4ª BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA, DE 18 A 26 DE AGOSTO DE 2018. PROGRAMAÇÃO COMPLETA!!

Maior evento dedicado às letras na região central do Brasil, a BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA chega à quarta edição em 2018. Entre 18 e 26 de agosto, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, vai acolher mesas de debates, lançamentos de livros, encontros com escritores, apresentações artísticas, homenagens e uma grande diversidade de estandes de editoras e livrarias, apresentando lançamentos e títulos inéditos. O evento trará pela primeira vez ao Brasil autores como o premiado nigeriano Chigozie Obioma – do romance “Os Pescadores”, elogiado pela crítica literária como sendo “’O Caçador de Pipas’ africano” – e propor reflexões aprofundadas sobre o tema ‘Os outros somos nós”, que faz um convite a mergulhar nas experiências alheias para sentir suas dores e desejos. A 4ª BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA é uma realização da InterCult – Gestão e Produção Cultural, com direção geral de Suzzy Souza e curadoria dos jornalistas e escritores Sergio Leo e José Rezende Jr e da tradutora Lídia Luther.

Ao longo de nove dias, encontros e debates reunindo autores brasileiros de grande destaque na contemporaneidade e nomes relevantes da literatura internacional prometem discorrer sobre temas como as questões identitárias no século XXI - dando voz a escritas consideradas de minorias, como a literatura negra, feminina, de periferia, temática LGBT, indígena etc -, a literatura nascida na internet, tradução e criação, estilos literários, fertilização/contaminação de gêneros e linguagens, vozes da África e da América Latina, vozes de migrantes, o passado como tema, o futuro das revistas literárias e muito mais. Um passeio pelos temas mais pungentes da cultura contemporânea no Brasil e no mundo.

A curadoria da 4ª BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA foi buscar inspiração no escritor Umberto Eco, para quem as redes sociais promoveram “o idiota da aldeia a portador da verdade”. Segundo Sergio Leo, o mal-estar da cultura contemporânea é geral: muitos falam e poucos entendem, as mudanças tecnológicas abalam certezas, mercados de trabalho e zonas de conforto, a desigualdade é crescente e o futuro é incerto. Mas, como diz o próprio Umberto Eco, há esperança: “o livro ainda é o meio ideal para aprender”, dizia o escritor italiano. “No fragmentado panorama da sociedade atual, os livros ainda nos permitem mergulhar na experiência alheia. A boa literatura nos permite descobrir a humanidade nos monstros e a monstruosidade nos heróis, ter empatia com o diferente e estranheza com o familiar. É ela que nos permite constatar, às vezes com espanto, que “os outros” somos nós”, diz o curador. É esta experiência que a BIENAL quer propiciar – o poder do encontro e da compreensão.  

Para começar, a grande homenageada do evento será uma mulher que tem dedicado sua vida a derrotar preconceitos, tornando-se uma educadora reconhecida no Brasil e no exterior. A brasiliense Gina Vieira Ponte é criadora do premiado projeto “Mulheres Inspiradoras”, que incentiva a leitura de grandes autoras da literatura mundial e brasileira e instiga as crianças e adolescentes a contarem a própria história. A professora Gina fará a palestra de abertura da 4ª BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA, no dia 18, às 19h.

Além das mesas e encontros com escritores, lançamentos e espaços especiais como Espaço HQ e Espaço Z, a BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA reserva uma série de atividades artísticas e culturais para o público infantil e infanto-juvenil, como apresentações teatrais, exibições de filmes, contação de histórias e muito mais. Também será oferecido o Cine NOW, com uma programação cinematográfica composta de títulos que dialogam com a literatura (como “Tungstênio”, do quadrinista Marcello Quintanilha, e “Minha Amiga do Parque”, com roteiro da escritora Inés Bortagaray), shows musicais em pequeno e grande formado, seminários de Educação e Serviço Social, Café Literário, Mercado Literário (com a participação de mais de 60 expositores), Oferta de Vale Livro (para professores da rede pública de ensino adquirem obras de sua escolha), campanha Inspire os Outros (voltada para ações visando a sustentabilidade), dentre várias outras iniciativas.

4ª BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA é um projeto realizado com recursos da Lei Rouanet e da Lei de Incentivo a Cultura do Distrito Federal, com a realização da Intercult e do Instituto Levanta Brasil, com co-realização da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer. Conta com patrocínio da Net, Taesa, Leonardo da Vinci, apoio da Secretaria de Educação e apoio cultural da Rede Globo.

HOMENAGEADA

GINA VIEIRA PONTE
Uma grande mulher que derrotou preconceitos de toda ordem e tornou-se uma educadora reconhecida, no país e no exterior, por sua militância exitosa a favor de uma educação inclusiva e transformadora. Gina Vieira Ponte será a homenageada da 4ª BIENAL pela obra dedicada a dar voz aos silenciados e a contestar o modelo tradicional da escola. Negra, pobre e filha de trabalhadores que, apesar de analfabetos, sempre mostraram grande carinho pela educação e pela busca de saber, a professora de Português criou um projeto para ampliar o conhecimento dos alunos da rede pública do Distrito Federal sobre o papel e a força da mulher na sociedade.

O projeto começou na sala de aula e enraizou-se na comunidade, resgatando a autoestima e a valorização das mulheres no entorno da vida cotidiana dos alunos, num contexto de carências sociais e pobreza. Depois de quase desistir da profissão em meio à rebeldia de estudantes e a um sistema falho de ensino, Gina descobriu nas redes sociais dos alunos os exemplos de machismo e estereótipos a combater. Assim nasceu o premiado projeto “Mulheres Inspiradoras”, que incentiva a leitura de grandes autoras da literatura mundial e brasileira e instiga as crianças e adolescentes a contarem as histórias de parentes e pessoas conhecidas. Essa didática que prestigia o lugar de fala criou métodos para atingir adolescentes, compartilhou experiências e subsidiou trabalhos sobre a violência contra a mulher e sobre os direitos das crianças e jovens.

Professora efetiva da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal desde 1991, Gina chegou à segunda série do Ensino Fundamental sem saber ler. Tentava manter-se invisível para fugir do racismo. A atitude de uma professora, ao pegá-la no colo, ajuda-la a superar suas deficiências e mostrar a possibilidade de ser estimulada e acolhida, mudou a história de vida da brasiliense. Ao instigar nos alunos o pensamento crítico e o aprendizado para se relacionar, sua metodologia tenta virar a página de um modelo de educação fincado em obediência e subordinação. A ideia acabou ganhando doze prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio Ibero-americano de Educação em Direitos Humanos e o Prêmio Professores do Brasil, concedido pelo Ministério da Educação. Com apoio da Organização de Estados Ibero-americanos, Gina comanda um programa para que o “Mulheres Inspiradoras” se consolide como política pública em todas as escolas da rede pública do DF. Além de estar fazendo um mestrado, ela também tenta implantar essa política em outras escolas e no sistema prisional. Já proferiu mais de 100 palestras, inclusive na Universidade Autônoma do México.


MESAS E TEMAS DE DEBATES

O RACISMO NA CULTURA – Como enfrentar o racismo que pesa até hoje sobre a cultura e como entender a influência que ele ainda exerce sobre o acesso aos bens culturais e valorização da produção cultural? Esse é o tema do debate entre o pesquisador Jessé Souza e a escritora Miriam Alves, pioneira na militância pela maior visibilidade da literatura negra no país.

