Além da extrema habilidade no trato com a palavra, o escritor dividiu com o pai, o escritor Graciliano Ramos, a preocupação com as questões sociais e políticas. A nova edição conta com apresentação de Alcides Villaça e prefácio de Lygia Fagundes Telles. Segundo a escritora, “Ricardo Ramos foi o autor perfeito diante da fragilidade do leitor que busca encontrar no livro uma chama de esperança para aliviar o homem neste mundo tão difícil”. Alfredo Bosi, na introdução da antologia do conto brasileiro contemporâneo, organizada por ele na década de 1970, aponta que “a matéria dos textos curtos e substantivos” de Circuito fechado é “a sociedade de consumo que se reinventa pelo miúdo no elenco de objetos e hábitos compulsivos”.
Ricardo Ramos escreveu, além de nove volumes dedicados a narrativa curta, dos quais três venceram o Prêmio Jabuti na categoria Contos, Crônicas e Novelas, dois romances, três novelas juvenis e dois ensaios. Graciliano: retrato fragmentado, biografia do pai que mostra o homem por trás da figura pública de artista, foi publicada pela Globo Livros em 2011. De sua obra, que já ganhou traduções para o inglês, espanhol, alemão, russo e japonês, serão editados ainda a novela Caminhantes de Santa Luzia e o volume Crônicas selecionadas.
O autor
Quinto filho do escritor Graciliano Ramos, Ricardo Ramos nasceu em 1929, em Palmeira dos Índios, Alagoas. Em 1936, durante a ditadura Vargas, Graciliano é preso e levado ao Rio de Janeiro, e Ricardo passa a morar com o avô materno. Em 1944, aos quinze anos, pai e filho reencontram-se no Rio de Janeiro, cidade em que Ricardo inicia sua vida profissional como jornalista. No Rio, começa a escrever e publicar contos em revistas e jornais e forma-se advogado, profissão que vem a exercer. Dedica-se à publicidade, motivo de sua mudança para São Paulo, onde vive por mais de trinta anos. Estreia na ficção em 1954 com os contos de Tempos de espera. Foi também editor, professor da ESPM e presidente da União Brasileira de Escritores (UBE). Morreu em São Paulo, em 1992.
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