BIFF - BRASILIA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL - MOSTRA CARA LATINA

A primeira edição do BIFF – Festival Internacional de Cinema de Brasília - Brasilia International Film Festival vai homenagear a produção de cinema assinada por mulheres latino-americanas, dando relevo à participação feminina na política do continente. Só na América do Sul, três países vivem ou viveram a experiência de serem dirigidos por mulheres, com Michelle Bachelet, no Chile, Cristina Kirchner, pela segunda vez na Argentina, e Dilma Roussef no Brasil. Para isto, a curadoria selecionou produções que percorrem a história, a começar por um clássico dos anos 1950 e chegando até 2011.

A programação contará com o brilhante ARAYA, um poema documental filmado por Margot Benacerraf em 1959 e até hoje pouquíssimo exibido no mundo, embora tenha dividido o Prêmio da Crítica Internacional de Cannes com Alain Resnais por Hiroshima, Mon Amour. O filme passou muitos anos esquecido e foi recentemente restaurado, na comemoração de seus 50 anos. ARAYA já foi comparado ao clássico O Homem e o Mar, de Robert Flaherty. Mas a grade contempla também produções recentes, como a ficção ABRIR PORTAS E JANELAS, de Milagros Mumenthaler, que conquistou o Festival de Locarno, e o mais recente filme da brasileira Lúcia Murat, UMA LONGA VIAGEM, de cunho altamente biográfico.

BIFF – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE BRASÍLIA/ BRASILIA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL tem direção geral de Nilson Rodrigues e direção de programação de Anna Karina de Carvalho.

SINOPSES

ARAYA – VENEZUELA, 1959, 82 min, documentário

Direção: Margot Benacerraf

O filme retrata um dia na vida de três famílias que vivem em um dos mais inóspitos lugares do planeta – a península de Araya, situada no nordeste da Venezuela. Durante 450 anos, desde a chegada dos espanhóis à região, o sal foi coletado manualmente e empilhado em grandes pirâmides brancas brilhantes. Com vista para a área, uma fortaleza do século 17, construída como proteção contra ataques de piratas, ficou como lembrança dos dias em que o mineral valia tanto quanto o ouro. Benacerraf capta o trabalho árduo de salineiros, pescadores e demais habitantes da região, em deslumbrantes imagens de alto contraste em preto-e-branco. Um documento precioso que guarda a memória dos métodos arcaicos de trabalho, antes do seu desaparecimento definitivo com a chegada da exploração industrial.

PRÊMIO INTERNACIONAL DA CRÍTICA, NO FESTIVAL DE CANNES DE 1959 (COMPARTILHADA COM HIROSHIMA, MON AMOUR, DE ALAIN RESNAIS).

TESTEMUNHOS DE UM ETNOCÍDIO: MEMÓRIAS DE RESISTÊNCIA (Testigos de un Etnocidio: Memorias de Resistencia), COLÔMBIA, 2007, 58 min, documentário

Direção: Marta Rodriguez

Uma das documentaristas mais importantes da história do cinema colombiano, neste filme Marta Rodríguez recupera a memória do etnocidio dos povos indígenas da Colômbia, através de testemunhos e imagens de arquivo, em filme narrado com sua própria voz e a dos líderes indígenas. Marta Rodríguez seguiu a história do extermínio das culturas ancestrais, desde o momento em que começa a filma o massacre dos povos guahibos e sicuanis no município de Planas, em 1970, até os atos de violência que desencadearam o massacre do povo Awá, em 26 de agosto de 2009, na reserva indígena Gran Rosario, onde foram assassinadas cruelmente 12 personas, entre elas sete crianças. Os povos indígenas da Colômbia estão em risco de desaparecer, pelo conflito armado.

PREMIO DEL FONDO DE DESAROLLO CINEMATOGRAFICO 2008.

ABRIR PUERTAS Y VENTANAS – SUIÇA/ARGENTINA, 2011, 98 min, ficção

Direção: Milagros Mumenthaler

Com María Canale, Martina Juncadella, Ailín Salas, Julián Tello

Primeiro longa-metragem da diretora Milagros Mumenthaler. Final do verão em Buenos Aires. Três jovens irmãs, Marina, Sofia e Violeta, se veem sozinhas na casa da família após a morte da avó, que as criou. Cada uma expressa o luto à sua maneira, num clima de indolência e apatia. Marina se concentra nos estudos enquanto cuida da casa. Sofia se torna obcecada pela aparência e sai com os amigos. Quanto a Violeta, vagueia entre o quarto e a sala de estar, onde, de vez em quando, recebe um homem mais velho. A diretora apresenta suas personagens como se fossem larvas que finalmente rompem seu casulo para voar como borboletas adultas, rumo à maturidade.