ÁFRICA E MUITAS ÁFRICAS – O premiado escritor africano Chigozie Obioma fala sobre seus romances “Os Pescadores” e “An Orchestra of Minorities” (a ser lançado em janeiro; sem previsão da tradução para o português) e traz reflexões sobre o sucesso de seu livro retratando sua Nigéria natal, um país de forte cultura urbana e também vítima de mazelas históricas comuns a muitas ex-colônias africanas, como a corrupção e as rivalidades étnicas. Obioma revelará sua experiência em falar a um público amplo que desconhece a variedade e a complexidade das culturas que se costumam mencionar sob o abrangente e superficial rótulo de "literatura africana".

A VOZ “FEMININA” – Ana Paula Maia e Micheliny Verunschk, ambas com trabalho consistente e elogiado pela crítica, fogem ao estereótipo do que seria uma literatura “feminina” e trazem para a literatura brasileira formas inventivas de escrita em que a violência é um traço presente.

SEXUALIDADE EM QUESTÃO NA LITERATURA - João Silvério Trevisan, Alexandre Vidal Porto e Tatiana Nascimento, escritores de gerações distintas, falam sobre suas obras, sobre o uso da sexualidade como matéria-prima da escrita e sobre o que significa ter a homossexualidade como universo literário.

O DESAFIO DAS REVISTAS LITERÁRIAS – Os editores Schneider Carpeggiani, Tiago Ferro e Mirna Queiroz vão contar sua experiência, compartilhar suas impressões sobre a busca de publicação de textos literários em ambiente virtual e falar sobre o momento atual da literatura brasileira.

TRADUTOR, AUTOR – Os encontros entre o trabalho do autor e do tradutor. Ou como a tradução é também um trabalho literário complexo e delicado. Jorio Dauster (tradutor de “Lolita”, “Apanhador no Campo de Centeio” e “Lincoln no Limbo”) e a australiana Alison Entrekin, tradutora de Cristovam Tezza, Chico Buarque e Guimarães Rosa, falarão das escolhas que fizeram em trechos desafiadores para a tradução.

DA INTERNET À PÁGINA ESCRITA – Duas escritoras, uma britânica e outra brasileira, Alice Oseman e Clara Averbuck falam de como começaram a produzir literatura nas redes e, desta, ganharam as livrarias. O que diferencia esse tipo de literatura? Como o mundo literário as recebe?

O ÍNDIO NA LITERATURA – O escritor Daniel Munduruku falará de sua experiência na escrita, com mais de 30 livros publicados, e comentará sobre a literatura produzida a partir da perspectiva indígena. E Marco Cremasco fala sobre seu novo romance, “Guayrá”, e sobre como a cultura indígena inspirou e foi trabalhada por um escritor urbano e branco.

TENSÃO LITERÁRIA – Duas escritoras sul-americanas, Inés Bortagaray e Lina Meruane falam de obras recentes, em que a tensão é um elemento dominante. A uruguaia Inés Bortagaray é roteirista do filme recém-lançado “Minha Amiga do Parque”; a chilena Lina Meruane, lançou há dois anos no Brasil “Sangue nos Olhos”.

O PASSADO LITERÁRIO – Dois escritores de destaque saídos de países do Cone Sul. A grande revelação argentina recente, Patricio Pron, e um dos escritores colombianos mais aclamados mundialmente, Juan Gabriel Vásquez, vão falar de como a história recente do continente inspirou sua literatura. O argentino Pron está lançando no Brasil “O Espírito de Meus Pais Continua a Subir na Chuva”, em que memórias pessoais se misturam com uma reflexão sobre a ditadura argentina. E Vásquez, em obras como “O Ruído das Coisas ao Cair” e “Reputações”, usa o passado recente colombiano como matéria prima, para uma reflexão sobre a Colômbia.

FORA DO SEU QUADRADO – O escritor e crítico Ronaldo Bressane e o escritor, ator, dramaturgo e quadrinista Lourenço Mutarelli falarão sobre a fertilização cruzada entre essas duas formas de literatura, uma delas, os quadrinhos – ou, como preferem alguns, as graphic novels - vista ainda com desconfiança pelos tradicionalistas.

MALEMOLÊNCIA NA LITERATURA – Duas biografias a serem lançadas neste ano tratam de figuras brasileiras de alcance internacional e enorme brasilidade, que valorizam como poucos a contribuição negra para a cultura do país. Zeca Camargo lança a biografia de Elza Soares, da qual antecipará alguns trechos; e a curadora da Flip, Josélia Aguiar, lança sua esperada biografia de Jorge Amado.

DISTOPIAS FEMININAS – Duas escritoras que se lançam num universo onde predominam autores homens: a ficção fantástica. Ana Maria Gonçalves, conhecida pelo portentoso “Um Defeito de Cor”, lança neste ano “Quem é Josenildo”, uma narrativa assentada num tempo futuro em que São Paulo tornou-se independente do resto do Brasil. Aline Valek explorou esse campo e questiona a ideia de que literatura fantástica deve ser um gueto, apartado da literatura mais “séria”.

ESCRITORES PESQUISADORES – José Almeida Júnior, na ficção de seu “Última Hora”, e Eliana Alves Cruz com seu recém-lançado “O crime do Cais do Valongo” basearam suas obras em extenso trabalho de pesquisa, recurso comum a muitos escritores, que, no caso de ambos, alcança uma força jornalística notável. Ambos falarão desse processo de trabalho.

LITERATURA E MIGRAÇÃO – Luis Ruffato e Maria Valéria Rezende, escritores essenciais no panorama contemporâneo que puseram o migrante no foco da escrita, falarão sobre os personagens pouco usuais da literatura, o operário e o marginalizado nas cidades.

O PASSADO RECENTE, REDESCOBERTO – Quatro escritores, três deles jornalistas, Betty Almeida, Eumano Silva e Rubens Valente, falarão de seus livros tratando de investigações sobre o passado recente do país, durante a ditadura militar, e discutirão sobre a necessidade de pesquisar e divulgar aspectos particulares da realidade de um regime autoritário que foram abafados pela censura da época e, depois, deixados de lado.

JORNALISMO E HISTÓRIA – Na mesa aparentemente mais heterogênea da Bienal, o jornalista Pedro Doria, que relança pela Harper Collins seus livros sobre História do Brasil neste ano, e a escritora Selva Almada, que lançou no Brasil seu “Meninas Mortas”, em que trata com ferramentas da ficção fatos reais sobre feminicídios de autoria nunca desvendada na Argentina, discorrerão sobre seus livros e sobre os desafios de trazer os fatos ao conhecimento do público com uma linguagem que busca empatia, além do mero relato jornalístico.

A PALAVRA DA ARTE – Um dos maiores artistas contemporâneos brasileiros, de grande reconhecimento mundial, Cildo Meireles senta-se com o pesquisador e curador Diego Matos para conversar sobre estudo e pesquisa da arte contemporânea e sobre o trabalho envolvido na confecção do livro Cildo – Estudos, Espaços, Tempo”, lançado em 2018, por Diego Matos em parceria com Guilherme Wisnik.

A LITERATURA ORAL DA PERIFERIA – Sob o comando do rapper Gog, será debatida a vibrante literatura oral que vem sendo produzida nas periferias da cidade, sob a forma de desafios do rap.


ESPAÇOS DE ATIVIDADES

ESPAÇO HQ
Um ambiente para a exposição de trabalhos de novos autores, lançamentos e encontros com profissionais da área, além da presença de lojas especializadas em quadrinhos e produtos derivados deste universo. Entre os convidados do Espaço HQ estão alguns dos mais prestigiados nomes das histórias em quadrinhos brasileiras contemporâneas, como Marcelo D'Salete (ganhador, neste ano, do prêmio Eisner, da indústria de quadrinhos norte-americana, considerado o “Oscar” dos quadrinhos), o premiado Marcello Quintanilha (que conquistou o prêmio de melhor HQ policial no maior festival de quadrinhos da França), Ricardo Coimbra, Gustavo Machado, Cynthia B., a quadrinista e animadora Cristina Eiko e Daniel Lopes (da editora e canal Pipoca & Nanquim). Além de sessões de autógrafos, eles vão participar de bate-papos com o público sobre suas carreiras, métodos de trabalho, influências artistas e as infinitas possibilidades – estéticas, conceituais e temáticas.

