SUPERLIGA FEMININA 13/14: Unilever é eneacampeã

A Unilever (RJ) é eneacampeã da Superliga feminina de vôlei. Neste domingo (27.04), o time carioca venceu o Sesi-SP por 3 sets a 1 (21/11, 21/12, 13/21 e 21/16), em 1h47 de jogo, no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (RJ), e ficou com o título da edição 13/14. A equipe do Rio de Janeiro é a maior vencedora da história da competição e disputou sua décima final consecutiva.

Ao final da partida, o técnico Bernardinho falou sobre a importância da força do grupo que tem em mãos para trabalhar.

"Tem dois componentes que eu considero fundamentais que digo e acredito: muito trabalho e união do grupo. Isso é uma causa que essas jogadoras defendem e é muito bonito. Nós construímos isso e elas são as grandes representantes. Nosso grupo tem base sólida para trabalhar e o resultado é esse", comentou Bernardinho.

Mesmo depois da conquista do título, o treinador ainda falou sobre os momentos não muito positivos de sua equipe durante a final.

"Hoje, fomos traídos um pouco pelo emocional no terceiro set, elas se soltaram e nós falhamos na hora de fechar. O mais importante é que soubemos retornar. Essa foi uma temporada de superação e as meninas souberam acreditar na força do grupo", destacou Bernardinho.

O comandante da Unilever ainda destacou o valor da levantadora Fofão, que ergueu o troféu do time carioca aos 44 anos, foi ainda eleita a melhor em quadra e levou o Troféu VivaVôlei para casa.

"A Fofão é a síntese da atleta que inspira as pessoas pela paixão que tem pelo que ela faz. É uma jogadora que tem que estar sempre no voleibol, porque é um exemplo para todas as jovens. Ficou praticamente 15 dias sem treinar, mas sempre esteve com a equipe em todos os treinos. Antes do jogo eu disse a ela: 'obrigado por tudo que você fez e, conseguindo ou não conseguindo, está bom'. Ela merece o que colheu e ver o time todo em volta dela foi fantástico ", elogiou Bernardinho.

Sem clima de lamentações, a capitã do Sesi-SP, Fabiana, declarou que o momento era de festa também para o time vice-campeão.

"Poucas pessoas acreditaram na nossa equipe e acredito que a Unilever também tinha essa sensação. Acho que, por isso, essa foi uma final diferente, especial e o segundo lugar é praticamente como o primeiro. Claro que não era o que queríamos, não fizemos o nosso melhor jogo hoje, mas estou muito feliz. A maioria do nosso time veio para a final pela primeira vez, a comissão técnica toda trabalhou muito bem, está de parabéns e o nosso time esteve unido durante todo o tempo", disse Fabiana.

JOGO

A Unilever começou melhor e fez os quatro primeiros pontos da partida (4/0). A equipe carioca foi para o primeiro tempo técnico vencendo por 7/1. Numa bola de contra-ataque da ponteira sérvia Mihajlovic, a equipe carioca abriu seis pontos (11/6). Com um ace da levantadora Fofão, o time da casa foi para a segunda parada técnica com oito de vantagem (14/6). A Unilever seguiu melhor até o final e venceu o primeiro set por 21/11.

Assim como o primeiro set, o segundo começou favorável a Unilever, que abriu 3/0. No ponto de saque da central Carol, a equipe carioca chegou a 5/1. O Sesi-SP buscou reação e, também com ace da central Fabiana, reduziu a diferença para 6/4. Com um ace da ponteira Gabi, a Unilever voltou a abrir no marcador (10/6). A vantagem do time carioca voltou a cair para dois pontos depois do bom saque da ponteira Pri Daroit. Mas a Unilever voltou com o bom ritmo e, contando com erros do adversário, abriu 17/11. Quando o placar foi para 18/12, o técnico Talmo de Oliveira pediu tempo. A ponteira Amanda entrou para sacar na Unilever e, no ace, fez 19/12. Com mais um ponto de saque de Amanda, o time carioca fez 21/12.