PRÊMIOS DE MELHOR FILME E MELHOR ATRIZ (PARA MARÍA CANALE) DO FESTIVAL INTERNACIONAL DE LOCARNO, PRÊMIO DE MELHOR FILME IBEROAMERICANO NO FESTIVAL DE GUADALAJARA E PRÊMIO FIPRESCI, DA CRÍTICA INTERNACIONAL.

PAREDES SILENCIOSAS (Labranza Oculta) – EQUADOR, 2010, 65 min, documentário

Direção: Gabriela Calvache

A Casa del Alabado foi construída em 1671, como parte do centro histórico de Quito e sobreviveu aos tempos. Os documentos oficiais registram os nomes de colonos e arquitetos europeus que participaram de sua construção, mas a grande massa indígena que atuou como operária permaneceu no anonimado. Agora, com o trabalho de restauração do local, toda esta história está sendo revista. Labranza oculta é um documentário sobre as vidas que ficaram presas nos muros da história. Os pedreiros que restauram a Casa del Alabado narram, com humor e inteligência, suas vidas e aspirações. Convertidos em testemunhas destas histórias pessoais, os espectadores viajam ao interior da vida dos esquecidos, para recordas que são estas massas anônimas que com seu suor lavram a história.

Diretora e produtora, realizou cinco curtas-metragens que foram exibidos e premiados em festivais internacionais. Seu trabalho,'Hay cosas que no se dicen' foi exibido em Mar del Plata, Festival de Huesca, Festival de Cinema Joven de Valencia, Festival de Guadalajara, entre outros. Labranza Oculta é seu primeiro longa-metragem como realizadora.

SIBILA, CHILE/ESPANHA/FRANÇA, 2011, 95 min, documentário

Direção: Teresa Arredondo

Documentário familiar, no qual a diretora procura recuperar as consequências para a familia da escolha política de sua tia, Sibila. Viúva do escritor peruano José María Arguedas e ex-esposa do poeta Jorge Teillier, Sibila foi acusada de pertencer ao grupo terrorista Sendero Luminoso e passou 15 anos presa. Foi libertada aos 66 anos de idade. Teresa, sobrinha de Sibila, constrói um filme que pode ser chamado de “narrativa da memória”, revelando inquietudes e contestações que caracterizam o documentário contemporâneo que mistura memória familiar e história política. Nas imagens, além de Sibila, aparecem os próprios pais da diretora e seus primos.

PRÊMIO DE DIREITOS HUMANOS NO 14º BAFICI – BUENOS AIRES FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA INDEPENDENTE.

QUEM TEM MEDO? UM GOLPE EM HONDURAS - ¿Quién dijo miedo? Honduras de un golpe – HONDURAS/ARGENTINA , 2010, 90 min, documentário

Roteiro e direção: Katia Lara

Documentário. Em 28 de junho de 2009 aconteceu um brutal golpe de estado em Honduras: o exército sequestrou o presidente Zelaya. René, ator e sindicalista, se juntou à Frente de Resistência Nacional contra o Golpe de Estado. Os hondurenhos ergueram-se: pessoas resistiram apesar do viés da mídia e da repressão, em pé pelos seus direitos.

PRÊMIO DO PÚBLICO DO CINEMAISSE/FINLÂNDIA, MENÇÃO ESPECIAL DO JURI NOS FESTIVAIS ICARO/GUATEMALA E CONCORDIA/ARGENTINA.

UMA LONGA VIAGEM – BRASIL, 2011, 95 min, documentário

Direção: Lucia Murat

Com Caio Blat

Documentário de cunho altamente biográfico, conta a história de três irmãos, a partir da linha dramática da vida do caçula, que vai para Londres em 1969, enviado pela família para não entrar na luta armada contra a ditadura no Brasil, seguindo os passos da irmã. Durante os nove anos em que viaja pelo mundo, ele escreve cartas. Contrapondo-se à entrevista e às cartas, os comentários em off da irmã, presa política que virou cineasta e viaja pelo mundo, num processo inverso ao do irmão que, de viajante livre, foi obrigado a enfrentar diversos problemas. Um documentário que trabalha sobre a memória, não só pela forma como é feita a investigação, mas também sobre o motivo do filme: a morte do terceiro irmão.

PRÊMIO DA CRÍTICA MELHOR DOCUMENTÁRIO no FESTIVAL DE PAULINIA, PRÊMIOS DE MELHOR FILME, MELHOR ATOR, MELHOR DIREÇÃO DE ARTE, JÚRI POPULAR E PRÊMIO ESTUDANTIL NO FESTIVAL DE GRAMADO.

CONTATOS:

Anna Karina de Carvalho

Diretora - Director

BIFF – BRASILIA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL

Brasilia – 13-22 July 2012

www.biffestival.com

+ 55 61 33271588

==> Foto: Divulgação

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