ESPAÇO Z
Voltado especialmente para jovens, o Espaço Z se propõe a ser um ambiente que contará com a presença de blogueiros, youtubers e influenciadores digitais, que têm em comum a paixão pela literatura. São nomes como o jovem poeta brasiliense João Doederlein (Akapoeta), o paulista Danilo Leonardi (escritor e youtuber, idealizador do canal Cabine Literária), Juliana Cirqueira (Nuvem Literária), Isabella Lubrano (Ler antes de morrer), Pam Gonçalves (Garota It), a autora catarinense Bel Rodrigues, o escritor paulista Maurício Gomyde, Mateus Santana (poeta e dançarino goiano), a quadrinista paulista Cris Eiko e Eduardo Cilto (Perdido nos Livros). Eles vão dividir com o público, em debates, atividades interativas e sessões de autógrafos, suas impressões e experiências sobre este novo e instigante momento no qual as plataformas digitais são cada vez mais utilizadas para compartilhar ideias e conhecimento.


PROGRAMAÇÃO DIÁRIA/MESAS

SÁBADO, 18.08
10h às 12h - Mesa 1 – O Racismo na Cultura – com Jessé de Souza e Miriam Alves
11h às 13h – Mesa 2 – Da Internet à Página Escrita – com Clara Averbuck e Alice Oseman
14h às 16h – Mesa 3 – Jornalismo e História – com Pedro Dória e Selva Almada
19h às 21h – Homenagem a Gina Vieira Ponte

DOMINGO, 19.08
10h às 12h – Mesa 4 – Fora do Seu Quadrado – com Ronaldo Bressane e Lourenço Mutarelli
14h às 16h – Mesa 5 – O Índio na Literatura – com Daniel Munduruku e Marco Aurélio Cremasco
16h30 às 18h – Mesa 6 – Sexualidade em Questão na Literatura – com João Silvério Trevisan, Alexandre Porto Vidal, Tatiana Nascimento
19h às 21h – Mesa 7 – A Palavra da Arte – com Diego Matos e Cildo Meireles

SEGUNDA, 20.08
19h às 21h – Mesa 8 – A voz feminina – com Ana Paula Maia e Micheliny Verunschk

TERÇA, 21.08
19h às 21h – Mesa 9 – Tradutor, Autor – com Alison Entrekin e Jorio Dauster

QUARTA, 22.08
19h às 21h – Mesa 10 – O Desafio das Revistas Literárias – com Mirna Queiroz, Schneider Carpeggiani e Tiago Ferro

QUINTA, 23.08
15h às 17h – Café Literário - A literatura Oral da Periferia - com Gog e convidados
19h às 21h – Mesa 11 – Tensão Literária – com Lina Meruane e Inés Bortagaray

SEXTA, 24.08
19h às 21h – Mesa 12 – O Passado Literário – com Patricio Pron e Juan Gabriel Vásquez

SÁBADO, 25.08
14h às 16h – Mesa 14 – África e muitas Áfricas – com Chigozie Obioma
16h30 às 18h30 – Mesa 15 – Literatura e Migração – com Maria Valéria Rezende e Luiz Ruffato
19h às 21h

DOMINGO, 26.08
10h às 12h – Mesa 16 – Malemolência na literatura – com Zeca Camargo e Josélia Aguiar
14h às 16h – Mesa 17 – Distopias femininas – com Aline Valek e Ana Maria Gonçalves
16h30 às 18h30 – Mesa 18 – O passado recente, redescoberto – com Rubens Valente, Eumano Silva e Betty Almeida
19h às 21h – Mesa 19 – Escritores Pesquisadores – com José Almeida Junior e Eliana Alves Cruz



AUTORAS E AUTORES

ALEXANDRE VIDAL PORTO - Diplomata de carreira, ativista de direitos humanos e mestre em direito pela Universidade de Harvard, estreou na literatura com o romance “Matias na cidade”, publicado pela editora Record, em 2005. Nascido em São Paulo em 1965, o escritor cultiva vasta experiência cultural no mundo: viveu em Brasília, Nova York, Santiago, Boston, Washington, Cidade do México e Tóquio. Colunista do jornal Folha de S.Paulo, também escreveu o romance “Sergio Y. vai à América” (Companhia das Letras, 2014). Morando em São Paulo, trabalha em seu terceiro romance. Foi blogueiro da revista Bravo! e teve dois contos incluídos na Antologia de Prosa Contemporânea Brasileira. A estreia em “Matias na cidade”, tido como uma novela sobre as complexidades do amor, já mostrou um escritor de domínio engenhoso, angariando críticas positivas de personalidades da literatura brasileira, como Milton Hatoum e Moacyr Scliar. Sobre “Sergio Y. vai à América”, disse o escritor Luiz Ruffato: “Nesta sua segunda investida na ficção, Alexandre Vidal Porto aprofunda suas especulações sobre a destinação que damos à nossa vida, mostrando porque é um dos autores essenciais da literatura contemporânea.”

ALICE OSEMAN - Jovem sensação da ficção para jovens e adolescentes diante da solidão e dos dilemas existenciais contemporâneos, a escritora e ilustradora britânica Alice Oseman começou a despontar na cena literária aos 17 anos. Nascida em 1994 e formada em Letras, a inglesa teve seu primeiro romance, “Solitaire (“Um ano solitário”), publicado em 2014, quando tinha 19 anos. Sua obra de estreia já é comparada a um marco da literatura sobre as angústias juvenis: é “O apanhador no campo de centeio” da era digital, segundo o jornal britânico The Times. Alice também é autora de “Radio Silence”, de “I was born for this e da web comic “Heartstopper”. A escritora já foi elogiada e premiada pelo retrato realista das aflições psicológicas dos adolescentes nos conturbados e melancólicos dias de hoje. A autora aborda o universo das descobertas e incertezas, passando pelo uso da internet como espaço de fuga e pelas tradicionais paixões de escola e dramas familiares. “Solitaire” descreve a vida de uma adolescente pessimista que, junto a um otimista inacreditável, tenta descobrir quem está por trás de brincadeiras (sérias) em sua escola. O romance explora temas como amizade, problemas de saúde mental, transtorno alimentar e relacionamentos LGBT. Já pressões acadêmicas são centrais no romance “Radio Silence”, rico em personagens de etnias, gêneros e sexualidades.

ALINE VALEK - Escritora e ilustradora mineira, criada em Brasília e hoje radicada em São Paulo. Uma das vozes mais relevantes da internet no Brasil, escreve artigos de opinião, contos e mantém uma newsletter, o zine “Bobagens Imperdíveis”. Aline é formada em Publicidade pelo Instituto de Educação Superior de Brasília, mas atua como escritora independente e tem sido saudada como uma revelação da literatura contemporânea no País. Editou a coletânea de ficção científica feminista “Universo Desconstruído” e lançou de forma independente dois livros de contos: “Hipersonia Crônica” (2014) e “Pequenas Tiranias” (2015). Em 2016, lançou pela editora Rocco seu primeiro romance, “As Águas Vivas Não Sabem de Si”.

