Artilheiro Walter vira garçom, e Goiás elimina o Flu na Copa do Brasil

Quando o seu atacante tem 21 gols na temporada e vive boa fase, é natural que você deposite nele a esperança de inverter um resultado adverso. Mesmo que ele fure um lance perto da pequena área. O que não é de se imaginar é que ele vá colaborar com passes para uma classificação no mata-mata. Mas foi isso que Walter fez a favor do Goiás na noite desta quarta-feira, no Serra Dourada, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Partiu do centroavante os toques finais para Renan Oliveira e William Matheus marcarem os dois gols na vitória sobre o Fluminense, por 2 a 0, que garantiu o Esmeraldino nas quartas.  

Como tinha perdido por 1 a 0 no Rio de Janeiro, cabia aos goianos vencer por dois gols de diferença. Agora, o Goiás espera o vencedor do confronto entre Vasco e Nacional-AM. Os cariocas fizeram 2 a 0 na primeira partida, em Manaus, e podem perder por até um gol no Rio de Janeiro que garantem a vaga. O jogo acontece nesta quinta, em São Januário.

- Valeu o esforço de todos. Fizemos uma grande partida, valeu pela dedicação de todos. Estamos nos doando. Vamos comemorar porque foi uma vitória heróica. Temos que manter até o final esse espírito - vibrou Dudu Cearense.

Já na escalação Vanderlei Luxemburgo voltou a inidicar mudança no time do Flu. Desde a sua estreia contra o Cruzeiro, no fim de julho, o técnico vem tentando de tudo um pouco na escalação. Entre ausências por lesão, suspensão e convocação, tentou achar uma formação com o que de melhor tinha à disposição. E usou cinco esquemas diferentes. Iniciou com o 4-4-2, passou pelo 3-5-2, arricou um 4-3-3, retraiu-se mais em um 3-6-1 e chegou ao 3-4-3 nesta quarta. Não contava era com a inversão da vantagem pelo adversário e uma retranca nos minutos finais. Para Gum, o pecado foi não mandar para a rede as chances.

- Infelizmente não saiu o gol. Tomamos dois gols de contra-ataque. Estamos chateados, dói muito porque queríamos a classificação. Apertamos eles e erramos. Chateado porque independente da data especial, quando o jogo começou isso foi esquecido e só pensamos em ajudar a equipe a buscar a classificação - analisou o zagueiro.

Um lance fatal

Como quem quisesse se redimir do pênalti perdido no jogo de ida, Walter começou chamando a responsabilidade. Bola lançada na área, ele aparecia. Era para fazer o pivô, o centroavante protegia a bola e deixava para algum companheiro em melhor condição. Chutou de fora da área rente à trave também. Mas foi um passe que deu mais animação à arrastada partida.

Antes disso, porém, o que se viu foi um Goiás utilizando bastante Renan Oliveira pela esquerda, Vítor pela direita, e parando na defesa tricolor nos insistentes cruzamentos. Isso até o lateral acertar a bola na cabeça de Hugo, que mandou no travessão. E um Fluminense com dificuldade para encontrar o elo de ligação do meio para o ataque. Fora o passe de Diguinho na medida para Fred, que perdeu a chance de abrir o placar cara a cara ao demorar a finalizar, nada de muito empolgante no Tricolor. Pelo contrário: houve foi motivo para lamentar.

Diguinho sentiu uma fisgada na coxa esquerda e pode aumentar de seis para sete o número de jogadores no departamento médico das Laranjeiras. Willian entrou em seu lugar. Em um dos lances, a promessa do Flu caiu, pediu falta, o juiz mandou seguir e o alerta da bola no travessão virou sinal vermelho quando Walter tocou para Renan Oliveira. O meia correu em velocidade, passou com facilidade por Anderson e tocou na saída de Diego Cavalieri para deixar a disputa igual, aos 45 minutos do primeiro tempo.

No corpo e na raça

O Goiás ainda precisava de mais um gol para ficar em vantagem. Não demorou muito para alcançar o objetivo na volta do intervalo. Um chutão despretencioso da defesa foi na direção de Walter. A bola passou pelo atacante, Igor Julião tinha o domínio do lance, mas abdicou de ir atrás da bola para proteger com o corpo e chamar a falta. Walter ganhou e tocou para William Matheus sozinho na área. O lateral-esquerdo até se enrolou um pouco, mas conseguiu fazer seu terceiro gol na carreira.

Antes de ser substituído por Neto Baiano, Walter ainda furou feio um lance quase na pequena área. Por outro lado, Fred mandou na trave num suspiro de esperança para os tricolores. E o time de Enderson Moreira se fechou. Resolveu defender com unhas e dentes a classificação sem se preocupar muito com o ataque.

Os jogadores do Flu ainda reclamaram de cera dos goianos, mas não se exaltaram tanto como quando o juiz Luiz Flávio de Oliveira parou a partida para ser atendido. O próprio árbitro passou mal aos 41 minutos, pediu água e foi atendido pelo departamento médico do Goiás até retomar o jogo. Segundo quarto árbitro, Luiz Flávio de Oliveira sentiu cãimbra. Para compensar, apontou seis minutos de acréscimo. O placar, no entanto, não teve nenhum acréscimo de gol. O Esmeraldino decretou a classificação. E os tricolores reclamaram muito ao apito final.

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto: Reprodução Globoesporte

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