A igualdade de gênero é assunto
preocupante no mundo: depois de uma década, pela primeira vez foi constatado
aumento das disparidades entre homens e mulheres no planeta. A informação é do
Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2017. Por causa da queda da
participação feminina na política, por exemplo, o Brasil caiu 11 posições no
ranking, em apenas um ano. Pelo cálculo atual, seriam necessários 217 anos para
acabar com a desigualdade no mercado de trabalho.
Mas, nem tudo está perdido para o
Brasil. Apesar da piora na classificação, o relatório destaca que o Brasil
resolveu suas diferenças de gênero na área de educação. Este setor conta com
mulheres empreendedoras que, além de não ter medo de desafios, expandem os
negócios. É o caso, por exemplo, de Daniella Asevedo, dona de duas escolas de
Educação Infantil no Distrito Federal, uma no Guará e outra no Gama. Daniella,
hoje com 38 anos, se lançou como empresária nesse setor há oito. As iniciativas
deram tão certo que ela resolveu apostar no segmento de novo, e, este ano, abre
mais uma unidade de ensino, agora na Asa Sul (Brasília, DF), a Escola 21. O
novo empreendimento tem como desafio ser o pioneiro em Brasília a oferecer a
metodologia de Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP).
“Pela ABP, as crianças têm a
oportunidade de planejar e decidir o que estudar, de acordo com seu nível de
maturidade, e dentro dos limites impostos pelo conteúdo curricular obrigatório,
o que fortalece seu senso de responsabilidade e cria engajamento. O
planejamento é feito em conjunto com o professor”, explica a empresária, casada
e mãe de dois filhos.
Segundo Daniella, o investimento
em uma metodologia de ensino inovadora, e na capital federal, é desafiador, e,
ao mesmo tempo, motivador.
“O diferencial de ensino são a
prática, os recursos e o envolvimento dos alunos no desenvolvimento dos
projetos e a concretização de cada conteúdo de forma participativa e
envolvente, compartilhando os resultados com a turma”, explica.
Mestre em Administração de
Empresas e pós-graduada em Gestão Empresarial, Sônia Sacramento explica que a
participação feminina em áreas que antes não tinham tanto interesse representa
uma quebra de paradigma fundamental para o desenvolvimento do mercado de
trabalho.
“A mulher tem uma visão mais
flexível e consegue gerenciar problemas com mais facilidade, e, quando esse
trabalho é feito em conjunto com o homem, que também tem características bem
peculiares, ambos conseguem aumentar a produtividade e gerar excelentes
resultados para a empresa”, afirma Sônia.
No caso de Daniella, a explicação
da especialista não poderia estar mais correta: a empresária abre a unidade com
Alexandre Peixoto, sócio-idealizador da Escola 21.
“Oferecer educação de qualidade é
o nosso objetivo. O investimento feito nas crianças é essencial para que se
tornem cidadãos mais responsáveis e cada vez mais conscientes”, conclui
Daniella.
Sobre o Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2017
Representantes do estudo explicam
que estamos vivendo uma era de transição do capitalismo para a do talentismo. A
competitividade em níveis nacional e de negócios será decidida pela capacidade
de inovação de um país ou uma empresa. Quem entende a integração das mulheres
como uma importante força dentro do seu grupo de talentos terá mais sucesso. O
relatório indica que, se a lacuna de gênero na área econômica em todo o mundo
fosse reduzida a 25% até 2025, haveria um acréscimo de US$ 5,3 trilhões ao
Produto Interno Bruto, o PIB, que é soma dos bens e serviços produzidos, em
âmbito global.
Outros dados
Já uma pesquisa do Sebrae e do
Global Entrepreneurship Monitor aponta que, nos últimos 14 anos, o
empreendedorismo feminino cresceu 34% no país. As mulheres conseguiram criar
novos negócios na mesma proporção que os homens, sendo que mais de 7,9 milhões
de mulheres abriram empresas. Elas também passaram a atuar em outros setores,
que antes tinham como maioria os homens. Entre eles, a área de tecnologia.
Outra área promissora e de fundamental importância para o País, a Educação,
também tem investimento feminino, uma vez que, além de ocuparem cargos de
liderança, as mulheres estão expandindo os negócios nesse setor.
==> Foto: Divulgação
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