ALISON ENTREKIN – Tradutora australiana, mestre em Criação Literária pela Universidade de Curtin, está radicada no Brasil há mais de 20 anos, tendo sido responsável pela tradução de mais de 50 livros, entre ficção e não-ficção. É uma das tradutoras mais celebradas quando o assunto é tradução de literatura brasileira para o inglês. É dela a versão para o inglês de “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, um desafio para qualquer tradutor. Já trabalhou ainda sobre obras de Clarice Lispector, Cristóvão Tezza, Paulo Lins e Chico Buarque.

ANA MARIA GONÇALVES - Escritora mineira, nasceu na pequena cidade Ibiá e formada em publicidade, tendo atuado na área em São Paulo. Em 2002, cansada da vida na capital paulista e do ritmo das agências de publicidade, mudou-se para a Ilha de Itaparica, na Bahia, buscando uma vida mais tranquila. Lá deixou fluir sua verve de escritora, escrevendo seu primeiro romance, “Ao lado e à margem do que sentes por mim”. Depois, outra mudança, desta vez para Nova Orleans, nos Estados Unidos, onde viveu por oito anos e escreveu o monumental romance “Um defeito de cor”, lançado em 2006. O livro recebeu o Prêmio Casa de Las Américas em 2007 e foi considerado por Millôr Fernandes como o mais importante da literatura brasileira do século XXI. Nele está a história de uma menina capturada aos oito anos no Benin e trazida como escrava para o Brasil. Sua trajetória de luta segue até seu retorno como mulher livre à terra natal. 89 anos de vida de uma mulher negra no Brasil do Século XIX. Um dos grandes épicos contemporâneos da escravidão no Brasil, a obra já teve mais de 15 reedições. A autora é hoje uma importante ativista anti-racista, usando a internet e as redes sociais para emitir suas opiniões. Prepara para 2018 o lançamento de seu novo livro.

ANA PAULA MAIA – Escritora e roteirista brasileira, nascida em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Dona de uma escrita original, suas histórias são violentas, passadas em ambientes predominantemente masculinos – como carvoarias, matadouros, açougues, penitenciárias – que poderiam ser de qualquer país e não especificamente do Brasil. É autora da trilogia “A Saga dos Brutos”, que inclui os romances “Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos”, “O trabalho sujo dos outros” e “Carvão animal”. Com um estilo furioso e intrigante, sua linguagem amplifica a rudeza de seus personagens e vem conquistando prêmios mundo afora, como “A Guerra dos Bastardos” que foi premiado na Alemanha. Lançou ainda “Assim na Terra como Embaixo da Terra” e “De Gados e Homens”.

BETTY ALMEIDA - Doutora em Eletroquímica pelo Institut National Polytechnique de Grenoble, França, professora aposentada da Universidade Federal da Paraíba e integrante do Comitê pela Memória, Verdade e Justiça do Distrito Federal. É autora do livro “Paixão de Honestino”, que recupera a trajetória do líder estudantil preso, torturado e morto pela ditadura militar em 1973, de quem foi amiga de infância em Brasília.

CHIGOZIE OBIOMA Ao lado de outros nomes promissores da cena de seu país no cenário literário internacional, o jovem escritor nigeriano Chigozie Obioma despontou como fenômeno na literatura mundial recente. Seu primeiro livro, o celebrado romance “Os Pescadores”, arrematou diversos prêmios e ganhou posição finalista do Man Booker Prize, um dos mais importantes da língua inglesa. Nascido na Nigéria em 1986, Obioma estudou literatura no Chipre antes de se tornar professor de escrita criativa na Universidade de Nebraska-Lincoln, nos Estados Unidos. O sucesso na estreia literária resultou na tradução para 24 idiomas e em resenhas positivas em respeitados jornais mundo afora, incluindo o The Guardian e o The New York Times - que o chamou de herdeiro do poeta nigeriano Chinua Achebe, um dos autores africanos mais conhecidos do século XX. “Os pescadores” acompanha a família nigeriana de James Agwu, cuja rotina harmoniosa se esfacela quando, na pescaria num rio com fama de amaldiçoado, um profeta local prevê que o primogênito será assassinado por um irmão. Obioma formou seu estilo lendo clássicos ocidentais como Shakespeare e as tragédias gregas, além dos autores nigerianos que fundaram a literatura moderna do país, como Chinua Achebe e Amos Tutuola. Em “Os pescadores”, essas referências se misturam às histórias tradicionais que ouvia na infância.

CILDO MEIRELES – Reconhecido como um dos mais importantes artistas brasileiros contemporâneos, Cildo participou de todas as principais Bienais do mundo, como Veneza, Paris, São Paulo, Sidney, Istambul, Liverpool, Medellín, Mercosul e Documenta de Kassel. Retrospectivas de seu trabalho já ocuparam as prestigiadas salas do The New Museum of Contemporary Art, em Nova York, da Tate Modern, em Londres (segundo artista brasileiro; antes dele, só Hélio Oiticica) e Museum of Fine Arts (Houston). Tomou contato com a arte moderna pela primeira vez em Brasília, onde viveu nos primeiros anos da cidade. Iniciou seus estudos em arte na Fundação Cultural do Distrito Federal em 1963, com o artista peruano Barrenechea. Em 1967, muda-se para o Rio de Janeiro e durante dois meses frequenta a Escola Nacional de Belas Artes. É um dos fundadores da Unidade Experimental do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Começou a revelar o caráter político de seu trabalho em obras como “Tiradentes – Totem – monumento ao Preso Político”, de 1970. Assinou ainda cenários e figurinos para teatro e cinema.

CLARA AVERBUCK (1979) – Escritora gaúcha, pioneira da blogosfera-BR. Colunista do jornal Zero Hora e da Revista Fórum, é editora do site ‘Lugar de Mulher’. Começou a carreira literária postando textos na Internet, em revistas digitais. Em 2002, lançou sua primeira novela, “Máquina de pinball”, que no ano seguinte foi adaptada para o teatro por Antônio Abujamra. Seguiram-se “Das coisas esquecidas atrás da estante” e “Vida de gato”. A popularidade de seus escritos chamou a atenção do cineasta Murilo Salles, que se inspirou em textos da autora para produzir o filme “Nome Próprio”, de 2006/2007. De 2012, é o projeto “Cidade Grande no Escuro”, uma coletânea de seus textos publicados em sites, revistas e jornais ao longo de uma década. E em 2016, publicou “Toureando o Diabo”, editado de maneira independente, através de campanha de financiamento coletivo.

DANIEL MUNDURUKU - Nasceu em Belém/PA, filho do povo indígena Mundurucu. Formado em Filosofia, com licenciatura em História e Psicologia, tem mestrado em Antropologia Social na Universidade de São Paulo. É doutor em Educação pela USP e pós-doutor em Literatura pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Diretor presidente do Instituto UKA - Casa dos Saberes Ancestrais, lecionou durante dez anos e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor de São Paulo. Esteve em vários países da Europa, participando de conferências e ministrando oficinas culturais para crianças. Autor de “Histórias de índio, coisas de índio” e “As serpentes que roubaram a noite”, premiados com a menção de livro Altamente Recomendável pela FNLIJ. Seu livro “Meu avô Apolinário” foi escolhido pela UNESCO para receber menção honrosa no Prêmio Literatura para Crianças e Jovens na Questão da Tolerância. Já lançou mais de 50 livros para crianças, jovens e educadores. É Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República desde 2008. Em 2013 recebeu a mesma honraria na categoria da Grã-Cruz, a mais importante honraria  oficial a um cidadão brasileiro na área da cultura. Entre outras atividades, participa ativamente de palestras e seminários destacando o papel da cultura indígena na formação da sociedade brasileira.

