi e Gwanghee Cho (33.812). Em terceiro lugar ficaram os australianos Jordan Wood e Daniel Bowker (35.334).
Além de Isaquias e Erlon Souza no C2 1000m, o Brasil também competirá, nesta sexta-feira, dia 19, nas eliminatórias do K1 200m, com Edson Silva, e K4 1000m, com o quarteto formado por Roberto Maehler, Celso Oliveira, Vagner Souta e Gilvan Ribeiro.
Darlan Romani fica em quinto na final olímpica do arremesso do peso
Na noite desta quinta-feira, 18 de agosto, no Engenhão, dois brasileiros brigavam por medalhas no atletismo dos Jogos Olímpicos Rio 2016: Luiz Alberto de Araujo, no decatlo, e Darlan Romani, no arremesso do peso. Enquanto Araújo terminou sua prova na décima colocação, Darlan chegou em quinto lugar, a melhor posição de um brasileiro do arremesso do peso na história dos Jogos.
"É claro que a gente sonha sempre com a medalha, mas disputar os Jogos Olímpicos, ouvir a torcida te apoiar, superar a barreira dos 21 metros, recorde nacional, são muitas conquistas. Valeu todo o sacrifício, ficar longe da família, se privar de muita coisa", disse Darlan.
Num total, 12 atletas brigavam por medalhas na final do arremesso do peso. Depois dos três arremessos iniciais, oito deles passaram para a grande final, em que teriam direito a mais três arremessos. O brasileiro, logo na primeira tentativa, alcançou 21,02m, quebrando o recorde brasileiro, que já era dele. No entanto, nos outros cinco arremessos, não conseguiu superar a marca e terminou na quinta colocação. Os Estados Unidos conquistaram o ouro e a prata, com Ryan Crouser e Joe Kovacs, respectivamente. O bronze foi para Tomas Walsh, da Nova Zelândia. Com 22.52m, Crouser estabeleceu o novo recorde olímpico.
Já no decatlo, Luiz Alberto de Araújo disputou nesta quinta-feira as cinco últimas provas: 110m com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e os 1500m. Após todas as provas disputadas, Luiz Alberto terminou o decatlo na décima colocação, com 8.315 pontos. A medalha de ouro foi de Ashton Eaton, dos Estados Unidos, a de prata de Kevin Mayer, da França, e a de bronze de Damian Warner, do Canadá.
"Estou feliz, mas consciente de que preciso melhorar, aqui não fui bem no salto em altura e no salto com vara, preciso e osso melhorar. Mas no geral fui bem, pois bati me recorde pessoal", analisou Luiz Alberto.
==> Foto: Alaor Filho; Wander Roberto; Alexandre Loureiro; e, Alexandre Loureiro / Exemplus / COB
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