JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016 - INFORMAÇÕES DE ALGUMAS COMPETIÇÕES DO DIA 16 DE AGOSTO

Robson Conceição faz história e conquista primeiro ouro olímpico do boxe brasileiro

Dizem que um grande lutador não é aquele que sabe apenas bater, mas que consegue aguentar as pancadas da vida. O baiano Robson Conceição soube se esquivar da infância pobre e das brigas de ruas na periferia de Salvador para conquistar uma inédita medalha de ouro no boxe brasileiro. Ao derrotar o francês Sofiane Oumiha na final masculina do peso ligeiro (até 60kg), no Pavilhão 6 do Riocentro, ele escreveu definitivamente seu nome na história do esporte no país.

Foi uma luta franca, com muitas trocas de golpes de ambos os lados, mas que nunca esteve fora do controle de Robson Conceição. Tanto que foi declarado vencedor por decisão unânime dos juízes. “Pensei que seria mais fácil, mas o francês demonstrou garra e técnica. Foi a luta mais difícil da minha vida. Minha estratégia era ir para cima do adversário, tomar um golpe e acertar três ou quatro. Felizmente, deu certo. Agoira quero agora descansar e acordar desse sonho”, disse o campeão olímpico.

Robson Conceição agradeceu o apoio da torcida brasileira e lembrou que “a Bahia é a Cuba brasileira do boxe”. Mais uma vez, ele demostrou seu amor pela filha Sofia, que estava presente no Riocentro e completa dois anos na sexta: “prometi essa medalha para ela e consegui cumprir”.

Ele lembrou também do começou difícil, ainda em Salvador, quando nem nos sonhos mais mirabolantes poderia imaginar que colocaria uma medalha de ouro olímpica no peito: “tive uma infância difícil, bem humilde e, depois que entrei para o boxe, percebi que é preciso ter persistência. Perdi as dez primeiras lutas que disputei e hoje sou campeão olímpico. Então, meu recado para todos é: nunca desistam”.

Em sua terceira edição de Jogos Olímpicos (foi eliminado na estreia em Pequim 2008 e Londres 2012), Robson tinha como melhores resultados até então a prata nos Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011 e o bronze no Mundial de Doha 2015. O título de Robson foi a quinta medalha olímpica brasileira na modalidade. Antes dele, o país foi prata com Esquiva Falcão e bronze com Yamaguchi Falcão, Adriana Araújo (todos em Londres 2012) e Servílio de Oliveira (México 1968).


Isaquias Queiroz conquista a prata no C1 1000m dos Jogos Rio 2016

O baiano Isaquias Queiroz, de 22 anos, começou a escrever, nesta terça-feira, dia 16, um importante capítulo na história da canoagem velocidade do Brasil. Ele conquistou uma inédita medalha olímpica para o país ao cruzar a linha de chegada em segundo lugar na prova do C1 1000m dos Jogos Rio 2016, atrás apenas do alemão Sebastian Brendel, bicampeão olímpico, que venceu a disputa em 3min56s926. Isaquias conquistou a prata com o tempo de 3min58s529, enquanto o moldavo Serghei Tarnovschi levou o bronze (4min00s852).

Natural de Ubaitaba, no interior da Bahia, Isaquias era pura felicidade após a conquista de sua primeira medalha olímpica. "Remei muito bem, estou feliz com a medalha de prata. Vim aqui para fazer história. Eu fiquei atrás de um monstro, o Sebastian Brendel, que rema muito. Tenho muita admiração por ele", disse o sorridente e brincalhão Isaquias, dono de uma simplicidade contagiante.

Mas os seus desafios nos Jogos Olímpicos Rio 2016 não terminam com a medalha de prata na prova C1 1000m. O canoísta, que é treinado por Jesús Morlán, vitorioso treinador espanhol, vai competir também no C1 200m, cujas eliminatórias e semifinais serão disputadas nesta quarta-feira, dia 17, e o no C2 1000m, ao lado de Erlon Souza. "Vim aqui para ganhar três medalhas. Uma já ganhei. A próxima briga será nos 200m, estou treinando muito para essa prova. Também acredito em um bom resultado no C2 1000m. Agora é esperar e ver o que ainda posso fazer de melhor", afirmou Isaquias, que tem três títulos em campeonatos mundiais de canoagem velocidade e foi campeão dos Jogos Pan-americanos Toronto 2015 no C1 1000m e no C1 200m .

Segundo Isaquias, é difícil prever qual será sua disputa mais difícil nos Jogos Olímpicos. "Toda prova tem sua dificuldade. Nos 1000m, a dificuldade pela resistência. Nos 200m, pela largada e rapidez. No C2 1000m, o entrosamento com outro parceiro", resumiu o canoísta, que atualmente reside na cidade de Lagoa Santa, em Minas Gerais, onde os atletas da seleção moram juntos, com foco total na canoagem velocidade.

Até a conquista de Isaquias, o melhor resultado da canoagem brasileira em Jogos Olímpicos tinha sido o 8º lugar de Sebastian Cuattrin, no K1, em Atlanta 1996.

