Inspirado
na obra do escritor Machado de Assis (1839-1908), “Contos Partidos de Amor”,
novo musical infantojuvenil da diretora Duda Maia, aborda os temas de amor de
ciúme, de forma poética e bem-humorada. Trata-se de criar um jogo de cena que
se aproxime de afetos que estão presentes no dia a dia das crianças e adultos.
O espetáculo dá continuidade à trilogia “Três Histórias de Amor para Crianças”,
iniciada em 2016 com a premiada montagem de “A Gaiola”, adaptação do livro
homônimo de Adriana Falcão.
“Contos
Partidos de Amor”, que para Dib Carneiro: “renova
e atualiza tudo o que se convencionou chamar no Brasil de “teatro infantil”
(leia aqui a crítica completa), estreia no dia 6 de setembro no CCBB Brasília,
onde fica em cartaz no teatro até 16 de setembro. As sessões são quinta e
sexta, às 19h, e sábado e domingo, às 16h e às 19h. Depois de passar por São
Paulo, a peça segue em turnê pela unidade do CCBB Belo Horizonte (de 5 a 28 de
outubro).
A ideia
de montar um espetáculo infantojuvenil baseado na obra machadiana surgiu quando
“A Gaiola” estava em cartaz. “Queria continuar a discutir a questão do afeto.
Comecei a pesquisar e esbarrei na livraria com ‘Contos de Amor e Ciúme’. Gostei
do título e só depois vi que eram contos do Machado de Assis. Fiquei muito
entusiasmada em criar uma peça para crianças sobre o ciúme, a partir do
universo do escritor”, lembra a diretora. “Todos nós sentimos ciúme, e a
criança é muito ciumenta. Achei que era um tema importante. Para mim, teatro
para o público infantil, não tem que ser só uma história legal, tem que ser
necessário”, acredita a diretora.
Machado
de Assis era um meticuloso observador dos sentimentos humanos. Apesar de terem
sido escritos no século XIX, os temas abordados na peça são atemporais. A
dramaturgia de Eduardo Rios (autor da adaptação de “A Gaiola”) foi construída
tendo como principais inspirações o poema “Círculo Vicioso” e os contos “A
História de Uma Fita Azul” e “To Be or Not Be”. Este último faz parte da
coletânea "Contos de Amor e Ciúme” (editora Rocco, organização de Gustavo
Bernardo). “Chamei o Eduardo com a ideia de não ser uma adaptação de uma única
obra, mas uma dramaturgia inspirada no universo do Machado”, explica Duda.
“Preferi trabalhar com uma narrativa fragmentada, contar duas histórias,
separadamente, e ligar as histórias com pequenas cenas e músicas, fazendo com
que a liga de continuidade seja o corpo e a música. Não é algo comum no teatro
infantil. Mas afirmo que a criança tem capacidade de alinhavar e criatividade
suficiente para fazer suas próprias costuras.”
O
elenco é formado por quatro atores, cantores e músicos: Diego de Abreu, Isadora
Medella, Luciana Balby e Tiago Herz. Os atores participaram do processo de
criação da montagem trazendo colaborações para as histórias de amor e ciúme que
compõem a peça. Assinada por Ricco Viana, a trilha sonora original permeia todo
o espetáculo, ora com trilha instrumental, ora com músicas cantadas e tocadas
ao vivo pelos próprios atores. Entre as canções, uma foi inspirada no poema “O
Verme”, no qual Machado descreve o ciúme como “um verme asqueroso e feio”,
publicado em 1870 no livro de poesias “Falenas”.
O
figurino criado por Kika Lopes (responsável pelos figurinos de “AUÊ”, musical
premiado dirigido por Duda Maia) traz peças inspiradas na roupa íntima do
século XIX, mas confeccionados com tecidos modernos, como a malha, permitindo
uma movimentação mais fluida do elenco durante a peça. O cenário-instalação do
ator e escultor Diogo Monteiro evoca, ao mesmo tempo a leveza do amor e a
sensação retorcida e amassada do ciúme, trazendo para cena um clima onírico. A
instalação é formada por cerca de 40 balões inflados revestidos de tule e com
fuxicos em tons de vermelho e vinho aplicados por cima.
Indicações ao 12° Prêmio Zilka Sallaberry, de teatro
infantil
Melhor Espetáculo; Melhor
Produção; Melhor Texto, para Eduardo Rios; Melhor Direção, para Duda Maia; Melhor
Iluminação, para Renato Machado; Melhor Trilha Sonora, para Ricco Viana; e Melhor
Figurino, para Kika Lopes.
Indicações ao Prêmio Botequim Cultural.
