Uma vitória implacável do primeiro ao último minuto. Assim foi, de
forma emocionante, o triunfo do Botafogo sobre o Flamengo por 2 a 0,
neste domingo, no Engenhão. Com um gol de Julio Cesar no primeiro minuto
e de Vitinho no último, quebrou um jejum de quase três anos - a última
vitória sobre o rival fora em 18 de abril de 2010, nos 2 a 1 da
cavadinha de Loco Abreu que garantiu a Taça Rio e o título carioca. Isso
foi no Maracanã. Agora, com o primeiro triunfo sobre os rubro-negros
no Engenhão, no dia do aniversário de Zico, a equipe garantiu vaga na
final da Taça Guanabara contra o Vasco, no próximo domingo, também no
Engenhão..
Mais dois personagens foram decisivos. O goleiro Jefferson, que puxou o
contra-ataque para o segundo gol, de Vitinho. E Seedorf, que com
experiência comandou a equipe nos momentos mais críticos na partida.
Agora, ao Flamengo só resta a Taça Rio para ter esperanças de chegar à decisão do Campeonato Estadual. O time não perdia desde outubro, quando foi derrotado por 3 1 2 pelo Corinthians, no Campeonato Brasileiro.
Gol veloz
O primeiro tempo terminou com vitória incontestável do Botafogo. Sob
comando de Seedorf e Lodeiro, o time alvinegro foi superior desde o
primeiro minuto, quando abriu o placar sobre uma equipe que sequer
conseguiu dar um chute a gol em 45 minutos. E o Flamengo, que entrou em
campo com o nome de Zico às costas na camisa - em homenagem aos 60 anos
completados neste domingo -, tinha a vantagem do empate. Que virou pó
graças a uma grande jogada do novo titular da lateral esquerda
alvinegra.
Confirmado pelo técnico Oswaldo de Oliveira no lugar do negociado
Márcio Azevedo, Julio Cesar entrou querendo matar um leão. E, após
receber de Seedorf, partiu da esquerda para o meio driblando o primeiro,
depois o segundo e o terceiro, até bater cruzado, sem defesa para
Felipe: golaço alvinegro numa defesa que não via a bola entrar na rede
havia quatro partidas.
Não poderia ser melhor para o Botafogo o começo. Após tomar a vantagem
do rival logo no começo, a estratégia era botar a bola no chão e tentar
conter um possível ímpeto rubro-negro. Ficou até mais fácil diante da
pouca organização do Flamengo, que sentiu o duro golpe. Na tentativa de
reagir logo, a opção era passar todas as bolas para Rafinha. A
velocidade do camisa 11 não garantia, no entanto, sequência na jogada.
Ainda por cima, Hernane passava a querer resolver sozinho - o que está
longe de ser seu forte. E Carlos Eduardo pouco aparecia.
Bota soberano
Melhor, muito melhor, para a equipe alvinegra. Se o camisa 10 do
Flamengo nada produzia e ainda sofria com os erros de passe e marcação
de bson e Elias, Seedorf virava o jogo com a habitual inteligência e
tinha em Lodeiro um grande parceiro. Marcelo Mattos fechava bem o
meio-campo, Fellype Gabriel fazia o vaivém sem comprometer e Lucas subia
bem pela direita. E Bolivar voltou a aparecer de surpresa na área
adversária, em boa cabeçada que Felipe defendeu. Na frente, no entanto,
Rafael Marques se atrapalhou sempre - furou até bicicleta.
Se tivesse um atacante melhor, o Botafogo poderia muito bem ter
aumentado a vantagem. A defesa rubro-negra, lenta com Wallace e
González, dava espaços, ao contrário da alvinegra. O Flamengo não
conseguia chutar a gol. Sequer abria o jogo pelas laterais - Léo Moura
voltava a fechar para o meio e João Paulo apoiava mal.
Aos 38 minutos, Oswaldo de Oliveira sacou Andrezinho, que se contundiu
mas era o jogador com atuação mais fraca no meio-campo, para pôr
Gabriel, aumentando mais ainda o poder de marcação. Um choque de cabeça
entre González e Fellype Gabriel - sem graves consequências - esfriou
mais ainda os times no fim da primeira etapa. Com uma vantagem alvinegra
embalada por momentos inspirados do camisa 10, Seedorf.
Mexidas no Fla
Dorival Junior mexeu no Flamengo. Sacou os reforços mais badalados da
temporada mas apáticos em campo - Elias e Carlos Eduardo - para pôr
Renato Abreu e Rodolfo. E a primeira jogada de ataque do Flamengo na
partida ocorreu aos quatro minutos, quando João Paulo cobrou falta pela
esquerda para Renato cabecear. Jefferson fez a defesa.
Renato até melhorou um pouco o meio-campo do Flamengo. Mas Cáceres,
lento, errava, e muito, na saída de bola. Do lado alvinegro, Lodeiro
sobrava na partida. Numa falta levantada na área rubro-negra, Fellype
Gabriel - outro muito bem na partida - por pouco não ampliou o placar.
Felipe defendeu, mas o árbitro já dera falta do jogador alvinegro.
O técnico rubro-negro mexeu novamente. Tirou Cáceres e botou Gabriel,
recuando Ibson. Pelas laterais, João Paulo e Léo Moura procuravam abrir
mais as jogadas, mas encontravam na defesa Bolívar e Dória bem seguros.
E, aos 20minutos, houve um lance polêmico: Rodolfo arriscou chute
próximo da meia-lua. A bola tocou no braço de Marcelo Mattos. O árbitro
Graziani Maciel Rocha interpretou como bola na mão.
O Fla cresceu um pouco na partida. João Paulo, mais acionado, fez bom
cruzamento para cabeçada de Hernane. Jefferson espalmou e, no rebote,
foi com o pé esquerdo para impedir o gol do atacante rubro-negro. Pouco
depois, Gabriel, o rubro-negro, começou a aparecer na partida e por
pouco não empatou ao bater com perigo de fora da área. Jefferson voou e
fez a defesa mais bonita da partida.
Lodeiro, cansado, deu vez a Vitinho, que passou a usar a velocidade nos
contra-ataques. A partida ficou lá e cá. Ibson obrigou Jefferson a
outra grande defesa. Vitinho também deu trabalho para Felipe. Depois,
teve mais duas chances, a última após entrar livre na área.
A partida, emocionante até o fim, teve Felipe na área do Botafogo
tentando o gol de empate. Jefferson salvou e puxou o contra-ataque para
Vitinho, depois de perder várias chances, fazer o gol que levou a
torcida alvinegra ao delírio. Nada mais justo para quem teve melhor
organização em campo. Agora, é esperar o Vasco
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reprodução Sportv
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