O Palmeiras pensa muito no Campeonato Brasileiro, mas está mais próximo
de avançar na Copa Sul-Americana. Em meio à luta contra o rebaixamento
na competição nacional, o time de Gilson Kleina manteve o padrão dos
últimos jogos e bateu os colombianos do Millonarios por 3 a 1, nesta
terça-feira, no Pacaembu – pelo jogo de ida das oitavas de final do
torneio internacional. Com o resultado, o Verdão pode até perder por um
gol de diferença na partida de volta, dia 23 de outubro, em Bogotá.
No terceiro jogo de Gilson Kleina, a terceira vitória e o terceiro
duelo seguido com três gols marcados. Ótimo cartão de visita do
treinador neste início de trabalho. Além disso, todos os duelos tiveram
gols antes dos 15 minutos do primeiro tempo, mostrando um Palmeiras
muito mais ligado em campo.
O jogo não foi dos mais atrativos, tanto que apenas 6.152 pagantes
compareceram ao estádio. Valeu muito mais por algumas atuações
individuais do que pelo resultado. Os reservas Obina e Tiago Real
fizeram os gols da vitória, e Daniel Carvalho teve boa atuação,
participando de duas jogadas decisivas. Luan completou o placar. No
entanto, um gol contra de Artur deixou a decisão da vaga indefinida.
O Millonarios não representou tanto perigo ao Verdão e só teve dez
minutos de bom futebol, na metade do segundo tempo. O time que levou de
oito do Real Madrid, em amistoso na semana passada, levou mais um do
Real – o Tiago. Mesmo assim, conseguiu um gol que pode representar a
classificação. Os colombianos precisam fazer dois gols de diferença em
casa.
- Era para não tomar gol. Mas o importante é que a gente venceu e agora
é pensar no São Paulo - disse Valdivia, que entrou no fim do jogo.
Como o segundo duelo entre Palmeiras e Millonarios será somente no dia
23 de outubro, em Bogotá, o Verdão, como disse Valdivia, agora volta
toda as suas atenções para a briga contra o rebaixamento no Brasileirão.
No sábado, a equipe terá pela frente o clássico contra o São Paulo, às
16h (de Brasília), no Morumbi, em partida válida pela 28ª rodada.
Substitutos resolvem
A uma hora do início da partida, os colombianos e simpatizantes do
Millonarios já faziam barulho na área de visitantes do Pacaembu. O ânimo
das arquibancadas, porém, não se repetiu dentro de campo. Muito acuado,
o time visitante não ofereceu resistência a um ligado e motivado
Palmeiras. Mesmo com o foco no Brasileirão, Gilson Kleina conseguiu
manter a pegada dos seus jogadores.
O maior interesse partiu de quem precisava provar à torcida que tem
condições de vestir a camisa alviverde. Coincidência ou não, Daniel
Carvalho e Obina fizeram de tudo para os alviverdes esquecerem um pouco
de Valdivia, no banco de reservas (poupado), e Barcos, que integra a
seleção argentina. Pouco utilizado nos últimos meses, Daniel mostrou uma
disposição que surpreendeu até o mais crítico.
Das numeradas, um desses mais exaltados não perdoava o meia do
Palmeiras. Alfinetava a cada toque de Daniel na bola. Aos 12 minutos,
ele respondeu com maestria. Um passe em profundidade, com um molho
especial que fez a bola enganar o zagueiro Torres e sobrar limpa para
Obina, outro que precisava de afirmação. O xodó ajeitou com calma e
tocou na saída de Delgado: 1 a 0. O “corneteiro” aplaudiu de pé a
jogada.
Taticamente, o Verdão encurralou o Millonarios com rápidas inversões de
bola e transição com os laterais Artur e Juninho, além do volante
Henrique. Mas o ritmo diminuiu depois do gol, e as melhores chances só
saíram na bola parada de Correa – outro substituto, que entrou na vaga
de Marcos Assunção. Uma das faltas para o volante surgiu após entrada
dura de Torres em Maikon Leite, que sentiu dores no pé direito e foi
substituído por Luan.
O time colombiano só respondeu quando a bola chegou ao capitão e camisa
10 Mayer Candelo, jogador mais lúcido da equipe que é líder do
campeonato local, mas ao mesmo tempo levou 8 a 0 do Real Madrid num
amistoso. Ele deixou Wilberto Cosme duas vezes na cara do gol, mas o
atacante não conseguiu finalizar. Sem sujar seu uniforme, o goleiro
Bruno passou o primeiro tempo inteiro se aquecendo para não perder o
foco.
Susto no fim, mas por pouco tempo
O Palmeiras vencia por 1 a 0 em casa, sem grandes sustos e pensando
mais no Brasileirão do que na Sul-Americana. E o que Gilson Kleina fez?
Lançou o meia Tiago Real no lugar de Márcio Araújo, abrindo ainda mais o
time. A troca de jogadores mostrou outra mudança, bem mais profunda: o
novo Verdão joga para pressionar o adversário e matar o jogo. O
Palmeiras de Luiz Felipe Scolari fica cada vez mais no passado.
A alteração deixou a partida ainda mais fácil para o Verdão, que ganhou
qualidade na armação e chegou rapidamente ao segundo gol. Aos oito
minutos, Luan cruzou da direita, Daniel Carvalho deixou passar, e Tiago
Real, sozinho, finalizou com precisão no canto esquerdo de Delgado: 2 a
0. Festa para os pouco mais de 6 mil palmeirenses presentes no Pacaembu.
Tiago foi o nome do segundo tempo. A boa atuação de Daniel Carvalho
parece ter servido de estímulo para o meia, concorrente direto por uma
vaga no setor. Em 45 minutos, Tiago Real buscou jogo, deixou Obina na
cara do gol, fez bons cruzamentos e arrematou a gol. Foi o suficiente
para a torcida gritar seu nome no fim da partida. O Millonarios esboçou
uma pressão entre os 20 e 30 minutos, com três lances de perigo. Bruno
fez ótimas defesas em chutes de Perlaza, Cosme e Otálvaro.
O Verdão parou de jogar e viu o rival crescer com Vásquez, que entrou
na metade do segundo tempo. Aos 39, ele foi o responsável por
desorganizar a defesa alviverde – Artur desviou um cruzamento e marcou
contra: 2 a 1. A sorte é que a boa fase voltou, e Luan fez o terceiro do
Palmeiras, aproveitando vacilo do adversário, aos 42, dando maior
tranquilidade aos alviverdes.
Do lado do Millonarios, a torcida nem se importou com a derrota.
Cantando sem parar, os colombianos festejaram por estarem ali, vendo o
time do coração jogar por uma competição internacional. E com uma ponta
de esperança na classificação.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reprodução Sportv
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