Canoagem brasileira entra para a história nos Jogos Rio 2016
Na manhã deste sábado, 20, o canoísta Isaquias Queiroz entrou para a história ao se tornar o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas em uma edição de Jogos Olímpicos: o bronze no C1 200m, a prata no C1 1000m e novamente a prata, dessa vez no C2 1000m, com Erlon Souza. E pouco depois de sair do pódio os dois já estavam ao vivo em um programa de TV e, na sequência, na coletiva de imprensa no Espaço Time Brasil. “Não tive tempo de parar para conversar com ninguém depois da prova. Nem redes sociais abri ainda para falar com meus amigos”, falou Isaquias.
Os dois ainda estavam anestesiados pela conquista da prata. Erlon saiu da prova com a certeza de que o trabalho foi realizado. "Não mudaria nada. A gente conseguiu aplicar todo o trabalho realizado durante a competição e foi o que conseguimos fazer naquele momento. Se fosse para repetir a prova, faria tudo da mesma forma, sem mudar nada", afirmou o canoísta.
Tanto para Isaquias quanto para Erlon, a ficha ainda não caiu sobre a importância dessa conquista. E para Erlon, o fato de seu amigo sair dos Jogos com um fato histórico é motivo de orgulho. “A ficha não caiu ainda, para falar a verdade. Não tive tempo de parar para pensar nesse feito. Conheço o Isaquias desde 2009, então já tenho convivência com ele. A gente já tinha certeza que ele faria esse fato histórico, que iria muito bem nos Jogos Olímpicos. E foi o que ele mostrou”, disse.
Isaquias conheceu em 2012 o espírito dos Jogos Olímpicos, quando participou do Vivência Olímpica em Londres. Por isso, quatro anos e três medalhas depois, não achou a participação tão assustadora. "Como é minha primeira participação ainda não tenho na mente essa sensação de ter ganho uma medalha olímpica. A ficha ainda não caiu, mas depois vai cair. Ainda é meio normal, não foi tão assustador como alguns atletas falam. Só cheguei e fiz o que faço diariamente. Falei para o Erlon que a prova ia ser muito mais fácil do que nosso treinamento diário", explicou Isaquias.
"Ainda não sei qual é a dimensão que passo a ter com essas três medalhas. Só sei que vou continuar sendo o mesmo. Quero voltar para a Bahia, descansar, retornar o treinamento e ver o tamanho dessa ‘bomba’. Lógico que aumentou o assédio, todo mundo quer tirar foto. Teve um fuzuê no hotel e pensei ‘nossa, essa é a sensação de ganhar uma medalha olímpica? Não estou sentindo nada ainda", completou Isaquias, rindo.
Voltar para a Bahia também é o que Erlon deseja agora. "Estou ansioso para ver a minha família, é a primeira coisa que quero fazer quando chegar em casa. Abraça-los e sentir o calor baiano dos meus amigos e familiares", disse o baiano de Ubatã.
Maicon Siqueira conquista a medalha de bronze no taekwondo
Ex-peão de obra, ex-garçom, sempre um filho dedicado e, a partir de agora, medalhista olímpico no taekwondo. Maicon Siqueira, 23 anos, conquistou o bronze na categoria acima de 80kg, na noite deste sábado, 20 de agosto, na Arena Carioca 3. Trata-se do o primeiro pódio brasileiro na modalidade em disputas masculinas (em Pequim 2008, Natália Falavigna também foi bronze). Caçula dos oito filhos de dona Vitória – que teve 12, mas perdeu quatro –, Maicon tinha a seguinte rotina até quase dois anos atrás: pedreiro de segunda a sexta, garçom aos sábados e atleta aos domingos. Mas esse não foi seu maior obstáculo: em 2015, recebeu a notícia de que a mãe estava com câncer. A cura veio pouco antes do bronze, e foi para os braços dela, além de irmãos e amigos, que ele correu para comemorar a conquista.
“Família é a base de tudo. Como qualquer outro brasileiro, trabalhei para sustentar minha família e poder correr atrás do meu sonho”, disse Maicon após a vitória por 5 a 4 sobre o britânico Mohama Cho. O crescimento nos últimos dois anos foi enorme, principalmente depois que o atleta passou um mês no Irã, às vésperas dos Jogos. “O Maicon voltou muito maduro desse intercâmbio. Ele é um garoto centrado, que sabe o que quer”, afirmou o técnico Alberto Maciel Júnior.
Se a caminhada até os Jogos não foi fácil, o percurso até a medalha também não ficou atrás. Maicon começou o dia com uma vitória de virada, a 30 segundos do fim, sobre o americano Stephen Lambdin (9 a 7). Nas quartas de final, derrota para Issoufou Alfaga, de Níger (6 a 1). A partir de então, restava-lhe torcer para que Alfaga ganhasse a semifinal, possibilitando que o brasileiro disputasse a repescagem. “Eu olhei para ele depois da luta e disse: ‘espera que tem algo guardado para você’”, lembrou o treinador. Maicon quis então conversar com a mãe, para se acalmar.
