JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016 - INFORMAÇÕES DE ALGUMAS COMPETIÇÕES DO DIA 15 DE AGOSTO

Com direito a recorde olímpico, Thiago Braz é medalha de ouro no salto com vara

Uma medalha ganha com a coragem digna dos grandes campeões. Thiago Braz foi ouro no salto com vara, numa conquista moldada pela ousadia de um jovem de 22 anos, que arriscou tudo quando a prata já estava garantida. Só que ele queria mais. Deu o salto de sua vida, bateu o recorde olímpico e garantiu o ouro quando o recordista mundial Renaud Lavillenie, da França, que detém a marca de 6,16m, não conseguiu ultrapassar os 6,03m. A torcida foi à loucura, sentindo que havia testemunhado um momento histórico para o esporte brasileiro.

“O dia foi muito especial. Disseram que o salto que eu fiz na qualificação foi um milagre. Então, hoje (segunda-feira) eu confirmei o milagre de Deus e bati o recorde olímpico. Quem saltou comigo também foi o público brasileiro. A emoção que eles passaram para mim foi muito importante”, disse Thiago.

A noite começou desanimadora, quando a chuva forte e o vento interromperam as provas de atletismo por 30 minutos, aproximadamente. Depois, um problema no elevador do sarrafo, que passou a ser colocado manualmente, atrasou ainda mais a prova de salto com vara. Nada indicava que algo tão emocionante aconteceria, mas uma surpresa ainda estava por vir.

Dos 12 finalistas, apenas Thiago Braz e Renaud Lavillenie optaram por não realizar o primeiro salto, de 5,50m, com o brasileiro indo direto para 5,65m e o francês, para 5,75m. Quando chegaram a esse ponto, só restavam outros quatro atletas na competição. O sarrafo subiu para 5,85m, e então os três melhores foram conhecidos, faltando apenas definir as posições de cada um. O americano Sam Kendricks não conseguiu superar a marca e viu seus dois adversários superarem os 5,93m. Em seguida, Lavillenie ultrapassou os 5,98m, de primeira. Thiago, até então recordista sul-americano com 5,93m (indoor, sendo 5,92m outdoor), resolveu arriscar tudo. Foi direto para 6,03m, marca obtida em sua segunda tentativa. Dessa vez, nem Lavillenie conseguiu superá-lo.

Criado pelos avós, Thiago fez questão de agradecê-los por ter chegado tão longe. A eles e ao tio, que o levou para o atletismo: “comecei no esporte com meu tio, que havia treinado e me incentivou. Eu não vivo com meus pais, vivo com meus avós paternos. Eles e meu tio me ajudaram a ter um futuro”. Outro ponto fundamental, segundo o atleta, foi a mudança para a Itália, onde passou a treinar exclusivamente com o ucraniano Vitaly Petrov, mentor de ninguém menos que Sergey Bubka e Yelena Isinbayeva. “Arrisquei todas as minhas fichas ao ir treinar com o Vitaly. Mudar para a Itália e treinar com ele foi plano de Deus, que eu ouvi e botei em prática”, comentou Thiago, muito religioso.

Na manhã desta terça-feira, 16 de agosto, será a vez de sua antiga companheira de treino, Fabiana Murer, disputar as eliminatórias do salto com vara feminino. Caso avance, disputará a final na noite de sexta, 19 de agosto. “A Fabiana sabe o que fez esse ano, foi a melhor marca da vida dela. Sei que ela pode conquistar uma medalha”, afirmou o novo herói olímpico brasileiro.


Seleção masculina de vôlei vence a França e avança nos Jogos Rio 2016

No jogo de vida ou morte, em que só a vitória interessava, seleção brasileira masculina de vôlei levou a melhor sobre a França e ganhou por 3 sets a 1, com parciais de 25/22, 22/25, 25/20 e 25/23, em 1h44 de partida, realizada na noite desta segunda-feira, 15 de agosto, no Maracanãzinho. Com o resultado, o Brasil eliminou os franceses e agora enfrentará a Argentina nas quartas de final. Rouzier foi o maior pontuador do jogo, com 26 pontos. Pelo lado do Brasil, o oposto Wallace assinalou 21 pontos.

