Se os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, já estão na mira das
principais duplas do mundo no vôlei de praia, a competição mais
importante desta temporada começa nesta sexta-feira (26.06). O
Campeonato Mundial 2015, disputado em quatro cidades da Holanda -
Amsterdã, Apeldoorn, Haia e Roterdã -, colocará em jogo o segundo troféu
mais desejado pelos atletas, além de uma boa prévia do que será visto
nas areias de Copacabana.
Campeão em nove edições, cinco no torneio masculino e outras quatro no
torneio feminino, o Brasil é o maior vencedor do torneio. Os Estados
Unidos aparecem em segundo lugar, com cinco medalhas de ouro. E além de
manter a hegemonia, um atleta em especial poderá quebrar um recorde.
Tricampeão, ao lado de Loyola (1999), Ricardo (2003) e Alison (2011),
Emanuel está empatado com a norte-americana Walsh.
O campeão olímpico pode buscar o quarto título na tentativa de se isolar
como maior vencedor. Para isso, além de conquistar o título na retomada
da parceria com Ricardo, também terá que contar com um desempenho não
tão bom de Walsh. A tricampeã olímpica sofreu um deslocamento de ombro
recentemente e disputará o primeiro torneio após a lesão.
O Brasil será representado por oito equipes. No torneio masculino, a
responsabilidade fica a cargo de Alison e Bruno Schmidt (ES/DF), Álvaro
Filho e Vitor Felipe (PB), Evandro/Pedro Solberg (RJ) e Ricardo/Emanuel
(BA/PR). Ágatha e Bárbara Seixas (PR/RJ), Fernanda Berti/Taiana
(CE/RJ), Juliana/Maria Elisa (CE/PE) e Larissa/Talita (PA/AL)
representam a tradição das cores verde e amarela no campeonato feminino.
"A estrutura no Campeonato Mundial da Holanda está muito bacana, o
jogador de vôlei de praia tem essa peculiaridade de atuar em vários
lugares. A arena em Amsterdã foi montada no centro histórico da cidade,
em frente ao Palácio Real, e com importantes museus nas proximidades. O
mais importante é o contato com o público, e poder estar promovendo
nosso esporte", disse Juliana, campeã em 2011, ao lado de Larissa.
Única estreante do grupo, Fernanda Berti também elogiou as instalações e
recordou que já viveu bons momentos no país, onde conquistou o Grand
Slam de Haia, em 2014.
"Eu sei da importância desse campeonato e o quanto representa uma
medalha para o Brasil. Eu não poderia estar mais feliz e motivada para
jogar em busca dessa medalha. Taiana e eu temos uma lembrança
maravilhosa da Holanda, acho que é mais um fator motivacional e
positivo. Nós sabemos também da dificuldade, porque não só o Brasil, mas
todos os países do mundo valorizam muito esse evento. Vamos com força
total e esperamos fazer um excelente torneio", destacou Fernanda Berti.
A primeira partida com brasileiros ocorre neste sábado (27.06), quando
Larissa e Talita (PA/AL) entram em quadra às 6h (de Brasília) contra as
holandesas Van der Vlist e Van Gestel.
A décima edição da Copa do Mundo, que começou a ser realizada em Los
Angeles, em 1997, e é disputada a cada dois anos, promete ser uma das
melhores de todos os tempos. Em termos de estrutura e logística, nunca a
competição organizada pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB)
precisou ser tão bem planejada. Pela primeira vez na história, o torneio
será disputado em quatro cidades de maneira simultânea.
Dentro de quadra, os principais atletas disputam, além da honra em ser
campeão do mundo, uma premiação de 1 milhão de dólares (60 mil aos
vencedores, 45 mil para os segundos colocados e 35 mil dólares aos
medalhistas de bronze) e 1000 pontos para a dupla no ranking do Circuito
Mundial. Além disso, os países dos atletas campeões estarão
automaticamente classificados para as Olimpíadas do Rio 2016. A vaga é
da federação, e não do time campeão.
O sistema de disputa funciona da seguinte forma: 48 duplas femininas e
48 masculinas são divididas em 12 grupos com 4 times cada. Os dois
melhores de cada chave avançam diretamente para a próxima fase, assim
como os oito melhores terceiros colocados. A partir desta etapa, as
partidas passam a ser no formato de eliminação simples, com as oitavas e
quartas de final, semifinal e a grande decisão.
Conheça o caminho do Brasil:
Feminino
Ágatha e Bárbara Seixas
Embaladas pelo título no Grand Slam de São Petersburgo, disputado na
última semana, nos Estados Unidos, Ágatha e Bárbara Seixas estão no
grupo F. A sede fica em Apeldoorn e elas enfrentam Day e Kessy (EUA),
Revuelta e Candelas (MEX) e Flores e Leila (CUB). O confronto contra a
parceria norte-americana, que conta Jennifer Kessy, medalhista de prata
nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, é o mais acirrado do grupo.
