Na atual circunstância em que os museus
brasileiros se preparam para atender ao Estatuto de Museus, e a elaboração
de seus planos museológicos até 2014, é muito oportuna a indicação das
diretrizes trazidas no livro Gestão
de museus, um desafio contemporâneo: diagnóstico museológico e
planejamento, da museóloga Manuelina Maria Duarte
Cândido, lançamento da Editora Medianiz.
Um dos grandes desafios da museologia
contemporânea é a elaboração de um diagnóstico adequado ao planejamento e
à gestão de museus. Com essa afirmação e experiência na área, a autora
apresenta os resultados da força do diagnóstico museológico como um
instrumento necessário à qualificação dos museus. Seu ponto de partida é a
reflexão sobre a conexão profunda entre teoria e a prática na gestão de
museus, concluindo que os desafios maiores são a sistematização dos
diagnósticos para a gestão e o planejamento; o desvendamento do possível
descompasso entre teoria museológica e as práticas nos museus; e a
dificuldade em fixar os mesmos parâmetros diagnósticos para instituições
tão diferentes.
Organizado em cinco capítulos, o livro
apresenta a trajetória dos museus e da Museologia, exemplos de avaliações
museológicas, vasta bibliografia, um rico levantamento de diagnósticos
feitos em diversas instituições e uma matriz para ser aplicada nos
diagnósticos museológicos e planejamentos institucionais.
O primeiro capítulo analisa a trajetória
dos museus e da Museologia, identificando aproximações e paralelos entre o
fazer museal e a produção do conhecimento em Museológica. O segundo faz um
mergulho em possíveis descompassos e apresenta como um pequeno universo de
museus se relaciona com o campo do saber da Museologia. O terceiro busca
perceber a abertura dos museus à avaliação, traçando um panorama de
diversos tipos de avaliações setoriais. O capítulo seguinte trabalha a
bibliografia disponível sobre gestão de museus, em suas múltiplas áreas,
mapeando os aspectos considerados relevantes para a análise ou
constituição de museus. Por fim, o quinto capítulo apresenta o
levantamento e a análise de diagnósticos realizados em diversas
instituições.
No lugar da criação de regras que possam
ser utilizadas para a realização do diagnóstico, a autora envereda pela
reafirmação de um conhecimento museológico “capaz de desenvolver no
‘diagnosticador’ os elementos imponderáveis: faro, golpe de vista,
intuição”, como propõe o historiador italiano Carlo Ginzburg, como
condição para a aproximação com o museu como objeto de avaliação global
que se denomina diagnóstico museológico.
Sobre
a autora - Manuelina Maria Duarte Cândido é professora de
Museologia da Universidade Federal de Goiás, desde 2009, obteve o título
de doutora em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias, Lisboa (2012). Graduada em História pela Universidade
Estadual do Ceará (1997), com especialização Organização de Arquivos
(1997) e Museologia pela Universidade de São Paulo (2000), onde realizou o
mestrado em Arqueologia (2004). Coordenou o Núcleo de Ação Educativa do
Centro Cultural São Paulo (2004) e dirigiu o Museu da Imagem e do Som do
Ceará (2007-2008). Recebeu a Medalha de Honra ao Mérito 80 Anos da Escola
de Museologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
(UNIRIO), em 2012, e integrou a Comissão Conceitual da 23ª Conferência
Geral do Conselho Internacional de Museus (ICOM), realizada no Rio de
Janeiro (agosto de 2013).
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