Recepcionistas bilíngues querem garantir tratamento especial aos turistas em Brasília

Cristina é observadora. Estudante de turismo com experiência no atendimento a estrangeiros em feiras e eventos, ela já aprendeu que boa parte dos visitantes é tímida, mesmo quando precisa de informação. Por isso, ela toma logo a iniciativa do primeiro contato.

“Normalmente os estrangeiros ficam muito acanhados. Eles querem informação, mas ficam tímidos em perguntar, ainda mais em um país que fala português. Aí eu chego perto e já pergunto logo: ‘do you speak english?’. Eles se soltam e a conversa flui bem mais”, contou a moça de 24 anos, fluente em inglês.

Ela é uma das 36 recepcionistas bilíngues contratadas pela secretaria de Turismo do Distrito Federal para o trabalho nos Centros de Atendimento ao Turista de Brasília. Os profissionais passaram por treinamento teórico e prático em março, e o curso abordou temas como a história da capital e do país, as regras de etiqueta social para receptividade de visitantes e os atrativos turísticos de Brasília. A capacitação é muito importante, mas, para Cristina, a rotina é a grande professora.

“A preparação é diária, a cada dia vou ganhando experiência. Os turistas pedem mapas, querem informações de roteiros a pé, explicações sobre os pontos turísticos e precisam saber os horários de visitação dos monumentos. Quero ajudar ao máximo, para que eles se sintam confortáveis em Brasília”, disse.

Cristina também tem outro objetivo: mostrar aos visitantes que a capital vai além da Praça dos Três Poderes, da catedral e dos pontos turísticos mais conhecidos. Para ela, a Copa será um ótimo momento para sugerir roteiros que permitam aos turistas conhecer outros atrativos da cidade e que explorem o potencial de ecoturismo de Brasília e do entorno. A expectativa do Governo do Distrito Federal é de que 600 mil visitantes passem pela capital durante o Mundial. 

Japoneses em casa

A equipe do Japão só jogará em Brasília se tiver que disputar o terceiro lugar da Copa, mas os turistas nipônicos que vierem ao país e quiserem conhecer a capital federal poderão pedir informações na língua materna a Rosa Yda, fluente em japonês.

“Estou estudando muito, porque a gente tem que ter humildade para das informações. Eles são muito estudiosos e quero estar muito bem preparada para explicar o que for preciso”, disse.

Prova de que Rosa faz os japoneses se sentirem em casa foi dada em junho do ano passado, na Copa das Confederações. A seleção do Japão disputou em Brasília a abertura da competição de 2013 e ela acompanhou a delegação desde a chegada ao Aeroporto Juscelino Kubitschek.

“Acompanhei a equipe no aeroporto, no hotel, nos jantares, no dia do jogo. Explicava onde deviam ficar, tirava dúvidas. Eles são muito curiosos e queriam saber mais sobre a cidade, queriam entender o projeto arquitetônico de Brasília”, exemplificou a neta de japoneses.

O trabalho permitiu a Rosa assistir ao jogo e ela vibrou com a vitória brasileira por 3 x 0, mas o que mais marcou foi a reação dos japoneses. “Antes do jogo, eles estavam ansiosos, sentiam-se honrados por jogar com o Brasil, mas estavam esperançosos. No fim do jogo, eles ficaram muito tristes, nunca vou esquecer”, contou.

Para ela, a meta agora é receber bem os turistas japoneses da Copa, mas as origens nipônicas não a deixam em dúvida. A torcida dentro de campo é pelo hexa. “Vou torcer pelo Brasil e só pelo Brasil”, finalizou. 

Carol Delmazo -  Portal da Copa 

==> Foto: Carol Delmazo / Portal da Copa

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