Fernanda Berti e Taiana
O grupo I, sediado em Haia, reserva uma estreia para o Brasil. Fernanda
Berti é a única das atletas que ainda não disputou o Campeonato Mundial.
Ao lado de Taiana, ela terá como concorrentes os times da Suíça,
Zumkehr/ Heidrich e Forrer/Vergé-Dépré, e ainda Nel e Sekhonyana (AFS).
Juliana e Maria Elisa
Quem também atua na capital holandesa, mas pelo grupo G, é a dupla
Juliana e Maria Elisa. As vencedoras do Circuito Mundial em 2014 têm nas
alemãs Laboureur e Süde o time adversário mais bem ranqueado da chave,
que conta também com Pata e Matauatu (VAN) e Boucheta e Bayou (ALG).
Larissa e Talita
Atuais campeãs do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, Larissa e
Talita (PA/AL) são cabeça de chave do grupo B e enfrentam Goricanec e
Huberli (SUI), Radarong e Udomchavee (TAI) e Van Der Vlist e Van Gestel
(HOL), em Amsterdã. Elas largaram bem no Circuito Mundial 2015, vencendo
o Grand Slam de Moscou e o Major da Croácia.
Masculino
Alison e Bruno Schmidt
Na cidade de Apeldoorn, Alison e Bruno Schmidt terão a companhia no
grupo C de Doppler e Horst (AUT), Jefferson Santos, brasileiro
naturalizados catariano, e Cherif Younousse (QAT) e Court e Schumann
(AUS). O confronto contra os austríacos representa uma revanche para o
time brasileiro, que foi superado nas oitavas de final do Grand Slam de
São Petersburgo.
Álvaro Filho e Vitor Felipe
Também em Apeldoorn, mas pelo grupo K, Álvaro Filho e Vitor Felipe
encaram Marco e Garcia (ESP), Azaad e Bianchi (ARG) e os
norte-americanos Gibb e Patterson, que venceram a última etapa do
Circuito Mundial 2015.
Pedro Solberg e Evandro
Única dupla do país a jogar em Rotterdam, Pedro Solberg e Evandro
enfrentam pelo grupo L Virgen e Ontiveros (MEX), Naceur e Belhaj (TUN) e
Walkenhorst e Windschief (ALE). No Grand Slam de São Petersburgo os
brasileiros encararam o time da Alemanha ainda pela fase de grupos, e
levaram a pior por 2 sets a 0.
Ricardo e Emanuel
Em Amsterdã, os experientes Ricardo e Emanuel jogam para iniciar com o
pé direito a busca pelo segundo título. No entanto, os campeões em 2003
têm em Herrera e Gavira uma pedra no sapato, já que os espanhóis
eliminaram a dupla nas oitavas de final da última etapa do Circuito
Mundial, realizada nos Estados Unidos. Liamin e Barsouk (RUS), campeões
dos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2014, e Ajanako e Sapong (GAN)
completam o grupo G.
As cidades-sede:
Haia
Conhecida como a Cidade Internacional da Paz e Justiça, Haia é a sede do
governo holandês e encabeça a lista de cidades-sede da Copa do Mundo.
Para tanto, uma arena com capacidade para 5.500 espectadores foi montada
no coração da cidade, e será palco das partidas inaugurais, semifinais e
finais de ambos os naipes.
Amsterdã
Capital da Holanda, Amsterdã é um dos principais centros culturais e
históricos da Europa. Repleta de museus e canais com edifícios dos
séculos 17 e 18, a cidade é caracterizada pela organização e
diversidade, e tem na bicicleta o principal meio de transporte de seus
habitantes. Uma arena com capacidade para 2.000 espectadores foi montada
na Praça Dam, tradicional ponto de encontro de turistas do mundo
inteiro.
Apeldoorn
Entre as cidades-sede, talvez Apeldoorn seja a com maior potencial
esportivo dentro do voleibol. Casa do SV Dynamo, principal clube de
voleibol do país, Apeldoorn também é conhecida pelas belezas naturais e
pelo palácio Het Loo, antiga residência real e atual museu do governo.
Os jogos na cidade acontecem em uma arena montada na área central da
cidade, e que possui capacidade para 2.000 pessoas.
Rotterdã
Segunda maior cidade da Holanda, Rotterdã é conhecida pela arquitetura
arrojada, que contrasta entre o moderno de seus arranha-céus com a
região portuária. É justamente lá que acontecerão os jogos da Copa do
Mundo, em uma arena que atende 2.000 torcedores.
==> Foto: Divulgação / CBV
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