Estudo analisa quatro poemas do livro Paranóia, de Roberto Piva

Segundo Orlandi (2004), dentro do espaço urbano, no que se refere às mais variadas dimensões como a econômica, cultural, histórica, etc, o corpo dos sujeitos e o corpo da cidade formam uma construção única, estando o corpo de ambos atados e o destino de um não se separa do destino do outro.

Sob esse aspecto, nas relações poéticas, a discussão sobre a cidade, o sujeito lírico e a modernidade são intrinsecamente ligadas, já que o início do que pode ser considerado moderno está relacionado com o crescimento das grandes cidades. E, sem dúvida, essa relação entre sujeito-cidade mudou as relações sociais e, consequentemente, o fazer e o pensar a arte. Tais relações entre sujeito e cidade se acentuam na contemporaneidade, uma vez que o caos urbano torna-se mais acirrado e a sensação de fragmentação dos sujeitos se aprofunda.

Com base nesses pressupostos, o objetivo desta pesquisa foi empreender um estudo de quatro poemas de Roberto Piva (1937 – 2010) presentes no livro Paranoia ([1963] 2009): “A piedade”, “Poema Porrada”, “Praça da República dos meus sonhos” e “Visão de São Paulo à noite – Poema antropófago sob narcótico”.

Partindo do enfoque do urbano, o intento do trabalho foi estabelecer de que forma se constrói a cidade de São Paulo nos quatro poemas supracitados. Em relação aos aspectos da modernidade lírica, algumas teorias servirão como base às análises dos poemas, como a de Paz (1965; 2012; 2014), cuja obra trata, dentre outros temas, sobre a construção de imagens e ritmos dentro dos textos na modernidade poética, e de Friedrich (1978), que discorre sobre os aspectos negativos da lírica moderna, os quais acreditamos permanecerem na obra de Piva. Também foi trabalhado com o pensamento de Valéry (1999), que contribui com o ensaio sobre o fazer poético e o pensamento abstrato.

==> Foto: Divulgação

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