DIEGO MATOS – Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará (2004), é mestre (2009) e doutor (2014) pelo programa de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU USP), na Área de Concentração "Projeto, espaço e cultura". Atua como pesquisador, professor e curador nas áreas de arquitetura e arte contemporânea, com atenção em suas relações históricas, teórico-críticas e práticas. Foi coordenador de acervo e pesquisa da Associação Cultural Videobrasil (2014-2016). Recentemente, organizou, ao lado de Guilherme Wisnik, o livro “Cildo – Estudos, Espaços, Tempo”, lançado em 2018, em edição trilíngue (português, inglês, espanhol), que apresenta a obra do grande artista Cildo Meireles, a partir do conceito do estudo e da pesquisa.

ELIANA ALVES CRUZ – Jornalista e escritora carioca, ganhadora do Prêmio Oliveira Silva de romances da Fundação Cultural Palmares/MinC 2015 por “Água de barrela”, que recupera mais de 300 anos de história de mulheres negras que sustentaram seus filhos e mantiveram sua própria existência lavando roupas em situações de exploração, miséria e escravidão. Participou das coletâneas Cadernos Negros do Quilombhoje Literatura. Lançou ainda “Perdidas, histórias para crianças que não têm vez” e “O crime do Cais do Valongo”.

EUMANO SILVA – Jornalista mineiro radicado em Brasília, atuou como repórter e editor para alguns dos maiores veículos da imprensa brasileira. Foi editor-chefe do jornal Correio Braziliense, da sucursal das revistas IstoÉ e Veja, repórter especial da revista Época e editor-executivo do site Congresso em Foco. É autor de “Operação Araguaia - os arquivos secretos da guerrilha”, em parceria com Taís Morais, e “A morte do diplomata: um mistério arquivado pela ditadura”, sobre a obscura morte do diplomata brasileiro Paulo Dionísio de Vasconcelos, ocorrida em Haia, Holanda, em 1970.

GOG - Um dos pioneiros do movimento rap no Distrito Federal, Genival Oliveira Gonçalves (Sobradinho, DF, 1965), mais conhecido pelo nome artístico GOG, é rapper, cantor e escritor. Já no início da carreira, ganhou a alcunha de ‘Poeta do Rap Nacional’. A obra de GOG respira a realidade dura das periferias, além de cantar a poesia dos que sentem na pele as dificuldades da vida. O compositor também escreve romances. Em 2010 lançou o seu primeiro livro, “A Rima Denuncia”, com 48 letras de rap. Ele associa a sobrevivência da mensagem do Hip Hop à aproximação com a literatura marginal e com os movimentos culturais. Em 1992, lança o compilado “Peso Pesado”, com o qual passa a se projetar no país. No ano seguinte, lança um selo para apresentar seus trabalhos e dar voz a novos talentos, consagrando a poesia urbana que marcaria sua militância musical. De 1994 a 2000 vêm mais quatro discos: Dia-a-Dia da Periferia, Prepare-se!, Das Trevas à Luz e CPI da FavelaMumm-Ra High Tech é seu 11º disco, no qual mistura criatividade sonora a narrativas contundentes. GOG iniciou o trabalho com o rap nas quadras e festas no Guará. Sua influência veio do convívio com os primos amantes da black music, além dos vinis do pai. Em 2007, grava o DVD "Cartão Postal Bomba!", com participações de Lenine e Maria Rita.  GOG recebeu prêmios pelo apoio às periferias.

INÉS BORTAGARAY – Escritora e roteirista uruguaia, seu primeiro livro, “Ahora tendré que matarte”, foi uma coletânea de contos publicada em 2001. Depois, nasceu “Prontos, listo, ya”, de 2006, lançado no Brasil em 2014, com o título de “Um, dois e já” e bastante celebrado pela escrita delicada. É ainda co-roteirista dos filmes “Una novia errante”, de Ana Katz (Argentina, 2007), “La vida útil”, de Federico Veiroj (Uruguai, 2010) e “Mujer conejo”, de Verónica Chen (Argentina, 2013).

JESSÉ DE SOUZA – Escritor, professor e pesquisador brasileiro, atuou como presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) até o afastamento da Presidente Dilma Roussef, quando então pediu demissão. Atualmente, é professor titular de ciência política na Universidade Federal Fluminense e escreve artigos para a revista Carta Capital. Formado em Direito e com mestrado em sociologia pela Universidade de Brasília, Jessé de Souza é doutor em Sociologia pela Karl Ruprech Universität Heidelberg (Alemanha) e pós-doutor pela New School of Social Research, de Nova York. Já escreveu 27 livros em português, inglês e alemão, sobre sociologia política, desigualdade no Brasil, modernização periférica, dentre outros. São títulos como “A ralé brasileira: quem é e como vive” (2009), “Modernização seletiva: Uma Reinterpretação do Dilema Brasileiro” (2000), “A tolice da inteligência brasileira” (2015) e “A radiografia do golpe: Entenda como e por que você foi enganado” (2016), que recebeu o Prêmio Jabuti de Ciências Humanas 2017. Recentemente, lançou “A elite do atraso – Da escravidão à Lava Jato”, no qual procura explicar o Brasil desde o ano zero e defende que as raízes da desigualdade no País estão na escravidão.

JOÃO SILVÉRIO TREVISAN – Romancista, contista, ensaísta, roteirista, diretor, dramaturgo, há décadas é uma referência no ativismo LGBT. Nascido em Ribeirão Bonito, interior de São Paulo, estudou no Seminário Bom Jesus, em Aparecida/SP, onde se formou em Filosofia. Em 1970, após atuar como assistente de cineastas como João Batista de Andrade, dirige seu único longa-metragem, “Orgia ou O homem que deu cria”, que foi proibido pela censura da época. Em 1973, parte para a Califórnia, onde toma contato com o movimento gay organizado. Ao voltar ao Brasil, em 1976, lança o livro “Testamento de Jônatas Deixado a Davi” e, em 1978, organiza o grupo Somos pelos Direitos dos Homossexuais Brasileiros. Na mesma época, funda o jornal temático “Lampião da Esquina”, que abria espaço para todos os excluídos. Seu livro mais famoso, “Devassos no Paraíso”, de 1986, apresenta uma extensa pesquisa sobre a homossexualidade no Brasil. Recentemente, Trevisan lançou “Pai, Pai”, o primeiro do que ele chama de “Trilogia da dor”. Na obra, ele repassa a difícil relação com o pai, alcoólatra, intolerante e violento.

JORIO DAUSTER – Diplomata, empresário e tradutor brasileiro. Entrou para o serviço diplomático em 1961 e atuou como presidente do Grupo de Países Produtores na Organização Internacional do Café, de 1979 a 1985. Foi ainda presidente do Instituto Brasileiro do Café (IBC), de 1987 a 1990, negociador da dívida externa brasileira, entre 1990 e 1991, presidente do Conselho de Administração da Ferrous Resources do Brasil e hoje atua como consultor de empresas. Paralelamente, desenvolveu uma importante trajetória como tradutor, especializando-se nas obras de J.D. Salinger, Vladimir Nabokov, Ian McEwan e Philip Roth.

JOSÉ ALMEIDA JÚNIOR – Formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, estado onde nasceu, tem pós-Graduação em Direito Processual e Direito Civil. Radicado em Brasília, atua como defensor público. É autor do romance histórico “A última hora”, que reconstitui passagens importantes da história do Brasil. Dentre os personagens que apresenta, figuras conhecidas e reais como Carlos Lacerda, Nelson Rodrigues e Samuel Wainer. O livro conquistou o Prêmio SESC de Literatura de 2017. O romance é o segundo escrito por José Almeida Júnior. O primeiro – “O Homem que odiava Machado de Assis” – é ambientado no século XIX e permanece inédito.

