A obra de Carlos Lin,
recentemente, propõe um novo olhar para a linguagem visual, conjugando imagens
fotográficas, pinturas, desenhos, textos e objetos variados, além de sons e
imagens em movimento. A poética do artista se faz de forma “bricoleur”. A junção de elementos
díspares investiga a instalação e a bricolagem como linguagens capazes de
dialogar com a arte contemporânea.
As imagens instauram um novo
olhar sobre a imagem, sobre a memória e sobre a persistência do ato poético. As
palavras revelam uma tentativa de síntese ao conjuga o sentido e a forma de
enunciação. Os objetos transferem vestígios do mundo vivido para o espaço da
galeria; conservando o caráter de experimentos, transformando-os em linguagem
poética por uma forma particular de pensar e produzir arte.
Sua obra resgata a estética do
informe e a insere como prática cotidiana em um processo permanente de
transformações do tempo no espaço. Há uma matriz construtiva e uma série
organizada de referências que perpassam seu trabalho, atualizando contribuições
e subvertendo a tradição, ao congregar, numa mesma experiência, aspectos
particulares da história da arte e da tradição cultural que, normalmente, não
são encontrados justapostos.
Sua poética se ancora em uma
originalidade singular, revelando composições possíveis a partir de elementos,
aparentemente, desconexos, como questionadores do estatuto costumeiro da obra
de arte. Em paralelo à regularidade formal de certos elementos, haverá a
organicidade e irregularidade de outros.
O trabalho de Carlos Lin se
compromete com uma reflexão filosófica em torno de questões fundamentais para a
arte contemporânea, como é o caso da visibilidade, da presença ou da ausência
do referente, da participação ou alienação do corpo, da construção poética como
processo, entre outros.
Podemos perceber a intenção de
questionar o afeto (num esquema quase emblemático sobre o amor e algumas das
suas configurações), a problemática em torno da condição humana (vinculada aos
aspectos simbólicos do pertencimento e do abandono) e a abertura ao espaço
infinito como metáfora do eterno (o chão, a rachadura como o lugar de
transferência para as aspirações humanas, aquilo que falta como núcleo do
desejo).
A ideia norteadora desse projeto
é a de se pensar o lugar da arte no imaginário contemporâneo. O projeto “Percaminhos”
possibilita um reencontro com o imaginário a partir de registros técnicos e
mecânicos que ocuparão o espaço da galeria.
Dentro de tal perspectiva, o
projeto tem relevância naquilo que provoca no visitante, ou seja, a reflexão em
torno de questões centrais da produção contemporânea de arte, além de se
oferecer como proposta para a experiência poética e a interação.
Sobre a Alfinete Galeria:
Dalton Camargos
idealizou a Alfinete Galeria após visitar lugares semelhantes em Nova York. O
espaço tem uma pauta despretensiosa, que se inicia com uma série de exposições
mensais, agendadas até o fim de 2013. Mas espetáculos teatrais e feiras de
livros também estão na pauta da galeria, que não tem um formato direcionado,
mas está aberta à diversas linguagens.
“A Alfinete Galeria é um
lugar de muitas pessoas. Amigos, artistas e atividades diversas vão transformar
o pensamento e determinar o fluxo da galeria”, convida Dalton Camargos.
Além da mostra Percaminhos, de Carlos
Lin, a fachada da Alfinete Galeria recebe pintura de de Júlia Gonzalez. Na
abertura, haverá intervenção musical de Alex Queiroz e Performance musical do coletivo
SCLRN, com Oziel e Milton Marques.
A abertura, no dia 7 de
setembro, vai contar com uma parceria inédita na comercial da 116 norte. A Alfinete
Galeria se une à reinauguração do Lolla Lab e ao Café Savana, que recebe a
mostra Quem Procura Acha, de Luis Jungmann Girafa.
Serviço: Mostra “Percaminhos”, de Carlos Lin
Local: Alfinete Galeria (SCLN 116 – Bloco B – Loja 61 – Subsolo)
Abertura: 7 de setembro de 2013 às 17 horas
Visitação: De 7 de setembro a 7 de outubro de 2013
De quarta a sábado, das 15 às 20 horas.
Entrada Franca
Classificação Indicativa: Livre==> Foto: Dalton Camargos
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