Acostumados a grandes conquistas, Ricardo e Emanuel (BA/PR) viveram um
dia especial nesta quarta-feira (19.08), no Grand Slam de Long Beach,
nos Estados Unidos. Assim que pisaram na areia fina da costa oeste
norte-americana, pela estreia do quarto Grand Slam da temporada 2015 do
Circuito Mundial, a parceria do baiano e do curitibano alcançou o 100º
torneio internacional, incluindo Jogos Olímpicos, Jogos Pan-Americanos e
outras competições.
Em número absoluto de participações internacionais, o paranaense e o
baiano aparecem na oitava colocação. Eles são os brasileiros mais bem
posicionados, superando Franco e Roberto Lopes, que atuaram em 82
competições. Na primeira posição estão os noruegueses Vegard Hoidalen e
Jorre Kjemperud, que atuaram juntos até 2012 e disputaram 135 torneios
reconhecidos pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB).
A primeira vez que Ricardo e Emanuel atuaram lado a lado foi durante o
Open da Espanha, realizada no final de 2002, em Mallorca. Na
oportunidade, a recém-parceria foi vencida em dois sets diretos na
semifinal pelos compatriotas Márcio Araújo e Benjamin (CE/MS). Na
disputa pelo terceiro lugar, entretanto, os futuros campeões olímpicos
deram a volta por cima e venceram os também brasileiros Harley/Pará
(DF/PA) para alcançar o bronze na primeira competição juntos.
"Lembro bem do primeiro torneio, e de todos os outros que disputamos.
Campanhas e jogos memoráveis em eventos do Circuito Mundial, no Pan do
Rio de Janeiro e nos Jogos Olímpicos. São momentos que marcam a vida de
um atleta, e marcaram nossa trajetória como dupla", disse Ricardo.
Do bronze na Espanha, para o Grand Slam de Long Beach, se passaram 13
anos de inúmeras conquistas e realizações, e onde os experientes atletas
reinaram nas areias mundo afora. Atuaram juntos até 2009, ficaram cinco
anos separados e retomaram a dupla na temporada passada, em busca do
sonho de jogarem mais uma edição dos Jogos Olímpicos. São a única dupla
de todos os tempos a vencer o Circuito Mundial por cinco anos
consecutivos. Conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de
Atenas 2004, o bronze em Pequim 2008, além do ouro no Pan-Americano do
Rio, um ano antes.
"É muito gratificante olhar para trás e ver que tudo valeu a pena. Foram
100 campeonatos com muita vontade de vencer e representar bem o Brasil.
Isso é uma coisa que fica eterna, lembro sempre da emoção de cada
torneio, e de a dupla dando sempre o seu máximo. É muita coisa, são
poucos times no mundo que conseguem alcançar essa marca", comemorou
Emanuel.
Até se tornarem uma das duplas mais vitoriosas do vôlei de praia
mundial, a parceria também passou por momentos que muitos torcedores não
imaginam. Em 2003, ano pré-olímpico e que antecedeu a principal
conquista masculina do Brasil na história do vôlei de praia, os campeões
olímpicos investiram para poderem disputar etapas do Circuito Mundial.
"O Circuito Mundial de 2003 teve 13 etapas, e estávamos sem patrocínio,
as pessoas ainda não acreditaram na nossa dupla. Sabiam que eram dois
atletas de talento, mas não sabiam no que poderíamos apresentar. Então a
gente passou o ano todo investindo nosso dinheiro nas viagens e jogamos
com roupas pretas, sem patrocínio algum. Mas nunca deixamos de
acreditar, e fizemos um ano maravilhoso. Fomos campeões mundiais e ali
apareceu nosso primeiro patrocínio", lembra Emanuel.
A primeira partida da dupla pela fase de grupos, também marcou o 600º
jogo internacional do time, comandado pela técnica Letícia Pessoa. Com a
vitória sobre Ryan Doherty e John Mayer por 2 sets a 0 (21/18 e 21/19),
em 37 minutos, Ricardo e Emanuel possuem a marca impressionante de 483
vitórias e 117 derrotas, com 80,5% de aproveitamento.
==> Foto: Divulgação / CBV
0 comments:
Postar um comentário