JOSÉLIA AGUIAR - Especializada na cobertura de livros, a jornalista cultural, nascida em Salvador (BA), é mestre e doutoranda em História pela Universidade de São Paulo (USP). Na Folha de S.Paulo, foi repórter e redatora, assinou a coluna Painel das Letras, na Ilustrada, e comandou o blog Livros Etc. Também foi correspondente do jornal em Londres, com reportagens em países europeus. Trabalhou no jornal Valor Econômico e editou EntreLivros, revista mensal sobre livros, que circulou de 2005 a 2009. Em 2017, ao assumir a curadoria da Festa Literária de Paraty, a Flip, Josélia mudou um dos principais eventos de literatura do país: emplacou mais diversidade em sua programação, com mais presença feminina e de autores negros. Sua preocupação foi buscar escritores fora do radar do grande mercado. Em 2018, foi novamente escalada como curadora da Flip, desta vez celebrando a obra de Hilda Hilst. Em suas manifestações, a jornalista tem reforçado a meta de formação de plateias e de leitores capazes de compreender diversas linguagens e sentidos. Para tanto, faz ampla pesquisa em busca de novas vozes, modos de ver e construir narrativas, combinar linguagens e inventar sentidos. Josélia também prepara a biografia do escritor Jorge Amado.

JUAN GABRIEL VÁSQUEZ – Escritor colombiano, crítico literário, tradutor e jornalista, é conhecido em todo o mundo por seu livro “O ruído das coisas ao cair”, que conquistou quatro importantes prêmios internacionais: Premio Alfaguarda de Novela 2011, Premio Roger Caillois 2012 (França), Premio Gregor von Rezzoni 2013 (Itália) e Premio Literário Internacional IMPAC de Dublin 2014 (Irlanda). Já trabalhou na tradução de obras de autores como Victor Hugo e E.M. Forster. Como jornalista, conquistou o Premio de Periodismo Simón Bolívar com “El arte de la distorsión”. É ainda autor de uma breve biografia de Joseph Conrad, “El hombre de ninguna parte”, de 2007. Seu primeiro romance - “Os informantes” - foi lançado em 2004. É autor ainda de “Los amantes de todos los santos” (2001), “História Secreta de Costaguana” (2007) - que lhe rendeu os prêmios Qwerty de melhor romance em língua espanhola (Barcelona) e o prêmio colombiano Fundación Libros e Letras -, “As reputações” (2013) e “La forma de las ruínas” (2015). Seus livros já foram publicados na Inglaterra, França, Holanda, Itália, Alemanha, Polônia, Estados Unidos, Israel e Brasil.

LINA MERUANE – Escritora e professora chilena, descendente de palestinos e italianos. Doutora em Literatura Hispano-Americana pela Universidade de Nova York, recebeu bolsa da Fundação Guggenheim para desenvolver a novela “Fruta podrida”. Ensina Literatura Latino-americana na Universidade de NY, fundou e dirige o selo independente Brutas Editoras, que publica tanto títulos chilenos quanto norte-americanos. Suas obras já foram traduzidas para o inglês, italiano, alemão, francês e português. Em 2011, ganhou o alemão Anna Seghers-Preis pela qualidade de seu trabalho, e em 2012 conquistou o Sor Juana Inés de la Cruz Prize, pela novela “Sangre en el ojo”.

LOURENÇO MUTARELLI – Ator, escritor, dramaturgo, quadrinista, Lourenço Mutareli é uma usina de criação. Sua carreira nas letras começou como desenhista, tendo lançado, de 1991 até os dias de hoje, 12 álbuns, como “Transubstanciação” (1991) e a trilogia do famoso detetive Diomedes: “O dobro de cinco”, “O rei do ponto” e a “Soma de Tudo” (2001, 2002) vol 1 e 2 (que integram volume lançado pela Companhia das Letras intitulado “Diomedes, a trilogia do acidente”). Assina sete peças de teatro, reunidas no livro “O Teatro de Sombras” (2007) e seus dois primeiros livros - “O Cheiro do Ralo” (2002) e “O Natimorto” (2004) - foram levados ao cinema sob a direção de Heitor Dhalia, em 2006, e Paulo Machline, em 2008, respectivamente – “O Natimorto” também foi adaptado para o teatro sob a direção de Mário Bortollotto. Lançou ainda “Jesus Kid” (2004), “A Arte de Produzir Efeito sem Causa” (2008), “Miguel e os Demônios” (2009), “Nada me faltará” (2011) e “O Grifo de Abdera” (2015). Também desenvolve carreira como ator, participando de filmes como “É proibido fumar” e “Que horas ela volta”, de Anna Muylaert, “O Gorila”, de José Eduardo Belmonte, “Elon Não Acredita na Morte”, de Ricardo Alves Junior.

LUIZ RUFFATO – Um dos nomes mais celebrados da literatura brasileira dos anos 2000, é jornalista e escritor mineiro. Na imprensa, atuou no Jornal da Tarde, de São Paulo, a partir de 1990, como repórter de Economia, redator, subeditor e editor de Política, coordenador de Política e Economia e secretário de Redação, encerrando suas atividades em abril de 2003, quando passou a se dedicar exclusivamente à literatura. É consultor da Enciclopédia de Literatura Brasileira do Instituto Itaú Cultural e cronista mensal da edição Brasil do jornal El Pais. Como autor, ganhou os prêmios Machado de Assis e Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por “Eles eram muitos cavalos”; APCA, Jabuti e Casa de las Américas por “Inferno provisório”; e Jabuti por “A história verdadeira do Sapo Luiz”. Em 2016, recebeu o Prêmio Internacional Hermann Hesse, na Alemanha. Sua obra desdobrou-se em uma dezena de curtas-metragens, dois longas-metragens (“Estive em Lisboa e lembrei de você”, produção luso-brasileira dirigida por José Barahona, e “Redemoinho”, baseado em algumas histórias de “Inferno provisório”, dirigido por José Luiz Villamarín). Suas narrativas estão publicadas em jornais, revistas e antologias na Argentina, Uruguai, Colômbia, Cuba, México, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Finlândia, Suécia, Polônia, Croácia, Hungria, Angola, Líbano e Hong Kong. É autor de uma dezena de livros, entre romances, contos, crônicas e poemas. Sua obra mais recente é “A cidade dorme” (2018, contos).

MARCO AURÉLIO CREMASCO - Autor de 12 livros, entre obras técnicas, romances, poemas, contos e crônicas, foi um dos fundadores e coeditores da Babel, Revista de Poesia, Tradução e Crítica. Nascido em Guaraci (PR), reside em Campinas (SP), onde é professor titular na Faculdade de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Publicou os livros de poemas “Vampisales” (Editora da Universidade Estadual de Maringá, 1984), “Viola Caipira” (edição do autor, Campinas, 1995), “A Criação” (Cone Sul, São Paulo, 1997; Prêmio Xerox e Revista Livro Aberto de Literatura), e “fromIndiana” (edição do autor, West Lafayette, EUA, 2000). Escreveu, ainda, o romance “Santo Reis da Luz Divina” (2004; Prêmio Sesc de Literatura e finalista do Prêmio Jabuti de 2005), o livro de contos “Histórias Prováveis” (2007, editados pela Record) e a novela “Oco do Mundo” (Sereia Ca(n)tadora, Santos, 2011). Em 2010, foi contemplado com a Bolsa Funarte de Criação Literária para a escrita do romance “Evangelho do Guayrá”.