Justamente o oposto aconteceu no início do terceiro set, quando o Sesi-SP esteve melhor e a Unilever caiu de produção. O time visitante dominou o jogo e fez 7/1 no primeiro tempo técnico. Na volta, Suelle ainda conseguiu um bom ataque e fez o oitavo ponto. O treinador Bernardinho trocou as ponteiras. Entrou Régis e saiu Mihajlovic. Mesmo com a substituição, a Unilever seguiu com dificuldade na recepção e o time paulista fez 14/4. Com bons ataques da oposto Bruna, o time carioca diminuiu a diferença (15/9). O Sesi-SP segurou a vantagem até o final e venceu o terceiro set por 21/13.

A Unilever voltou a jogar bem no início do quarto set e fez 6/1. Com um ataque da central Juciely, a equipe carioca fez 7/2. Com uma boa sequência de saques da ponteira Pri Daroit, o time paulista diminuiu a vantagem (10/7). No segundo tempo técnico, o Sesi-SP tinha três de vantagem (14/11). O time carioca se manteve na frente até o final do set e venceu a parcial por 21/16 e o jogo por 3 sets a 1.

EQUIPES:

UNILEVER: Fofão, Sarah Pavan, Mihajlovic, Gabi, Juciely e Carol. Líbero - Fabi

Entraram: Bruna, Roberta, Amanda e Régis

Técnico - Bernardinho

SESI-SP - Dani Lins, Ivna, Dayse, Suelle, Fabiana e Bia. Líbero - Suelen

Entraram: Carol Albuquerque, Mariana e Pri Daroit

Técnico - Talmo de Oliveira

GALERIA DE FOTOS

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SUPERLIGA FEMININA

27.04 (DOMINGO) - Unilever (RJ) 3 x 1 Sesi-SP (21/11, 21/12, 13/21 e 21/16)

LOCAL: Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro

TEMPO DE JOGO: 1h47 de jogo

TROFÉU VIVAVÔLEI: Fofão

MAIOR PONTUADORA: Gabi (Unilever), com 14 pontos

MELHORES DO CAMPEONATO:

Saque - Tandara (Vôlei Amil)

Ataque - Andréia (Pinheiros)

Bloqueio - Thaísa (Molico/Nestlé)

Recepção - Verê (Brasília Vôlei)

Defesa - Monique (Banana Boat/Praia Clube)

Levantadora - Macris (Pinheiros)

A superação de Fofão

Um ícone do vôlei brasileiro e, especialmente, da posição, a levantadora Fofão foi um dos principais destaques da Unilever na campanha até a conquista do título da Superliga 13/14. Fofão liderou o grupo carioca durante parte da competição e se viu obrigada a ficar fora durante dois meses devido a uma lesão na panturrilha esquerda. Voltou no playoff e ajudou a levar a Unilever (RJ) pela nona vez ao degrau mais alto do pódio.

A levantadora sabe que sua força de vontade e o poder de superação foram essenciais nessa conquista. Mas também tem outros fatores que ela considera importantes nessa caminhada, em especial na partida deste domingo.

"Essa semana foi tensa porque não consegui me recuperar a tempo para a final, o que me deixou mais nervosa que o normal. O Bernardinho chegou a pensar em não começar jogando comigo, mas aí ele me falou: 'Fofão, vai até onde conseguir porque você já fez muito pelo nosso esporte'. Isso me deu mais força ainda para jogar, mesmo com dor. O medo de ficar fora foi muito grande, mas no final deu tudo certo. E joguei assim por esse grupo de jogadoras e pela comissão técnica porque eles merecem. Eu sou muito amada e respeitada por esse time, por isso só posso me doar ao máximo para eles", disse Fofão

As dores na panturrilha, então, não impediram que Fofão comandasse seu time na conquista to título.

"Teve aquela ansiedade no terceiro set e não conseguimos fechar a partida por 3 sets a 0. No quarto set, conseguimos focar novamente e saímos daqui com o título. Procuro aproveitar muito momentos como o de hoje porque sei que a minha carreira está perto do fim. Hoje, quero curtir muito e acredito que essa é uma das vitórias que mais vou ter lembranças boas na minha carreira. O que nós fizemos aqui vai ficar marcado para sempre. Ainda não sei o que vai acontecer daqui para frente", afirmou Fofão.

Carol, de revelação a realidade

Carol já havia jogado na Unilever (RJ). Na temporada 11/12, ela era reserva e, na seguinte, se transferiu para o Pinheiros (SP). Depois de boas atuações, chamou novamente a atenção do técnico Bernardinho e, então, na temporada 13/14 retornou ao time carioca. E foi desta vez que, além de titular, a central se tornou um dos destaques da equipe. Dona do segundo melhor bloqueio da Superliga 13/14, Carol deu grande colaboração na conquista do título.