O Brasil ainda cometeu alguns erros, mas ao contrário da partida anterior, quando perdeu para a Itália, esteve melhor no saque e no bloqueio. Ainda assim, o técnico Bernardinho quer o time mais atencioso com o ataque adversário. "Tivemos altos e baixos, mas sofremos um pouco para marcar o oposto da França. A gente tem que dar uma ajustada no bloqueio. Vamos estudar a Argentina agora para podermos ser mais eficientes nisso. O time argentino joga muito na técnica. Teremos que ser ágeis e avaliar as situações permanentemente", disse o treinador.

O capitão e levantador do Brasil, Bruninho, disse que após a derrota para a Itália o grupo se reuniu para conversar: "Nos reunimos para acharmos uma solução, o que o grupo tinha de fazer para conseguir essa vitória. A gente precisava de alguma coisa a mais, ter concentração em cada jogada, pequenos detalhes que fazem a diferença no voleibol mundial. Foi incrível. Depois do papo, a vontade era de entrar na quadra na hora. Ficamos com sangue nos olhos".

O ponteiro Lipe, que começou a partida, explicou que o time conseguiu minimizar os erros. "A gente não queria ir embora dos Jogos. A gente não queria dar esse gosto amargo para o povo brasileiro. Queremos dar alegria e ainda vamos conseguir", ressaltou. "Não sabia que ia começar jogando. Sempre me preparo para qualquer situação. Para mim é independente estar dentro ou fora, o importante é que a gente ganhe. Preparado estou, seja para dar água para os meus companheiros ou para jogar a partida inteira. Não é um problema para mim e venho fazendo um trabalho psicológico violento”.

O oposto Wallace disse que a equipe vem se doando ao máximo dentro de quadra. "Hoje deu certo. O time da Argentina será um adversário difícil, não é um time bobo, caso contrário não seria o primeiro colocado da outra chave. Temos que tomar cuidado e estudar bastante a equipe".

Em caso de vitória sobre os argentinos, a seleção brasileira enfrentará nas semifinais o vencedor do jogo entre Rússia e Canadá.


Nos Jogos Rio 2016, Zanetti conquista sua segunda medalha olímpica nas argolas

A prata conquistada por Arthur Zanetti nas argolas reluziu como ouro na tarde desta segunda-feira, 15 de agosto, na Arena Rio. Medalhista de ouro no mesmo aparelho em Londres 2012, Zanetti entrou no seleto grupo brasileiros com medalhas em mais de uma edição olímpica. Um feito digno de um atleta iluminado. E que ainda ajudou a colocar a ginástica artística masculina como uma das estrelas do Brasil nesses Jogos Olímpicos Rio 2016, ao se juntar à prata de Diego Hypólito e ao bronze de Arthur Nory, ganhos neste domingo no solo.

Com uma prova sólida e empolgante, com nota de partida alta (6,8) e realização precisa, Zanetti conseguiu a pontuação de 15.733 – atrás apenas do grego Eleftherios Petrounias, que se aproximou da perfeição com seus 16.000 pontos. "A prata aqui foi muito emocionante. Estar competindo em casa e defendendo o título faz esse resultado ter um gostinho a mais. Essa competição foi um pouco mais disputada que a maioria das outras. Mas isso é competição. Fiz a minha prova, não olhei a série de ninguém, nem as notas. Fiquei olhando para baixo, pensando em coisas boas e na minha série, e depois subi nas argolas. Só fiquei sabendo do resultado quando vi a minha nota", disse o ginasta brasileiro, já com a medalha pendurada no peito.

Quando cravou os pés no chão, após a saída das argolas, Zanetti imediatamente sorriu e celebrou. Sentiu que uma medalha estava a caminho. "Comemorei, com felicidade, o fato de ter sido uma série boa. Vocês não sabem o que a gente passou para estar aqui. Não só eu. Toda vez, quando volto para a Vila e olho os outros atletas, penso que são campeões por terem chegado até aqui", comentou o atleta.