MARIA VALÉRIA REZENDE - Freira, escritora e feminista, já fumou maconha, lutou contra a ditadura e foi amiga de Fidel Castro. Lançou quatro romances e uma coletânea de contos. Nascida em 1942 em Santos (SP), tornou-se uma das mulheres mais relevantes da literatura do país. Em 2001, lançou seu primeiro livro de ficção, “Vasto Mundo”, abordando “causos” do povo nordestino sobre amores e dores, desde a geografia local até a crença na transcendência, premiado com o Prêmio Jabuti de melhor livro infanto-juvenil. Dela, a Editora Objetiva publicou “Modo de apanhar pássaros à mão” e o elogiado romance “O voo da guará vermelha”, inspirado na experiência com a dor do analfabetismo e com a educação de jovens e adultos. Considerada uma revelação das letras por Frei Betto, a escritora costura referências das culturas erudita e popular e também lançou criativos livros infanto-juvenis. Foi em 1965 que entrou para a Congregação de Nossa Senhora. Sempre se dedicou à educação popular e a projetos sociais, primeiro na periferia de São Paulo e, a partir de 1972, no Nordeste. Viveu no meio rural de Pernambuco e da Paraíba e, desde 1986, mora em João Pessoa. Como missionária, deu a volta ao mundo quatro vezes, alfabetizando adultos e crianças. O estereótipo de religiosa inocente não cola nesta militante que briga por mais espaço para as escritoras. Com “Quarenta Dias” conquistou o Prêmio Jabuti de melhor romance e melhor livro de Ficção de 2015.

MICHELINY VERUNSCHK - Nascida em Recife em 1972, a poetisa, romancista e historiadora brasileira é autora de oito livros de poesia e prosa. Seu primeiro romance, “Nossa Teresa – vida e morte de uma santa suicida” (editora Patuá, 2014) foi agraciado com o Programa Petrobras Cultural e com Prêmio São Paulo de melhor livro de 2015. É autora dos romances “O peso do coração de um homem” (Patuá, 2017) e “Aqui, no coração do inferno” (Patuá, 2016, finalista do Prêmio Rio de Literatura 2016). Dois temas predominam em sua obra: o da “violência institucionalizada da sociedade como promotora do terror” e a morte. Também publicou os livros “Geografia Íntima do Deserto” (Landy, 2003, finalista em poesia do prêmio Portugal Telecom), “O Observador e o Nada” (Edições Bagaço, 2003) e “A Cartografia da Noite” (Lumme Editor, 2010).  Micheliny é mestre em Literatura e Crítica Literária e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-São Paulo. Integrou vários corpos de jurados de concursos literários brasileiros, entre eles o Prêmio Jabuti e o Prêmio Sesc de Literatura. Tem trabalhos publicados na França, Portugal, Espanha, Canadá e Estados Unidos.

MIRIAM ALVES Escritora representativa da literatura afro-brasileira, começou a escrever aos 11 anos. Publicou os livros de poemas “Momentos de Busca” (1983) e “Estrelas nos Dedos” (1985), a peça teatral “Terramara” (1988, em coautoria com Arnaldo Xavier e Cuti), o livro de ensaios “Brasilafro autorrevelado” (2010) e a coletânea de contos “Mulher Mat(r)iz” (2011). No campo da ficção, em 2015 lança o romance “Bará na trilha do vento”. Nascida em São Paulo em 1952, a poeta, dramaturga e prosadora integrou o movimento Quilombhoje Literatura nos anos 1980, publicando poemas nos Cadernos Negros. Atuou como escritora visitante na Universidade do Novo México e debateu literaturas afro-brasileira e feminina nas universidades do Texas, do Tennessee e de Illinois, nos Estados Unidos. Foi traduzida em antologias bilíngues reunindo escritos de autoras negras brasileiras. Assistente social e professora, Miriam é intelectual atenta às relações entre poesia, ficção e metalinguagem, e exercita a crítica em artigos publicados no Brasil e no exterior. Em obras como “Estrelas no dedo”, une o lirismo ao embate engajado com uma sociedade que veta ao negro o acesso à plena cidadania.

MIRNA QUEIROZ - Jornalista e editora, com mestrado em Estudos Culturais pela Universidade de São Paulo (USP). Curadora da programação da Fundação Roberto Marinho/Museu da Língua Portuguesa para as edições 2017/2018 da FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty, atua desde 2010 no mercado editorial, tendo publicado várias coletâneas em português, francês e inglês. É autora de seis biografias, entre elas, as de Fernando Pessoa e Camões, na coletânea "80 Vidas Que a Morte Não Apaga", editada pelo jornal português Público, em 1997. Como jornalista, trabalhou em alguns dos principais canais de televisão no Brasil e Portugal. Foi correspondente da BBC de Londres em Lisboa, Bruxelas e Cingapura, onde também organizou o primeiro festival de cinema brasileiro no sudeste asiático.

PATRICIO PRON – Escritor e crítico literário argentino, formado em Comunicação Social pela Universidade Nacional de Rosario e doutor em Filologia Românica por Georgia Augusta de Göttingen (Alemanha). Começou a escrever na imprensa, em 1992. Entre 2000 e 2001, percorreu a Europa como correspondente internacional do jornal La Capital (Rosario). Atualmente, escreve no Babelia, suplemento cultural do jornal El País e na revista hispano-mexicana Letras Libres. Recebeu o Prêmio Juan Rulfo de Relato em 2004, pelo conto “Es el realismo” e o XXIV Premio Jaén de novela 2008 por “El comienzo de la primavera”. No Brasil, foi publicado o romance “O Espírito dos Meus Pais Continua a Subir na Chuva”, de 2011.

PEDRO DÓRIA -  Jornalista, escritor e palestrante, ao longo da carreira dirigiu algumas das principais redações do país. Hoje colunista da Rádio CBN e dos jornais O Globo e Estadão, também é fundador da startup Meio, que resume todo dia os acontecimentos numa leitura de oito minutos. Escreveu best-sellers sobre história do Brasil: “1565” reconstrói a história do Rio de Janeiro e do Sudeste em seus primeiros dois séculos. Já “1789” passa em revista a Inconfidência Mineira, além de fazer revelações a respeito de quem foi Tiradentes. Foi editor-executivo de O Globo e editor-chefe de conteúdos digitais do Estadão, além de colunista da Folha de S. Paulo. Esteve entre os fundadores dos sites No. e NoMínimo. Entre seus sete livros também estão “Manual para a Internet” (Revan, 1995), o primeiro sobre a grande rede no Brasil, e “Eu gosto de uma coisa errada” (Ediouro, 2006), coleção de reportagens sobre internet, sexo e nudez. Nascido no Rio de Janeiro em 1974, estudou em Stanford, a universidade fincada no Vale do Silício. Acompanha as transformações impostas pelo digital há mais de 20 anos, e, em 2015, recebeu o Prêmio Comunique-se de melhor jornalista brasileiro de Tecnologia. Suas palestras incorporam a experiência com política brasileira e internacional para interpretar o momento atual. Recebeu o Prêmio Caixa de Reportagem Social e o Bobs, da rede alemã Deutsche Welle.  

