O clima de manifestação em Brasília, o gol logo no começo do jogo e o
bom futebol poderiam induzir o torcedor mais desavisado a achar que
ainda estava na época da Copa das Confederações. Mas, no reencontro da
Seleção com a capital federal, onde teve início a campanha que culminou
no título da competição internacional em julho, as novidades da equipe
de Luiz Felipe Scolari foram o verdadeiro destaque na vitória por 6 a 0
sobre a Austrália, neste sábado
Sem Hulk, Daniel Alves, Fred e Oscar, lesionados, Felipão apostou em
Maicon, Ramires, Bernard e Jô, e foi recompensado com boas atuações do
quarteto. O atacante do Atlético-MG brilhou ao marcar os dois primeiros
gols da Seleção, enquanto o agora meia do Shakhtar se destacou e saiu
aplaudido. Ramires, de volta após ser cortado da Copa das Confederações,
também foi bem e ainda deixou sua marca. Por fim, Alexandre Pato, outro
de volta ao time, aproveitou a chance e balançou as redes. De normal,
só Neymar, mais uma vez atuando em alto nível e marcando um gol. Luiz
Gustavo completou o placar.
Fora de campo, também houve momentos familiares. O clima de
manifestação, presente durante toda a Copa das Confederações,
reapareceu, embora a barreira feita pelos policiais nos arredores do
Mané Garrincha tenha conseguido evitar que os protestantes chegassem
perto da arena. Dentro do estádio, porém, o clima não foi igual ao da
vitória sobre o Japão em junho, muito por conta das arquibancadas, que
não ficaram lotadas - ao todo, 40.996 pessoas estiveram presentes para
acompanhar o jogo.
Bernard e Jô revivem tempos de Galo
Em outra coincidência com a Copa das Confederações, a Seleção não
perdeu tempo e abriu o placar logo aos sete minutos. Antes disso, a
Austrália sequer havia passado da defesa. A pressão brasileira era
sufocante e, diante da passividade rival, até os zagueiros se
aventuravam no ataque. Foi de um passe de David Luiz para Neymar que
saiu o gol. O camisa 10 recebeu na esquerda, gingou para cima de Neill e
cruzou para Bernard, que se esticou e chutou na trave. No rebote, Jô,
oportunista, mandou para o fundo das redes: 1 a 0.
Fortes e disciplinados taticamente, os australianos tinham apenas um
recurso para ameaçar o Brasil: os cruzamentos para a área, que foram
facilmente anulados pela defesa. Não satisfeitos, os visitantes
resolveram sair das características e começaram a partir para o ataque.
Era tudo o que o Brasil queria.
Sem fazer força, a Seleção passou a encaixar diversos contragolpes.
Primeiro, aos 22 minutos, Neymar recebeu passe de Bernard e passou por
quatro marcadores dentro da área, mas chutou por cima.
Aos 33, não teve jeito, e o entrosamento de Bernard e Jô, campeões da
Libertadores pelo Atlético-MG neste ano, apareceu. O agora meia do
Shakhtar foi lançado pela direita por Maicon e cruzou rasteiro, na
medida, para o centroavante completar para as redes. No minuto seguinte,
novo contra-ataque: Ramires lançou Neymar, que invadiu a área e, de
frente para o goleiro Schwarzer, tocou de bico no canto esquerdo para
fazer 3 a 0.
Vira três, fecha seis
O Brasil voltou para o segundo tempo somente com a entrada de Maxwell
no lugar de Marcelo, que se lesionou e, de acordo com as informações
iniciais, deve ser cortado para o amistoso com Portugal. O que não mudou
foi a partida, com a Seleção soberana diante de uma Austrália sem
condições de oferecer resistência.
Com tanta tranquilidade, o Brasil não demorou para transformar a
vitória em goleada. Tocando a bola sem ser incomodado, o time chegou ao
quarto gol aos 12 minutos, com Ramires, que aproveitou cruzamento de
Maxwell pela esquerda e cabeceou firme para vencer Schwarzer. Dois
minutos depois, o volante do Chelsea ainda acertou a trave num chute de
fora da área.
Com a vitória garantida, Felipão resolver mudar a equipe. Colocou
Dante, Hernanes, Lucas e Pato nos lugares de David Luiz, Paulinho,
Bernard e Jô. O nível não caiu, e os gols continuaram saindo.
Aos 26, Pato também aproveitou a fragilidade do adversário para
balançar as redes. Neymar fez linda tabela com Hernanes, foi à linha de
fundo e cruzou rasteiro para o atacante do Corinthians, que completou
para o gol. Aos 38, veio o golpe final: Luiz Gustavo, de fora da área,
acertou uma bomba e definiu o placar, mostrando que o Brasil, em casa,
segue forte. Ainda bem que a próxima Copa do Mundo é aqui.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Getty Images
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