“’A Repartição do Tempo’ é um filme no estilo Sessão da
Tarde”, define o diretor brasiliense Santiago Dellape. Inspirado nos filmes dos
Trapalhões e em clássicos como “Goonies”, “Conta Comigo”, “De Volta para o Futuro”
e “Feitiço do Tempo”, o cineasta presta uma justa e sincera homenagem ao cinema
de aventura e fantasia que marcou os anos 80 e que foi, para toda uma geração –
e para ele inclusive – via de acesso ao universo da sétima arte. A tal
repartição do tempo mencionada no título está situada nos rincões da vasta
burocracia brasileira e também atende pela sigla REPI: Registro de Patentes e
Invenções. É lá que, um belo dia, Dr. Brasil (Tonico Pereira) protocola o
protótipo de uma máquina do tempo que, depois de cair nas mãos erradas do
psicótico Lisboa (Eucir de Souza), chefe da repartição, acaba sendo usada para duplicar
funcionários públicos e aumentar a produtividade do setor. Escravizada, uma turminha
formada por Jonas (Edu Moraes), Carol (Bianca Muller) e Zé (André Deca) vai se
meter em altas confusões para conseguir se livrar dessa enrascada em apenas 100
minutos!
DEDÉ SANTANA - A ode à estética oitentista – hoje tão em voga com “Stranger Things” – se torna completa com a presença no elenco do eterno trapalhão Dedé Santana, em memorável retorno depois do hiato de mais de uma década afastado das telonas. Ele volta na excelente companhia da filha, Yasmim Sant’anna, promissora atriz de apenas 20 anos que faz seu début cinematográfico em “A Repartição do Tempo”. Posteriormente, pai e filha viriam a atuar juntos outra vez na comédia “O Shaolin do Sertão”, de Halder Gomes, que poderá ser vista nos cinemas a partir de outubro. Por fim, o também inédito “Os Saltimbancos 2”, com Didi Aragão, viria na esteira destas duas filmagens para selar o retorno definitivo de Dedé – 80 anos de idade – à linha de frente do cinema brasileiro, num movimento de redescoberta deste gênio do humor por diretores da nova geração. Dedé, que morou em Brasília durante os anos da construção e chegou a ser proprietário de uma casa noturna no Núcleo Bandeirante, afirma que “voltar à cidade para filmar ‘A Repartição do Tempo’ foi especial”.
DEDÉ SANTANA - A ode à estética oitentista – hoje tão em voga com “Stranger Things” – se torna completa com a presença no elenco do eterno trapalhão Dedé Santana, em memorável retorno depois do hiato de mais de uma década afastado das telonas. Ele volta na excelente companhia da filha, Yasmim Sant’anna, promissora atriz de apenas 20 anos que faz seu début cinematográfico em “A Repartição do Tempo”. Posteriormente, pai e filha viriam a atuar juntos outra vez na comédia “O Shaolin do Sertão”, de Halder Gomes, que poderá ser vista nos cinemas a partir de outubro. Por fim, o também inédito “Os Saltimbancos 2”, com Didi Aragão, viria na esteira destas duas filmagens para selar o retorno definitivo de Dedé – 80 anos de idade – à linha de frente do cinema brasileiro, num movimento de redescoberta deste gênio do humor por diretores da nova geração. Dedé, que morou em Brasília durante os anos da construção e chegou a ser proprietário de uma casa noturna no Núcleo Bandeirante, afirma que “voltar à cidade para filmar ‘A Repartição do Tempo’ foi especial”.
DIRETOR/FUNCIONÁRIO PÚBLICO - O diretor
e funcionário público Santiago Dellape - estreante em longas-metragens - conhece
bem o universo que está abordando. É servidor há seis anos e retirou da
observação cotidiana muitos dos elementos que compõe o universo
estético-narrativo do filme. O fato do protagonista Jonas ser um aspirante a
desenhista lutando para encontrar sua voz como artista em meio à rotina
cinzenta de uma repartição não é mera coincidência. O interesse por temas como “burocracia”
e “serviço público”, no entanto, existem na obra de Santiago desde os tempos da
Universidade de Brasília (UnB), onde se graduou em Audiovisual e Jornalismo.
“Nada Consta”, seu projeto de conclusão de curso em 2006, é a história de um
homem que se vê impedido de viajar à Lua por não apresentar a documentação
necessária. No curta de oito minutos, premiado em Brasília e Gramado, estão
lançadas as bases do cinema que o realizador iria perseguir pela próxima década,
com foco na fantasia, no humor negro, no non-sense,
e forte influência de linguagens como a música, o videoclipe e os quadrinhos.
QUADRINHOS – Essa, aliás, é uma forte
característica de “A Repartição do Tempo”:
trata-se de um projeto transmídia, que extrapola o campo cinematográfico
e desemboca em outras plataformas. É o caso da revista em quadrinhos Brazilla,
que em sua primeira edição (agosto/2016) publicou a HQ “Jack Navalha”,
teoricamente uma criação do nosso protagonista Jonas nas horas vagas de
expediente. As ilustrações, de autoria da talentosa Flávia Lima (21 anos),
estudante de artes plásticas da UnB, ficaram tão boas, na opinião do diretor,
que acabaram entrando no corte final do filme como uma sequência de animação.
