Entre os dias 15 e 20 de novembro, a Caixa
Cultural Brasília recebe a ocupação Agô
– Samba e Ancestralidade, que
celebra o samba e o universo da cultura afro-brasileira. Além das apresentações
de seis sambistas diferentes – que levam essa temática para seus trabalhos, a
programação conta com a palestra “Sambas: histórias de terreiros”, com o
cantor, compositor e pesquisador Nei Lopes.
Uma das convidadas do projeto, Fabiana
Cozza conta que tem o samba como gênero que a embalou desde o nascimento e que
a levou para o mundo da música. “Minha relação com a ancestralidade
afro-brasileira vem da música e do meu interesse pela cultural negra diaspórica
do Brasil e do mundo”, diz Fabiana, que vai cantar “Orixá” (Roberto
Mendes/Jorge Portugal), “Velhos de Coroa” (Sergio Pererê) e “Mama Kalunga “(Tiganá
Santana), entre outras.
A cantora Teresa Lopes, que se apresenta no
dia 18 de novembro, vai interpretar algumas releituras de sucessos do gênero e
músicas do primeiro disco da carreira, “Clara Essência”. Entre canções
confirmadas do repertório, está a faixa-título do novo disco, composta por
Vinícius de Oliveira, Arthur Senna e Chico Teixeira.
“Só
podemos pensar para onde vamos e o que queremos se olharmos para nosso passado.
Quem nós somos e o samba que fazemos hoje vêm da nossa ancestralidade. É ela
que nos guia, nos guarda e nos leva para frente. É importante lembrar que a
consciência negra deve estar presente todos os dias, não apenas em determinadas
datas”, diz Teresa.
Tendo como o condutor a relação entre o
samba e as tradições de matriz africana, Agô
– Samba e Ancestralidade é um encontro de artistas de várias gerações e regiões,
que destaca a diversidade cultural brasileira.
Confira a programação completa e um pouco
sobre cada artista convidado:
Programação
15/11 – Às 18h, palestra com Nei Lopes; às
20h, show com Nei Lopes
16/11 – Ás 20h, show com Filhos de Dona
Maria
17/11 – Às 20h, show com Mateus Aleluia
18/11 – Às 20h, show com Teresa Lopes
19/11 – Às 19h, show com Glória Bomfim
20/11 – Às 19h, cortejo com Grupo de
Percussão Afro Omô Ayo; às 20h, show com Fabiana Cozza
Sobre os artistas
Nei Lopes
Cantor, compositor e escritor, Nei Lopes é
um artista de obras consagradas. Em 1978, gravou com o amigo e parceiro musical
Wilson Moreira, o emblemático LP “Ao Povo em Forma de Arte”; e em 1981, lançou
“O Samba na realidade: A utopia da ascensão social do sambista”, um dos livros
mais importantes sobre o gênero. Em 2015, Nei, que é estudioso das culturas
africanas, no continente de origem e na diáspora, escreveu “Rio Negro, 50”,
sobre a afirmação do negro na sociedade brasileira da década de 1950.
Mateus Aleluia
Nascido em Cachoeira (BA), Mateus Aleluia
é o único integrante do grupo Os Tincoãs ainda vivo. Herdeiros da diversidade
cultural do Recôncavo Baiano, Os Tincoãs mesclaram as tradições da região com
boleros, arranjos vocais e sambas canções. Atualmente, o trabalho do cantor e
compositor combina as influências da música da Bahia com a produção feita em
Angola, país onde morou por 20 anos.
Fabiana Cozza
Com mais de 20 anos de carreira Fabiana
Cozza já cantou com Elza Soares, Leny Andrade e Luiz Melodia, entre outros,
além de ter levado sua música à Europa e América do Norte. A discografia da
artista é formada por “O Samba é Meu Dom” (2005); “Quando o Céu Clarear”
(2007); “Fabiana Cozza” (2011); “Canto Sagrado – Uma Homenagem a Clara Nunes”
(2013); “Partir” (2015) e “Ay, Amor” (2017).
Glória Bomfim
Baiana radicada no Rio de Janeiro, Glória
lançou, em 2013, o CD “Anel de Aço” (“Santo e Orixá”) com canções de Paulo
Cesar Pinheiro imersas no universo do candomblé. No mesmo ano, Glória foi vencedora
do Festival Carioca Novos Bambas do Velho Samba (2013), evento tradicional do Bar
Carioca da Gema (RJ). Em Brasília, a cantora já se apresentou no projeto
Terreirada, no Festival Abre Caminhos e no projeto Samba de Bamba.
Teresa Lopes
Filha de cariocas, Teresa Lopes cresceu
com música. Ainda criança, ela cantava e dançava com as irmãs e o pai
seresteiro. Na sequência, a brasiliense passou a cantar na igreja e em festinha
de amigos. No repertório, pop, MPB e canções em outros idiomas. Curiosamente, o
samba, gênero que consagrou a artista, chegou depois. Teresa, que já dividiu o
palco com bambas como Almir Guineto e Dona Ivone Lara, em breve, lançará o
primeiro disco da carreira, “Clara Essência”.
Filhos de Dona Maria
Formado por Amílcar Paré (voz e violões),
Artur Senna (percussão e coro), Khalil Santarém (voz e cavacolim) e Vinícius de
Oliveira (voz, banjo e percussão), o grupo une a chula, o afoxé, o jongo e a
musicalidade da capoeira. Em 2015, eles lançaram o primeiro CD, “Todos os
Prazeres”, com participações especiais de Wilson Moreira, Afoxé Alafin Oyó e
Fabiana Cozza.
Grupo de Percussão Afro Omô Ayo
Criado em 2014, o grupo tem mais de 30
integrantes e tem o repertório totalmente influenciado pela música
afro-brasileira. No ano seguinte da sua fundação, o Afoxé viveu um dos momentos
mais importantes da carreira quando, a convite do Festival Abre Caminhos,
recebeu em sua sede em Planaltina visita do grupo Ilê Ayê para troca de
experiências artísticas e oficinas de dança afro e percussão.
SERVIÇO:
Agô – Samba e Ancestralidade
De 15 a 20 de novembro, às 20h (exceto
domingo, às 19h), na CAIXA Cultural Brasília – Teatro da CAIXA (SBS, Quadra 4,
Lotes 3/4).
Ingressos: R$ 20 e 10 (meia-entrada para
estudantes, professores, maiores de 60 anos, funcionários e clientes CAIXA e
doadores de livro). Vendas a partir do dia 11 de novembro.
Bilheteria: De terça a sexta e domingo,
das 13h às 21h, e sábado, das 9h às 21h.
Informações: 3206-6456
Não recomendado para menores e 12 anos.
==> Foto: Vinicius Xavier
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