Algumas
histórias de amor se tornam atemporais. Envolvem e emocionam as pessoas
para além do tempo. Pensando nisto e em resgatar um pouco do romantismo
trágico do século 19, o diretor e cantor Jean Nardoto vai estrear em
Brasília a clássica ópera Lucia di Lammermoor.
A obra do italiano Gaetano Donizetti será retomada com o mesmo tom da versão original que estrou em 1835, em Nápoles, na Itália. Jean vai mostrar, sem papas na língua, o lado obscuro, trágico, o amor e a loucura da densa personagem Lucia na repaginada versão Lucia di Lammermoor – As Bodas de Sangue. Não à toa, o espetáculo será apresentado no mês de Halloween.
A ópera estará em cartaz nos dias 20, 21, 22 e 23 de outubro (quinta, sexta, sábado e domingo), sempre às 19h, na sala Plínio Marcos do Complexo Cultural Funarte (Eixo Monumental).
Um ambiente sombrio, com poucas luzes. O cenário, um hospício. Fumaças. Para dar ainda um colorido rebuscado a ópera, uma orquestra de 18 músicos regida pelo maestro Felipe Ayala. É neste clima que será retratado o amor impossível de Lucia di Lammermoor e Edgardo de Ravenswood, ambos de famílias inimigas.
A história original se passa na Escócia e é baseada no romance "The Bride of Lammermoor" (A Noiva de Lammermoor), do escocês Walter Scott.
A ópera vai revelar, em três atos, as brigas entre as famílias de Lucia e Edgardo, enamorados que fazem de tudo para ficar juntos. A loucura da protagonista mediante este amor impossível será bem ambientada no cenário de um hospício, com macas e os tradicionais e invasivos métodos psiquiátricos que procuravam tratar supostos distúrbios.
Entre amor, ódio e alucinações, terá ainda uma conclusão inédita criada pelo diretor Jean Nardoto. “Escrevi um novo final. Mas quero reviver e manter o clássico com a densidade do século 19. Afinal, várias remontagens o tornaram mais leve. Vou preservar o trágico e estender a loucura de Lucia. Mas não será um terror, é uma história de suspense”, explica Nardoto.
Para embalar o romance proibido, o diretor vai valer-se também de figurinos chocantes. Uma alternância entre os trajes específicos de um hospício – camisas de força, jalecos brancos – e modernas roupas escocesas.
A ópera será ainda cantada em italiano e falada em português. A plateia poderá acompanhar a produção por meio de legendas no nosso idioma, recurso também para garantir a acessibilidade para o público deficiente auditivo.
“A ideia é aproximar a plateia. Embora seja um clássico que vai manter o trágico, procuramos trazer a linguagem de ópera para perto dos espectadores. E a brincadeira de mesclar o italiano e português vai acentuar a esquizofrenia de Lucia”, declara Jean.
Dando vida a Lucia, as atrizes Livia Bergo e Gabriela Ramos vão se revezar nos tablados. Na pele do protagonista Edgardo, o diretor Jean Nardoto vai compor o elenco, que contará com seis personagens. Todos, cantores e atores.
O espetáculo Lucia di Lammermoor – As Bodas de Sangue é uma realização da Secretaria de Cultura do Distrito Federal com patrocínio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura e Secretaria de Cultura do Distrito Federal. O evento contará também com duas apresentações gratuitas e fechadas para escolas da rede pública do DF.
Elenco:
Lucia - Livia Bergo / Gabriela Ramos
Edgardo - Jean Nardoto
Enrico - Hermógenes Correia
Raimondo - Daniel Bastos
Alisa - Caroline Araujo
Arturo - Daniel Menezes
Serviço:
Lucia di Lammermoor – As Bodas de Sangue
Dias
20, 21, 22 e 23 de outubro (quinta, sexta, sábado e domingo), no Teatro
Plínio Marcos - Complexo Cultural Funarte (Eixo Monumental)
Horário: 19h
Ingressos: R$ 10 (meia-entrada)
Telefone para informações: 3322-2076 / 98658-4485
Censura 14 anos
==> Foto: Irene Egler


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