RONALDO BRESSANE - É escritor, jornalista e editor, tendo publicado romances, volumes de contos e poesias. Escreveu os romances “Mnemomáquina” (2014, Demônio Negro) e “Escalpo” (2017, Reformatório) – este, um thriller de ação com fôlego e prosa vigorosos. Tiroteios nas franjas abandonadas de Paraty, repressão policial violenta e a sangrenta ditadura do Chile compõem “Escalpo”, cujo protagonista cruza a América Latina e se vê em meio às manifestações de 2013. Como jornalista, Bressane foi editor-executivo da revista V, redator-chefe da Trip e editor da Alfa, tendo colaborado com revistas culturais como Bravo!. Nascido em São Paulo em 1970, estudou Letras na USP e começou a publicar em 1996 na Revista A – um dos sites pioneiros de literatura no Brasil. Lançou seu primeiro livro em 1999: “Os Infernos Possíveis” (Com-Arte/USP). Em poesia, publicou “O Impostor” (2002, Ciência do Acidente), “Cada Vez Que Ella Dice X” (2007, Yiyi Jambo) e “Metafísica Prática” (2017, Oito e Meio). Em 2014, lançou o infantojuvenil “Sandiliche” (Cosac Naify). O escritor também participou de antologias e organizou o volume “Essa História Está Diferente”, em que ficcionistas recriam canções de Chico Buarque. Tendo por especialidade o perfil, foi ghost writer de personalidades diversas. Além de tradutor, ensina escrita criativa e dá oficinas de jornalismo.

RUBENS VALENTE - Jornalista da Folha de S.Paulo desde 2000, fez reportagens em mais de 30 terras indígenas, principalmente nos anos 1990. Com dois Prêmios Esso no currículo e ampla experiência na cobertura política nacional, desde 2010 é repórter do jornal na sucursal de Brasília. Após vasta investigação histórica e pesquisas em documentos, Rubens Valente reconta as tragédias esquecidas dos índios brasileiros no livro “Os Fuzis e as Flechas: História de Sangue e Resistência Indígena na Ditadura”. De forma inédita, a obra traz à tona os erros e omissões do Estado brasileiro e revela barbaridades sofridas pelos povos indígenas durante a ditadura militar (1964-1985). O regime dos generais foi implacável na estratégia de ocupação militar da Amazônia por meio de estradas, hidrelétricas e instalação de colonos. Entrevistando índios, sertanistas e missionários, o livro aponta uma dizimação: etnias como os Kararaô perderam 90% dos seus índios. A obra denuncia tragédias na construção de grandes obras do período militar, como a Transamazônica. Até hoje o Estado brasileiro não reconheceu as mortes e nem reparou os danos causados. O jornalista nasceu em Goioerê (PR), em 1970, e desde os 12 anos convive com a realidade indígena, que marcou sua vida profissional iniciada em Mato Grosso do Sul.

SCHNEIDER CARPEGGIANI - Possui graduação em Comunicação Social e Jornalismo pela UFPE e mestrado e doutorado em Teoria Literária pela UFPE, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura brasileira, literatura latino-americana contemporânea, cultura pop e literatura brasileira contemporânea. Atuou como crítico de literatura e de cultura pop do Jornal do Commercio e foi editor da Cesárea Editora (www.cesarea.com.br). É editor do Suplemento Pernambuco (www.suplementopernambuco.com.br), jornal literário do Estado de Pernambuco. Já editou também a revista de ensaios ArtFliporto e atuou como curador de conteúdo da Expoidea e do Festival de Literatura do Recife, em 2012, 2013 e 2014. É curador da Bienal do Livro de Pernambuco. Atua ainda como curador do selo Suplemento Pernambuco da Cepe Editora.

SELVA ALMADA - Considerada pela crítica e por leitores como uma das grandes revelações da literatura latino-americana contemporânea, a escritora argentina tem romances e livros de contos publicados. Entre suas obras, destaca-se “O vento que arrasa”, editado no Brasil pela Cosac Naify em 2015. Na definição da autora, a obra é quase como um sussurro, bem curto, essencialmente tratando da fé. O passado no interior da Argentina tem enorme influência em seus livros, tanto que Selva resgata o ritmo da vida longe das grandes cidades e a linguagem provinciana, principalmente em sua segunda novela, “Ladrilheiros”, de 2013. Nascida em Entre Ríos em 1973, Selva também é autora de “Garotas mortas”, uma investigação sobre feminicídio em que desbrava novos caminhos para a não ficção latino-americana. No livro, a prosa cristalina da escritora mostra como a violência diária contra meninas e mulheres acaba envolta numa cortina de fumaça do que seria considerado “normal”. Selva publicou seus primeiros contos na revista Análisis. De 1997 a 1998 dirigiu a revista CAelum Blue. Já tem livros traduzidos na Europa e recebeu apoio de escritores de longa trajetória e prestígio internacional, como a conterrânea Beatriz Sarlo.

TATIANA NASCIMENTO – Poeta, compositora e cantora, em 2016 lançou seu primeiro livro de poesia, “Lundu”. A publicação foi feita pela Padê Editorial, editora de livros artesanais que Tatiana fundou (junto a Bárbara Esmenia) para lançar obras de escritoras negras e LGBT. Autora de poesias sobre o genocídio da população negra, a brasiliense foi convidada por Cidinha da Silva, autora do livro “#ParemDeNosMatar!”, para participar de uma coletânea de textos de poetas mulheres sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. Negra, lésbica e periférica, Tatiana milita por bandeiras ligadas às culturas negras, à educação antirracista, ao feminismo e à autoria artística de lésbicas negras. Como cantora e poeta, lançou seu áudio-livro “um ebó di boca y otros silêncios”. Doutora em Estudos da Tradução (UFSC) e licenciada em Letras - Português (UnB), a poeta também é realizadora experimental em audiovisual. Coletivo editorial formado em outubro de 2015, a Padê edita já esteve em eventos fora do país – como em Viena, na Áustria. Tatiana escreve no blog https://palavrapreta.wordpress.com/.

TIAGO FERRO - Editor e escritor paulista, é um dos fundadores da editora de e-books e-galáxia e da revista de ensaios Peixe-elétrico. Colabora regularmente com textos sobre cultura para importantes veículos como as revistas piauí, Cult e Suplemento Pernambuco. Mestre em história social pela Universidade de São Paulo, atualmente pesquisa a obra do crítico literário Roberto Schwarz no programa de doutorado da mesma universidade. “O pai da menina morta” é seu romance de estreia. No livro, ele narra o luto pela morte de sua filha de oito anos de idade. O livro é apontado como uma revelação da literatura contemporânea por sua narrativa não-linear, em linguagem experimental.

ZECA CAMARGO - O jornalista é um dos apresentadores do programa É de Casa, da TV Globo. Esteve no comando do primeiro reality show da emissora, o No Limite, e do jornalístico Fantástico. Andarilho, Zeca Camargo já visitou mais de 94 países. Iniciou sua carreira como repórter no mundo da música em 1987 quando trabalhava na Folha de S. Paulo. Na MTV Brasil, tornou-se diretor de jornalismo e apresentou o programa MTV no Ar. Em 1994, apresentou o programa Fanzine na TV Cultura e, mais tarde, virou editor da revista Capricho. Em 1996, foi chamado pela Rede Globo para apresentar o quadro Altos Papos, no Fantástico. Fez a série de reportagens Aqui se Fala Português, e A Fantástica Volta ao Mundo, primeira série de reportagens totalmente gerada pela internet. Inspirado por suas reportagens no Fantástico, o jornalista escreveu seis livros, como o best-seller “A Fantástica Volta ao Mundo”, “De A-ha a U2: os Bastidores das Entrevistas do Mundo da Música” e “Medida Certa: Como Chegamos Lá”, este em coautoria com Renata Ceribelli. Lançou o livro eletrônico “50, eu?”, no qual faz algumas reflexões sobre saúde, corpo e trabalho e relembra passagens de sua vida e carreira. Zeca Camargo assina um blog no site G1, onde predominam assuntos ligados a música, cinema e comportamento. Prepara uma biografia sobre a cantora Elza Soares.


SERVIÇO

4ª BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA
Data: 18 a 26 de agosto de 2018
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães - Brasília
Horário de funcionamento: 9h às 22h
ENTRADA FRANCA
Informações: (61) 3542.0340

==> Foto: Divulgação

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