O amor de Glaúcia Foley pelo samba começou em Passa Quatro, Minas Gerais, onde nasceu. Ainda menina, ela frequentava as rodas de sambas da cidade, aprendendo e cantando. E nunca mais deixou de cantar. Já em Brasília, ela continuou ao lado do samba, em rodas que se formavam por todos os cantos da cidade. Agora Gláucia Foley, ainda fiel ao samba, mudou de plataforma: das rodas para o CD, com o lançamento do primeiro disco, Meu Canto.
É um emocionante tributo ao samba. Reúne canções de diversas épocas, de autores consagrados, com músicos do rico e ainda não tão conhecido circuito do samba brasiliense, reunidos pelo produtor e multi-instrumentista Evandro Barcellos, em gravações impecáveis.
Meu Canto, ao contrário do que enuncia, é um disco plural, uma grande celebração, em que canções clássicas como Peito Vazio (Cartola e Elton Medeiros) e Jamais (Jacob do Bandolim e Luiz Bittencourt), dividem espaço com outras bem conhecidas como Gotas de Veneno (Nei Lopes e Wilson Moreira) e Nasci pra Sonhar e Cantar (D. Ivone Lara).
Há cerejas no bolo: a inédita Guerreira (Roberto Serrão e Guilherme Nascimento) e a até então desaparecida Rio Seco (Romildo Souza Bastos e Toninho Nascimento), que Gláucia compartilha com Makley Mattos, cantor revelado em Brasília, que hoje é uma das sensações da noite da renovada Lapa carioca.
O canto de Gláucia Foley vem de menina, como lembra o jornalista Alexandre Manegale, também de Passa Quatro. “Ela era pouco mais que uma menina quando, num bar que freqüentávamos, chegou de mansinho numa roda de músicos e pediu para cantar um samba. A rapaziada se derreteu”, lembra ele. E ela nunca mais parou.
Ainda em Passa Quatro, Glaúcia lembra com carinho quando o pai, Dau, decidiu abrir um bar e, antes da inauguração, num cantinho onde havia um violão, virou-se para ela e disse: “Esse canto é procê, filha”. O disco é dedicado a ele.
Em Brasília, já advogada, ela cantava onde podia, mas marcou a memória dos freqüentadores da Peixaria do Deraldo, na 216 norte, onde havia uma disputada roda de samba e choro nas tardes de sábado. Mesmo juíza no Distrito Federal, casada e com um filho, ela continua com o samba correndo nas veias, até que finalmente, depois de anos de tentativas, Evandro Barcellos convenceu-a a gravar um disco.
O resultado é um resumo da trajetória de Gláucia Foley até aqui. Dos primeiros anos ela trouxe O Neguinho e a Senhorita (Noel Rosa de Oliveira e Abelardo da Silva), dos encantamentos mais recentes, extraiu Samba, Ciência da Graça (de João Callado e Moyseis Marques). A montagem do repertório do disco não foi fácil, tantas canções haviam passado por sua voz. Mas é uma seleção representativa do amor e da persistência pelo samba.
A persistência pode ser exemplificada com a gravação de Rio Seco, samba que só havia sido registrado por Elizeth Cardoso, em 1976, num disco raríssimo, e que foi descoberta por acaso, quando ela navegava pela Internet. Gláucia se deparou com uma entrevista de um dos autores, Romildo Souza Bastos, já falecido, em que ele cantava a música e se apaixonou.
Um colecionador chegou a gravar o disco da divina para que Gláucia pudesse ouvir mas, caprichosamente, a única faixa do disco que não tocava era justamente Rio Seco. Gláucia não desistiu e, mesmo diante da frágil interpretação de Romildo, tirou a música do computador e aceitou a sugestão de dividir o canto com Makley Mattos, um dos expoentes do novo samba, e que também atua como percussionista no disco.
Com o samba já gravado, e em viagem ao Rio de Janeiro, ela conheceu Toninho Nascimento, o outro autor, que se surpreendeu com a gravação. O curioso é que até agora Gláucia Foley não conseguiu ouvir a interpretação de Elizeth Cardoso.
Há outro convidado muito especial. Para gravar o solo de Jamais, uma das mais belas canções de Jacob do Bandolim, Gláucia convidou Reco do Bandolim, um grande fã do músico e um de seus herdeiros.
Gláucia Foley se apresenta inteira em seu primeiro disco, um desafio vencido, mas também o início de uma nova fase de seu canto.
Na apresentação no Clube do Choro de Brasília Gláucia terá as participações especiais dos compositores Toninho Nascimento e Roberto Serrão.
A apresentação acontece dia 02 de Junho de 2012 – Sábado a partir das 21:00 horas. Ingressos a R$20,00(inteira) e R$10,00 (meia).
Informações: Tel.: 3224.0599. Ingressos: Clube do Choro de Brasília – SDC BLOCO “G” - Funcionamento da bilheteria: 2ª a 6ª feira: 10:00 às 22:00 horas. Sábado a partir de 19:00 as 21:30 horas, ou através do site: www.clubedochoro.com.br
O Clube do Choro de Brasília fica entre a Torre de TV, o Centro de Convenções e o Planetário.
Produção: Marco Guedes (0xx-61-3225-1199 / 0xx-61-7816-5341).
Contato artista: Oxx-61-9970-0598
Não recomendado para menores de 14 anos
==> Foto: Johnson Barros
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