"Agradeço muito a passagem que tive aqui antes e no Pinheiros, onde consegui adquiri a maturidade de jogar mesmo. Afinal, o atleta evolui jogando. Tive o convite de retornar à Unilever e também fiquei muito feliz. Trabalhei muito nessa temporada toda e estou feliz por ter conseguido fazer um trabalho bem feito", disse Carol.

Agora, nesta final, atuando como titular da equipe mais vezes campeã da Superliga foi uma responsabilidade a mais. Porém, bem recebida pela central da Unilever.

"Esse era o meu sonho. Acho que jogar a Superliga em alto nível como foi é realmente o que todo atleta quer. E eu só tenho a agradecer a várias pessoas. Preciso agradecer muito ao Wagão (técnico do Pinheiros) pelo aprendizado que tive lá, ao Bernardo e às minhas companheiras de equipe aqui da Unilever, que sempre me ajudam muito", concluiu Carol.

Fabi, a cara da Unilever

São nove títulos da Unilever na Superliga feminina. Deles, a líbero Fabi esteve em sete. A jogadora exerce uma liderança natural em quadra, é um dos maiores exemplos da posição e uma das atletas mais queridas pela torcida. Fabi é a cara da Unilever. E na temporada 13/14, quando a equipe carioca subiu ao primeiro lugar do pódio mais uma vez, ela manteve o retrospecto de líder, exemplo e querida.

Logo após a partida, ainda emocionada, Fabi afirmou que esse foi um dos títulos mais especiais.

"Ontem foi uma noite de muitas emoções para o nosso time. O mais bacana de fazer esporte e viver finais como essa é o que antecede o jogo. Ontem falamos dessa emoção que se renova e viver essa emoção da final, ver o ginásio lotado, tudo isso é muito bom. E cada título é diferente, tem uma história, cada momento é único", contou Fabi.

A comemoração pelo eneacampeonato da Unilever foi enorme para a líbero sete vezes campeã com a equipe carioca.

"Estou muito feliz por mais um título e, principalmente, pela maneira como nos superamos ao longo de todo o campeonato. Talvez esses fossem os dois times que as pessoas não acreditavam tanto e se tornaram os finalistas. A equipe delas teve um histórico muito parecido com o nosso e isso gerou uma harmonia muito grande. Parabéns ao Sesi-SP, que pulou de nono colocado para vice-campeão e isso é realmente impressionante", disse Fabi.

A evolução de Mihajlovic

A primeira temporada no Brasil tinha que ser sob o comando de Bernardinho. A sérvia Mihajlovic já chegou ao país declarando sua admiração ao técnico da Unilever e da seleção brasileira masculina de vôlei. Depois de uma temporada juntos, a ponteira garante que sua impressão se confirmou. E destaca a parcela de responsabilidade de Bernardinho na evolução que apresentou ao longo da Superliga 13/14, até a equipe carioca subir ao degrau mais alto do pódio.

Após a partida, a ponteira ainda não sabia muito o que falar sobre o que estava sentindo.

"Não sei como me sinto. Acho que em dois dias vou entender tudo que aconteceu nessa final de temporada. Foi uma grande oportunidade vir jogar no Brasil onde o esporte é muito popular e tem muitas jogadoras de qualidade e excelentes técnicos. Muitas pessoas não acreditaram no nosso time nessa temporada, mas sabíamos do nosso potencial. Trabalhamos muito desde o início da temporada e provamos o nosso valor. Hoje podemos dizer que somos o melhor time do Brasil", disse a sérvia.

Mihajlovic ainda falou sobre o que passou ao longo de toda a temporada na equipe carioca.

"Para ser honesta, o início da temporada foi difícil. A adaptação não foi fácil. A cultura daqui é completamente diferente. O estilo de voleibol também. Acredito que evoluí muito nessa temporada e tenho que agradecer a toda comissão técnica e às jogadoras. Foi muito bom trabalhar com os melhores e só tenho que agradecer", afirmou a ponteira da Unilever.

==> Foto: Alexandre Arruda / CBV

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