Outro desdobramento midiático do filme é o lançamento comercial do videoclipe de
“Cara Metade”, música original executada por Ricardo Pipo (Melhores do Mundo),
que no filme interpreta um zelador metido à Michel Teló.
TRILHA SONORA - Em “A Repartição do
Tempo” a trilha sonora é um atrativo à parte, com sucessos de Bob Dylan (“Gotta
Serve Somebody”), Raul Seixas (“Como Vovó Já Dizia”), Tribo de Jah (“Babilônia
em Chamas”), Technotronic (“Pump Up The Jam”) e O Terno (“Tic Tac”), além da
épica trilha original composta pelo maestro alemão Sascha Kratzer, que inclui
uma releitura muito particular da ópera “O Guarani”, de Carlos Gomes. O
inconfundível tema da Voz do Brasil certamente vem acompanhado, no filme, do
bordão “em Brasília, 19 horas”, uma espécie de senha para que batalhões de
funcionários públicos encerrem os expedientes todos os dias. Curiosamente, a
máquina do tempo que enseja toda a trama do filme, é simplesmente uma máquina
de ponto turbinada, na concepção do premiado diretor de arte Andrey Hermuche, também
estreando em longas-metragens.
ELENCO - Nomes de expressão nacional
participam do elenco, como os já mencionados Dedé Santana, Tonico Pereira,
Eucir de Souza, Bianca Muller, Selma Egrei e Sérgio Hondjakoff (o Cabeção da
Malhação). Juntam-se a eles toda uma geração de atores brasilienses como o
queridinho do diretor, Andrade Jr. (escalado para 9 de 10 filmes de Santiago),
Edu Moraes, Sérgio Sartório, Ricardo Pipo, Rosanna Viegas, Bidô Galvão, Dina
Brandão e os vencedores do Kikito, Lauro Montana e André Deca, que vêm de ótimo
desempenho no trabalho anterior de Santiago, o curta “Ratão”, vencedor de
quatro prêmios de melhor filme do júri popular.
PRODUÇÃO - Inteiramente filmado em
Brasília, “A Repartição do Tempo” teve como locações o Centro de Dança Athos
Bulcão (Setor de Autarquias Norte), a ASCADE (Setor de Clubes Sul), um depósito
no SAAN e a sede da LABRE-DF (Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão),
ao lado da antiga Academia de Tênis. As filmagens custaram R$ 1 milhão e foram
financiadas pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Boa parte da finalização do
filme foi custeada pelo diretor com recursos próprios, incluindo a aquisição
dos direitos autorais da trilha sonora, que custaram em torno de R$ 100 mil
reais. O filme foi produzido pelas empresas 400 Filmes (DF), Doc Doma (BA) e
Gancho de Nuvem (DF). O roteiro é mais uma das muitas parcerias do diretor com
o colega de faculdade Davi Mattos. Juntos, eles já trabalham nos próximos
projetos, os longas “País do Futuro” (livre adaptação do atentando ao
Riocentro, ocorrido em 1981) e “O Verão da Lata” (livre adaptação do célebre
evento que marcou o verão de 1987), premiado no último edital do FAC, na
categoria “Desenvolvimento”.
DISTRIBUIÇÃO - Após a participação em
mostras e festivais, “A Repartição do Tempo” terá distribuição própria em salas
de cinema, prevista para acontecer no primeiro semestre de 2017, a depender de
financiamento do FAC através da linha de comercialização e lançamento de
longas-metragens do próximo edital. Os produtores também planejam uma ação de
financiamento coletivo através do Catarse para viabilizar recursos que permitam
ampliar o alcance do filme no circuito comercial, atingindo mais salas e mais
cidades.
BASTIDORES - Os bastidores de “A
Repartição do Tempo” foram cenário de eventos por vezes irônicos e metalinguísticos.
Enquanto a trama do filme trata basicamente de um conflito trabalhista, diretor
e equipe viveram situação parecida acerca da questão das horas extras necessárias
para se cumprir o apertadíssimo plano de filmagem em apenas 25 diárias. Por
outro lado, se “A Repartição do Tempo” é uma crítica mordaz à burocracia, foi
ela mesma quem frustrou os planos de uma estreia antecipada nos cinemas, já que
o filme foi inabilitado na categoria de “Comercialização” do último edital do
FAC justamente por pendências documentais.
Além da direção, Santiago Dellape assina roteiro, produção e montagem do filme, além de ter tocado baixo na trilha sonora. O filme foi anteriormente batizado com outros dois títulos (“Burocracia em Dose Dupla” e “Licença Prêmio”), descartados após passarem pelo crivo popular no projeto “Teste de Audiência”, realizado em Brasília e São Paulo.
SERVIÇO
Exibição
do longa-metragem “A Repartição do Tempo” na Mostra Brasília
Data:
24/9 (sábado)
Horário:
11h
Local:
Cine Brasília (106/107 Sul)
Preço:
Entrada Franca
Duração:
100 min
Classificação
indicativa: 14 anos
==> Foto: Divulgação
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