A eufórica festa de quatro anos atrás, quando o Rio de Janeiro venceu a disputa para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016,
deu lugar a uma versão mais contida, neste sábado, em Buenos Aires, na
Argentina. Desta vez, não teve uma multidão celebrando a vitória nas
ruas, nem abraços calorosos, lágrimas para todos os lados e muito menos
um ídolo mundial como o Pelé em "campo". Mas, felizes, os japoneses
deixaram por alguns instantes a tradicional formalidade oriental de lado
para festejar, com direito a pulinhos e bandeirinhas balançando, a
honra da capital Tóquio ser palco pela segunda vez do maior evento
esportivo do mundo, daqui a sete anos, em 2020.
Respaldado pela sólida economia, infraestrutura de ponta e um projeto
grandioso e moderno, a capital japonesa desbancou Istambul e Madri na
final da disputa pelas Olimpíadas de 2020, neste sábado, durante a 125ª
Assembleia do Comitê Olímpico Internacional. Nem a preocupação com a
recente descoberta do vazamento de alta radioatividade na usina nuclear
de Fukushima foi capaz de atrapalhar o sólida proposta japonesa.
Na primeira rodada de votação, Tóquio alcançou o maior número de votos
(42), enquanto Istambul e Madri ficaram empatadas com 26. Uma nova
rodada foi feita para desempatar, e a cidade turca levou a melhor por 49
a 45. Na última e decisiva votação, a capital japonesa foi superior,
somando 60 votos contra 36 da rival. O resultado confirmou o favoritismo
já apontado nas principais bolsas de apostas. Depois de 1964, a
bandeira olímpica voltará a tremular na terra do sol nascente.
Na apresentação vencedora para os membros do COI, Tóquio apostou nas
instalações futuristas, na infraestrutura de qualidade e no sistema de
transporte público completo. Votos também foram conquistados com a
invejável situação financeira do pais e as garantias de entrrega de tudo
o que foi prometido para os Jogos. Um fundo de 4,5 bilhões de dólares
(mais de R$ 10 bilhões) já foi separado para o desafio.
A realização das Olimpíadas com total segurança foi outro ponto que
ganhou destaque. "Tóquio é um dos lugares mais seguros do mundo",
garantiu o primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe. Em seguida, o líder
político fez um discurso sobre o comprometimento com os valores
olímpicos.
Já o polêmico assunto sobre o vazamento da usina nuclear de Fukushima
ganhou apenas uma menção rápida durante a apresentação. Shinzo Abe
garantiu que não há riscos para Tóquio. Os membros do COI, porém, não
ficaram satisfeitos e pediram mais explicações sobre o problema.
- Agora podem existir preocupações com 2020, mas posso assegurar que a
situação está controlada. Não teve e não terá nunca um impacto em Tóquio
- disse o primeiro-ministro do Japão.
Istambul chegou ao duelo final com proposta de "sede dupla"
'Esta é uma nova candidatura, para uma nova Turquia', disse o
presidente do Comitê de Candidatura de Istambul, Hasan Arat, na abertura
da apresentação de Istambul. Uma cidade aberta aos povos de todas as
culturas, religiões e raças. Um ponto de encontro entre o mundo
ocidental e o oriental. Baseados nesses conceitos, representantes da
cidade turca tentaram convencer os membros do Comitê Olímpico
Internacional de que a quinta maior cidade do mundo seria o lugar ideal
para realizar os Jogos de 2020.
Com discurso realista, Madri deixa disputa na primeira rodada de votação
Em sua apresentação, Madri tentou deixar claro que levava vantagem em
relação às suas rivais na preparação para os Jogos Olímpicos de 2020,
com cerca de 80% das instalações já construídas. Com um elenco de peso,
desde o príncipe das Astúrias, Royal Highness, e o jogador da NBA Pau
Gasol, a cidade espanhola explorou a emoção em seus discursos e
ressaltou a proposta realista. Apesar da crise econômica que atinge o
país, a candidata tentou provar aos membros do COI que é possível fazer
as Olimpíadas com um orçamento coerente, sem elefantes brancos.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Getty Images
Nenhum comentário:
Postar um comentário