Melhor Espetáculo; Melhor Texto,
para Eduardo Rios; Melhor Direção, para Duda Maia; Melhor Ator, para Tiago Herz;
e Melhor Atriz, para Isadora Medella. O que cobre todas as categorias
infantojuvenis do prêmio.
Sobre
a diretora:
Duda
Maia é formada pela Escola de Dança Angel Vianna, onde lecionou dança
contemporânea por 13 anos. Foi professora de corpo do Curso Profissionalizante
de Atores da CAL (1998-2008). De 1996 a 2006, foi diretora e coreógrafa da
Trupe do Passo. Trabalhou como diretora de movimento com os diretores: André
Paes Leme, João Falcão, Daniel Herz, Karen Acioly, Mauro Mendonça Filho,
Aderbal Freire-Filho, Dudu Sandroni, Bruno Garcia, Michel Bercovitch, Fábio
Ferreira, Guel Arraes, Miguel Vellinho, Marcelo Morato, João das Neves, Paulo
José, Vera Fajardo, Paulo de Moraes e Ivan Sugahara. Entre 2012 e 2014, recebeu
o prêmio Zilka Sallaberry de Melhor Direção, ao lado de Lucio Mauro Filho, com
o infantil “Uma Peça como Eu Gosto”. Dirigiu “Clementina, Cadê Você?”, musical
inspirado na vida de Clementina de Jesus; e “A Dona da História”, de João
Falcão. Fez a direção de movimento de “Fala Comigo como a Chuva e me Deixa
Ouvir” e “Beija-me como nos Livros”, de Ivan Sugahara. Dirigiu o musical “AUÊ”,
do grupo Barca dos Corações Partidos. Sucesso de público e de crítica, “AUÊ”
recebeu importantes prêmios de artes cênicas: Shell (Melhor Direção),
Cesgranrio (Melhor Direção, Melhor Direção Musical e o Melhor Espetáculo),
Botequim Cultural (cinco categorias, incluindo Melhor Direção e Melhor
Espetáculo) e APTR (Direção Musical, Melhor Espetáculo e Produção). A peça foi indicada ao Prêmio APCA de Melhor
Direção. Duda Maia foi indicada aos prêmios Bibi Ferreira e Prêmio Reverência
de Teatro Musical, na categoria Melhor Direção. É diretora do show “Farra dos
Brinquedos”, banda com músicas originais e ritmos brasileiros para crianças. Em
2016, dirigiu o musical “A Gaiola”, vencedor dos principais prêmios de teatro
infantojuvenil, incluindo Melhor Espetáculo e Melhor Direção: sete categorias
no Prêmio CBTIJ; cinco categorias no Prêmio Botequim Cultural e três categorias
no Prêmio Zilka Sallaberry. Duda dirigiu esse ano, “O Tempo Não Dá Tempo”,
espetáculo itinerante em homenagem aos 90 anos de Angel Vianna, no OI Futuro
Flamengo e Itaú Cultural; e atualmente dirige o musical ELZA, em homenagem à
cantora Elza Soares.
Ficha
técnica:
Texto: Eduardo Rios
Direção e roteiro: Duda
Maia
Diretora Assistente:
Leticia Medella
Intérpretes-criadores:
Diego de Abreu, Isadora Medella, Luciana Balby e Tiago Herz
Trilha Sonora Original:
Ricco Viana
Preparação Vocal: Agnes
Moço
Figurino: Kika Lopes
Cenário: Diogo Monteiro
Iluminação: Renato Machado
Identidade Visual: Anna
Cunha
Fotografia: Rai Junior
Direção de Produção: Bruno
Mariozz
Produção: Palavra Z
produções culturais
Idealização: Camaleão
produções culturais
Vídeo
para agenda cultural:
SERVIÇO:
Espetáculo: “Contos Partidos de Amor”
Baseado na obra de Machado
de Assis
Gênero:
Infantojuvenil
Local: Teatro I do Centro Cultural Banco Brasil
Brasília
Endereço:
SCES,
Trecho 02, lote 22
Temporada: de 6 a 16 de setembro de 2018
Dias
e horários: Quinta e
sexta, às 19, e sábado e domingo, às 16h e as 19h.
Ingressos: R$ 20,00
(inteira) e R$ 10,00 (meia para clientes e funcionários do BB, estudantes,
maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e jovens entre 19 e 25 anos,
comprovadamente carentes).
Duração: 60 minutos.
Informações: (61) 3108-7600 ou ccbbdf@bb.com.br
Classificação
indicativa: Livre
Acesso
para pessoas com necessidades especiais
==> Foto: Rai Junior
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