A capital federal, que está entre as 10 cidades brasileiras com os
maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo a ONU, tem
proporcionado cada vez mais qualidade de vida aos seus moradores e
turistas. Como uma das sedes da Copa do Mundo, Brasília passou por
diversas intervenções na infraestrutura e está pronta para receber
milhares de torcedores.
As melhorias estruturais aconteceram em vários pontos da cidade e são
perceptíveis pela população. Uma delas foi a instalação de 15 km de
ciclovias em todo o Eixo Monumental, o que contribuiu para que a capital
brasileira se tornasse referência mundial nesse tema ao atingir a marca
de 433 km disponíveis aos ciclistas.
De acordo com levantamento da Mobilize Brasil, a cidade desbanca
diversas outras capitais estrangeiras no quesito ciclovias, como
Copenhague (Dinamarca), Bogotá (Colômbia), Amsterdã (Holanda) e até
mesmo Paris (França). Para o arquiteto João Teófilo, que utiliza a bike
ao menos quatro vezes por semana, essa é uma iniciativa aprovada.
"Em cada um dos dias, ando cerca de 30 km. Saio do Cruzeiro, vou à
Asa Sul, Asa Norte, UnB. É muito bom esse trabalho que está sendo feito
na cidade para priorizar os ciclistas", disse o jovem de 28 anos.
Essa mudança cultural em relação ao transporte será estimulada ainda
mais com a disponibilização de 400 bicicletas aos brasilienses e
turistas. A iniciativa faz parte de um projeto do GDF que colocará em
funcionamento, antes do Mundial, 10 estações e 100 bikes para
compartilhamento. A previsão é que, até o segundo semestre, outras 30
estações e 300 veículos estejam disponíveis ao público.
"O GDF apoia o uso das bicicletas. Por isso, estamos realizando uma
série de ações para incentivar a população a usar esse meio de
transporte, que é sustentável e ocupa espaço muito menor do que um
carro", destacou o secretário de Governo, Gustavo Ponce de Leon, em
entrevista à Agência Brasília.
FUNCIONAMENTO – Esse projeto terá custo zero para o
governo local, já que a empresa pernambucana Serttel, vencedora da
chamada pública para instalação do sistema, captará recursos com
utilização de publicidade.
Já os usuários têm de pagar apenas uma taxa anual de R$ 10,
descontada em cartão de débito ou crédito, e fazer um cadastro on-line,
com informação do CPF, RG e endereço, em um site, que está em criação.
Quando desejar pedalar pela cidade, basta o interessado ligar para a
central ou solicitar a liberação da bicicleta pela internet. Depois
disso, ele tem direito a utilizar o meio de transporte por uma hora,
ininterruptamente. Caso queira continuar com o veículo, ele deverá ser
recolocado em uma das estações, de onde será liberado novamente após 15
minutos, sem custo.
Outra opção é utilizar ininterruptamente e pagar a taxa de R$ 5 por
hora excedente. "Isso é uma medida para que um número máximo de pessoas
consiga utilizar a bicicleta e não ocorra uma espécie de monopólio",
acrescentou Gustavo Ponce.
As bicicletas possuem um chip de identificação e são feitas de
material resistente, com dupla camada de alumínio e um tipo de plástico,
o poliestireno. Já as estações, com placas fotovoltaicas para captar
energia solar, têm capacidade para 10 vagas. As bicicletas são
destravadas após "autorização eletrônica", feita automaticamente pelo
sistema.
Ciclista, Uirá Felipe Lourenço, que faz parte da ONG Rodas da Paz,
avaliou como positiva a iniciativa de disponibilizar bicicletas à
população. Ele destacou os avanços ocorridos nos últimos anos e deu
dicas de melhorias que podem ser adotadas para respeitar ainda mais quem
optar por pedalar.
"Colocar bicicletas públicas é uma iniciativa bastante favorável. É
uma atitude que pode favorecer o uso do veículo. Vejo no dia a dia que a
cidade tem um grande potencial para isso, que tem tido mais ciclovias.
Agora, temos de observar a questão da continuidade delas e de
fiscalização, para que carros não as invadam", lembrou.
PEDESTRES – Além de estimular meios alternativos de
transporte, o governo local intensificou as melhorias para os pedestres,
como a construção de calçadas com acessibilidade, paisagismo e
instalação de baias de ônibus. De acordo com a Novacap, foram investidos
R$ 20,4 milhões, somente na área central do Plano Piloto (setores
hoteleiros Sul e Norte) e no Eixo Monumental.
"Essa obra faz parte de um projeto para deixar a cidade mais moderna,
funcional, sem impactar ou danificar o tombamento. É uma forma de
transformar Brasília, a partir do recebimento da Copa do Mundo, deixando
um legado para a população", destacou a diretora de Obras Especiais da
Novacap, Maruska Lima.
Fábio Magalhães e Ailane Silva, da Agência Brasília
==> Fotos: Hmenon Oliveira / Brito
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