“Minha mãe é a pessoa com quem sempre tiro as dúvidas. Ela não entende de taekwondo, não é conversa sobre tática nem nada. É para perguntar como eu fui, como ela estava sentindo. É coisa de mãe e filho, de carinho e amor. Ela falou que eu já estava dando orgulho à família e que, para ela, eu já era campeão”, contou Maicon.
O efeito foi imediato. Alfaga passou para a final, e o brasileiro foi para a repescagem com tranquilidade. Então, venceu o francês M’Bar N’Diaye (5 a 2) e o britânico Mohama Cho (5 a 4). Nessa última luta, saiu perdendo por 3 a 1, mas virou o combate.
“Entrei ali focado e tentei administrar. Foi uma conquista inédita na minha modalidade. Nunca sonhei que poderia disputar os Jogos Olímpicos no meu país. Até outro dia, perguntava para a minha mãe se isso estava acontecendo mesmo”, comentou ele, ainda escutando os gritos da torcida. “Isso é a coisa mais gostosa que tem na vida. Queria que a medalha desse mais visibilidade ao taekwondo no Brasil, que tem muitos campeões”.
Brasil fica em nono na fase classificatória da ginástica rítmica
As apresentações da equipe de ginástica rítmica brasileira na classificatória dos Jogos Olímpicos Rio 2016 foram uma verdadeira festa de brasilidade nas pontas dos pés. Na manhã deste sábado, 20 de agosto, Emanuelle Lima, Francielly Machado, Gabrielle Moraes, Jéssica Maier e Morgana Gmach enfeitiçaram o público com equilíbrio, delicadeza e samba no pé. Primeiro, com as cinco fitas, que rodopiaram ao som de “Aquarela do Brasil” na voz de Ivete Sangalo. Depois, com o combinado de maças e arcos, dessa vez com um mix de músicas brasileiras como trilha sonora, com destaque para “Tico-tico no fubá” e “Brasileirinho”.
As meninas receberam a nota 15.766 pela apresentação das fitas, quando dois erros – derrubaram uma das fitas e, no fim, se enroscaram em outra – custou muitos pontos com os juízes. Ao fim dessa rotação, elas estavam em décimo lugar. Mas subiram um degrau após a empolgante performance com os aparelhos combinados, que rendeu a nota 16.883. Com isso, ficaram com 32.649 pontos, na nona colocação entre 14 seleções, e não avançaram para a final de domingo, para a qual se classificaram as oito melhores: Espanha, a tetracampeã olímpica Rússia, Bielorrússia, Bulgária, Itália, Japão, Israel e Ucrânia. Ainda assim, estavam felizes com a recepção do público e por terem ficado à frente de potências como China, Alemanha e Estados Unidos.
"A gente teve falhas nas fitas, mas conseguiu dar a volta por cima nos arcos e maças. Faltou um pouco de concentração e a gente tem que trabalhar para ser ainda melhor em 2020. Mas foi impressionante, parecia que o público estava ali no tablado com a gente. Estou sem palavras. Competir em casa é a realização da vida de todas nós”, comentou Jéssica, capitã do time.
Para a técnica Camila Ferezin, que competiu como atleta em Sydney 2000, esse foi um retorno da ginástica rítmica brasileira para o cenário mundial. “Em Sydney, quando eu estava como atleta, e em Atenas (2004), como auxiliar técnica, nós ficamos em oitavo lugar. Em 2008 (Pequim), apenas em 12º, e em Londres (2012) nem conseguimos nos classificar. Foi um período difícil para a modalidade, e estamos subindo um degrau de cada vez. Num primeiro momento, ficou aquela sensação de que foi por muito pouco. Mas estou feliz porque a gente conseguiu voltar à elite”, analisou Camila. A final por equipes acontece na manhã deste domingo, 21 de agosto.
Felipe Nascimento fecha o pentatlo moderno na 31ª colocação
O brasileiro Felipe Nascimento fechou na 31ª colocação a classificação geral do pentatlo moderno nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Após 12 anos o país voltou a ter um representante na prova masculina modalidade. Em Londres 2012, entre as mulheres, a pernambucana Yane Marques chegou na terceira colocação da prova feminina.
Após a disputa das cinco modalidades; esgrima (35º), natação (20º), esgrima bônus (35º), hipismo (31º), e combinado tiro e corrida (33º). A medalha de ouro ficou com o russo Alexander Lesun, seguido pelo ucraniano Pavlo Tymoshchenko, que ficou com a prata, e pelo mexicano Ismael Marcelo Hernandez Uscanga, medalha de bronze.
==> Foto: Alexandre Loureiro; Saulo Cruz; Flavio Florido; e, Washington Alves /Exemplus / COB
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