O técnico, Marcos Goto, explicou que não só a nota de partida de Zanetti e do grego eram iguais, como suas séries também eram a mesmas. "Eram os mesmos exercícios exatamente, só mudava a ordem. O Petrounias foi quase perfeito e mereceu o ouro. Fizemos nossa parte, mas ginástica é momento. Se colocar todos os oito agora para competir de novo, o resultado pode ser todo diferente. Zanetti fez a prova dele, teve uma nota bem maior do que na classificatória e ficou em segundo lugar, mas com um gostinho bom, de trabalho bem feito. A gente veio aqui para ajudar o Comitê Olímpico do Brasil a ter o maior número de medalhas possível. Agradecemos o apoio e a estrutura que nos foi dada nesse ciclo. Missão mais do que cumprida. O objetivo era medalhar, e nossa ginástica fez o papel dela", analisou Goto.

Zanetti agora só quer descansar. Pretende ficar com a família, viajar e até sair um pouco da rigorosa dieta a que um atleta como ele é submetido. Ainda assim, já pensa em Tóquio 2020. "É meu objetivo sim mais um ciclo. Muita gente falou para mim, quando voltei de Londres, que ia demorar muitos anos para a ginástica ter mais um resultado olímpico, e já no ciclo seguinte a gente conseguiu isso, o que mostra que crescemos bastante. Antes, a gente tinha uma medalha olímpica. Agora, a ginástica masculina tem outras três, e nós ainda vamos torcer amanhã (terça-feira) para o Chico. O que a gente espera é que esse resultado se mantenha ou melhore. Todo mundo deve acreditar que é possível. O Diego é o maior exemplo disso, foi para três Olimpíadas e nunca desistiu do sonho dele. Nory também acreditou, melhorou a série dele. E eu também acreditei no meu potencial", afirmou Zanetti.

Na tarde desta terça-feira, 16 de agosto, será a vez de Francisco Barretto, o Chico, tentar uma medalha por aparelhos na barra fixa.


Martine Grael e Kahena Kunze ocupam a terceira colocação na 49er FX

Se a falta de vento marcou o início do dia e os ventos de 60km/h cancelaram várias regatas à tarde, inclusive a disputa da medal race na classe Laser, Martine Grael e Kahena Kunze mostraram que seguem firmes na disputa por uma medalha na 49er FX. Nesta segunda-feira, 15 de agosto, as brasileiras obtiveram dois terceiros lugares e um 11º, ocupando o terceiro lugar na classificação geral, com 35 pontos perdidos, a cinco das espanholas Tamara Dominguez e Berta Moro, que são as líderes da competição.

“Fizemos duas regatas boas no começo do dia e uma terceira não tão boa no final, mas estamos satisfeitas. Acho que a troca de liderança na competição tem mostrado que nossa classe está bem competitiva. E nós estamos dando muita sorte até agora, sempre velejando com boas condições de vento”, explicou Martina.

A três regatas do encerramento da fase classificatória, além da disputa da medal race, as brasileiras estão cada vez mais confiantes: “acho que temos que continuar velejando bem com a gente mesmo, independentemente dos resultados. Isso é o que conta para que a gente melhore nossa performance”, completou Kahena.

Na 49er FX masculina, Marco Grael e Gabriel Borges aparecem em décimo lugar, com 80 pontos perdidos, e seguem com chances de disputar a medal race. Nas últimas três regatas, a dupla precisa de bons resultados para entrar na briga por medalha.

Em busca da sexta medalha olímpica, Robert Scheidt, quinto na Laser, disputa a medal race nesta terça, às 14h05 (horário de Brasília). Quem também encara a regata da medalha é Jorge Zarif, da Finn, e a dupla Isabel Swan e Samuel Albrecht, da Nacra 17.

==> Foto: Wander Roberto; Alaor Filho; e, Flavio Florido/Exemplus/COB e Matias Capizzano

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