Um mergulho na correspondência – e na alma – de John Lennon

“A reação de John Lennon à maioria das coisas, fosse alegria ou raiva, medo ou aversão, diversão ou fúria, era escrever. Ele reagia com palavras, não apenas com música. Era totalmente natural para ele levar a caneta ao papel sempre que tinha uma ideia, um pensamento ou o desejo de se comunicar.” (Hunter Davies, 2012)

Relato algum poderia explicar melhor a razão para a publicação de uma obra como As cartas de John Lennon, organizada por Hunter Davies. E é com a frase acima, de autoria do próprio Davies, que tem início o livro que a Editora Planeta traz ao Brasil, no dia em que Lennon completaria 72 anos (9/10) e no mês em que se comemoram os 50 anos do primeiro lançamento dos Beatles, o compacto que trazia as músicas Love me do e P.S. I love you. O lançamento será mundial e simultâneo nos Estados Unidos, América Latina e Europa.

Autorizada por Yoko Ono, As cartas de John Lennon (Editora Planeta, 400 pp., R$ 59,90) é uma biografia inédita do músico feita totalmente por meio de cartas, bilhetes, autógrafos, recados e cartões-postais, para a família, esposas, amigos, jornais, advogados, fãs, colegas de trabalho e até para a lavanderia. Algumas delas são irônicas e engraçadas; outras, mais informativas; outras, ainda, agressivas. Mas há também aquelas – a maior parte delas – em que ele revela um lado doce e delicado.

Cada carta é precedida de uma introdução, esclarecendo quem era o destinatário e explicando melhor o conteúdo. Muitas delas – a maioria – são apresentadas com o fac-símile da missiva original, com a letra de Lennon e às vezes com os desenhos que ele adorava fazer para personalizar suas correspondências.

Um caso curioso e bastante conhecido entre “beatlemaníacos” é o da brasileira Lizzie Bravo. Em 1968, ela fazia “plantão” em frente aos estúdios da Abbey Road, junto com várias outras garotas, quando foi chamada por Paul McCartney para cantar no coro da já clássica Across the universe, junto de outra fã. Lizzie aproveitou para fotografar John durante a gravação e, alguns dias depois, em frente à casa de McCartney, teve a foto autografada por Lennon, que também está no livro.

Escrito pelo britânico Hunter Davies, amigo e biógrafo “oficial” dos Beatles – ele lançou a primeira biografia da banda, The Beatles, em 1968 –, o livro é uma maneira diferente e original de conhecer um pouco mais sobre a vida de um dos maiores ídolos da música pop, morto em 1980 em Nova York e até hoje com fãs fervorosos espalhados por todo lugar. As cartas foram garimpadas por Davies ao longo de muitos anos, e foram encontradas nos quatro cantos do mundo, quase sempre nas mãos de colecionadores de objetos que pertenceram a celebridades e que frequentam leilões atrás dessas relíquias.

O livro é dividido em 23 partes, cobrindo desde a infância de John, com seus primeiros desenhos e bilhetes para a família, até os seus anos finais em Nova York. Traz, também, um prefácio escrito por Yoko Ono.

Sobre o autor

Hunter Davies (1936-) é um escritor e jornalista britânico, bastante conhecido no meio musical por ter feito a única biografia autorizada dos Beatles (The Beatles, de 1968, relançada em 2002 em nova edição). Tem mais de 40 livros publicados, entre romances, histórias infantis e títulos nas áreas de história e esporte, além de biografias. Atualmente escreve para os periódicos britânicos Sunday Times e The New Statesman. Ele vive em Londres com a esposa, a escritora Margaret Forster.

As cartas de John Lennon
Autor:
  Hunter Davies
Editora:
Planeta
Páginas:
400
Preço:
R$ 59,90

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