Nesta quarta-feira, dia 17, Isaquias Queiroz volta para a água em busca da classificação para a final no C1 200m, às 9h23. Na sequência, será a vez da dupla Edson Silva e Gilvan Ribeiro estrearem nos Jogos Olímpicos na eliminatória 2 do K2 200m, às 9h51. Por fim Ana Paula Vergutz compete na eliminatória 2 do K1 500m feminino, às 10h05, categoria que é sua especialidade. Se passarem de fase, disputarão, na sequência, as semifinais de suas categorias.


Arthur Zanetti comemora oportunidade de celebrar a prata em casa

Arthur Zanetti entrou para a história da ginástica artística na tarde desta segunda-feira, dia 15, quando se tornou o primeiro ginasta brasileiro a conquistar duas medalhas olímpicas: o ouro em Londres 2012 e a prata no Rio 2016. Porém, se a cor da medalha no peito mudou, Zanetti não sentiu essa diferença na hora de deitar a cabeça no travesseiro.

"Tive uma noite maravilhosa de sono, praticamente igual a de Londres. Consegui repousar muito bem. A gente sabe que para acordar legal no dia seguinte precisa ter uma noite tranquila de sono. Deitei e simplesmente esqueci, esvaziei a minha mente. Só pensei em descansar e foi o que fiz. Acordei bem preparado para estar aqui hoje", afirmou em coletiva de imprensa, no Espaço Time Brasil, na manhã desta terça-feira, 16.

O segundo lugar foi muito comemorado por Zanetti, que não enxerga nenhum problema em não ter repetido o ouro de Londres. "Precisamos tirar esse pensamento de que o que importa é o ouro. Você está em Jogos Olímpicos, entre os melhores do mundo. Só de estar na final já é um grupo seletivo. A diferença do primeiro para o último é mínima, são detalhes que fazem a diferença. É maravilhoso competir em casa e ter um resultado excelente. Não estou nem um pouco triste em ter conquistado a prata. Não digo que perdi o ouro, digo que conquistei a prata. Comemorei mais do que a de Londres pelo fato de estar em casa, com família e torcida do lado. Foi bem mais gratificante", afirmou.

Antes de marcar seu nome na história olímpica do país, Zanetti usou como estratégia focar somente no trabalho e no treinamento, sumindo um pouco de entrevistas e redes sociais. "Vocês (jornalistas) até ficam um pouco bravos, mas é a minha estratégia para focar. Esquecer também um pouco de mídias sociais, até porque um comentário ou outro acaba atrapalhando. Gosto de ficar tranquilo e esquecer tudo que está rolando, inclusive que é uma edição de Jogos Olímpicos. Simplesmente curtir a competição, pensar em coisas boas e ver algumas fotos antigas, que também servem como motivação", falou.


Thiago Braz chegou ao bronze, visualizou a prata e conquistou o ouro

O dia 15 de agosto de 2016 está marcado na vida de Thiago Braz e do atletismo brasileiro. Quando começou, Thiago não esperava dormir com uma medalha de ouro no peito e, muito menos, com o recorde olímpico do salto com vara. Desde a noite histórica para o atleta, até a coletiva de imprensa no início da tarde desta terça-feira no Espaço Time Brasil, Braz teve tempo de dormir uma hora e meia. Somente.

"Não consigo descrever ainda quais são as sensações que estou sentindo e como está sendo o dia para mim. É tudo muito novo, estou meio perdido. Fiquei surpreendido com o que aconteceu. Já tinha tentado três vezes os seis metros, sabia que estava preparado para um bom salto. Quando alcancei os 5,93m comecei realmente a acordar para a prova e brigar por uma outra cor de medalha. Até então queria pegar o bronze, no mínimo. Sabia que seria importante para o Brasil e para a minha carreira. Depois teve um momento em que vi que estava com a prata. Aí coloquei internamente que tinha mais três tentativas. Então por que não tentar o ouro?", questionou Thiago pouco antes do momento crucial da prova.

No momento do salto, Thiago afirmou só sentir uma emoção muito forte. O recorde olímpico nem sequer passou por sua cabeça. "Parecia que o peito ia explodir de tanta emoção. Naquele momento nem pensei no recorde, estava tão concentrado na medalha que esqueci disso. Depois que parei para pensar é que a ficha foi caindo. Até agora estou surpreendido", afirmou. "Me senti honrado com essa vitória e acho que o povo brasileiro também. Ainda não reconheço o significado da conquista de um ouro olímpico porque é algo muito novo. Não sei ainda o que esse resultado poderá trazer para mim".

Se Thiago foi dormir com o ouro olímpico, parte dessa conquista é da torcida brasileira. "Ajudaram muito. Fiquei surpreso e até me arrepiei dentro da prova. Fiquei emocionado, mas procurei manter o equilíbrio e o foco. Tentei agir de forma profissional, colocar minha fé em prática e direcionar tudo o que a torcida estava me dando ali para uma energia positiva", falou o novo campeão olímpico.

==> Foto: Flavio Florido; Alexandre Loureiro; Ana Patrícia / Exemplus / COB; e, Reuters

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