Tzvetan Todorov, um dos intelectuais mais reconhecidos do
mundo, morreu em Paris ontem, 7 de fevereiro. Nascido na Bulgária, em
1939, Todorov radicou-se na França em 1963. Filósofo, historiador, crítico
literário, é autor de dezenas de obras. Sua trajetória intelectual é
permeada pela multiplicidade temática. Inscreve-se entre os expoentes
surgidos no século XX no campo das ciências humanas.
Em 2015 a Editora Unesp lançou o livro Crítica da crítica, presente na Coleção Todorov. Nele, o autor analisa as grandes correntes ideológicas dessa época e a maneira como se manifestam por meio da reflexão sobre a literatura. Em entrevista recente ao jornal O Globo (confira aqui na íntegra) fala sobre a obra: "A literatura encarna sempre um pensamento sobre o mundo e sobre o que é humano, e a crítica pode fazer a mesma coisa. Por isso digo que esse livro de crítica é como um romance. Ele conta as etapas de uma história, de uma educação intelectual. Por séculos, a literatura foi a única 'ciência humana'. Hoje há outras."
Com pesar, a Editora Unesp lamenta a sua morte e lembra de suas contribuições para a filosofia e para a crítica literária presentes em suas obras da Coleção Todorov. Saiba mais sobre os livros a seguir:
Um
romance de aprendizagem
Este livro se propõe a refletir a respeito da literatura e da crítica
no século XX,buscando o que seria um pensamento ideal sobre ambas. Todorov
analisa representantes de diversas correntes críticas e de múltiplas
famílias de pensamento, como pensadores religiosos e militantes políticos,
ensaístas e escritores dessa época e a maneira como se manifestam por meio
da reflexão sobre a literatura.
Neste ensaio, o filósofo búlgaro percorre um único domínio do vasto
campo da Antropologia para estudar o ser humano a partir de um ângulo
incomum. Ele busca compreender não o lugar que o homem ocupa na sociedade,
mas,ao contrário, o lugar que a sociedade ocupa no homem: “Em que consiste
para o indivíduo, a exigência de conhecer apenas uma vida em
comum?”.
Tzvetan Todorov percorre neste livro as várias correntes e
tradições de estudos da simbólica da linguagem. Inicia sua pesquisa no
passado, pela tradição hindu, e prossegue com a abordagem de diversas
contribuições e nomes emblemáticos da retórica e da hermenêutica,
ressaltando tanto a distinção quanto a identificação da solidariedade do
simbólico e da interpretação.
Ao traduzir e organizar essa coletânea, publicada originalmente em
1965, Todorov revelou aos franceses a existência de uma notável escolada
análise literária que prospera em São Petersburgo (posteriormente
Leningrado) e Moscou entre 1915 e 1930. Trata-se de uma das poucas obras
publicadas no Ocidente que apresentam textos da volumosa produção dos
chamados formalistas russos.
Análise crítica das teorias de importantes filósofos e
pensadores, este livro não é, porém, uma “história da semiótica”. Embora,
sem dúvida, trate desse tema, a obra aborda um conjunto de disciplinas que
no passado dividiram o terreno do signo e do símbolo: a semântica, a
lógica, a retórica, a hermenêutica, a estética, a filosofia, a etnologia,
a psicanálise e a poética.
==> Foto: Divulgação
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