Aprovada pelos CCBB’s do Rio, São
Paulo, Brasília e Belo Horizonte para a programação de 2016, a série de shows
"O Século do Samba" assinala o centenário de um dos mais importantes
gêneros musicais brasileiros, cujo marco fundamental acontece em 1916, com a
gravação e o registro de autoria de “Pelo telefone”, de Donga e Mauro de
Almeida, o primeiro samba lançado em disco.
Ritmo e expressão musical que estão
na base da identidade cultural brasileira, o samba comemora seu primeiro século
com muito vigor, pleno de diversidade e com um poder de comunicação que é
resultado do equilíbrio entre tradição e modernidade. A série de quatro shows,
em celebração ao Samba, aporta em Brasília entre os dias 12 e 15 de fevereiro
no Teatro I do CCBB.
Entre as muitas vertentes
apresentadas pelo samba ao longo de seu percurso histórico, a série “O Século
do Samba” privilegia quatro recortes, expressos no seguinte programa: Samba de breque e outras bossas, com Pedro
Luís e Jards Macalé; Samba novo, com os
Prettos e João Martins; Terreiro e
carnaval, com Nei Lopes e Monarco; e Partido-alto,
samba de fato, com Tantinho da Mangueira e Leci Brandão.
Abrindo temporada de shows, em
“Samba de breque e outras bossas”, se apresentarão de Jards Macalé e Pedro Luís
que rendem homenagem a Moreira da Silva. Noite para apreciar clássicos do
samba-de-breque, como "Acertei no Milhar" (Wilson Batista e Geraldo
Pereira), "Na subida do morro" (Geraldo Pereira, Moreira da Silva e
Ribeiro Cunha), "Amigo urso" (Henrique Gonçalez), entre outras.
Destaque para a humorística "Moreira da ópera" (Marília Batista e
Henrique Batista).
Os Prettos e João Martins, que se
apresentam no dia 13, em show apelidado de “Samba Novo”, irão interpretar sambas
autorais, alguns deles inéditos. O destaque vai para "Centenário do
samba", que foi composta pelos três a pedido de Luís Filipe de
Lima, curador e diretor musical da série. João e a dupla, Os Prettos, que não
se conheciam, compuseram o samba se comunicando através do aplicativo WhatsApp.
No dia 14, em “Terreiro e
carnaval”, Nei Lopes cantará sambas de sua autoria e também um bloco de sambas
de quadra do Salgueiro. Monarco irá desfilar sambas de sua autoria e também
sambas da Portela. Ao final da apresentação, dois sobem ao palco juntos para
cantar "Apoteose ao samba", de SIlas de Oliveira.
Encerrando a série de show, Leci
Brandão e Tantinho trarão ao palco do CCBB Brasília, no dia 15, repertório
tradicional de partido-alto. Além de refrãos tradicionais, improvisarão em cima
de partidos estilizados, como "Isso é fundo de quintal" (Leci Brandão
e Zé Maurício) e outros. De quebra, os dois intérpretes, que são mangueirenses
ilustres, cantarão um pequeno bloco de sambas em homenagem à Mangueira. Este
show recebeu o nome de Partido-alto, samba de fato.
Além destes expressivos
intérpretes apresentados pela série, “O Século do Samba” destaca ainda alguns
dos mais representativos instrumentistas do gênero, a exemplo dos
percussionistas Claudio Brito, Paulino Dias e Thiago da Serrinha, do flautista
Dirceu Leite e do cavaquinista Alceu Maia.
O curador e diretor musical
da série, Luís Filipe de Lima, além de já ter idealizado e dirigido mais de uma
dezena de projetos musicais no CCBB ligados ao samba (Partido-alto, samba
de fato, Samba de breque e outras bossas, Samba guardado, 70 sambas
inéditos, Brasil de todos os sambas, Um século de Noel Rosa, Alô? alô... 100
anos de Carmen Miranda, Contos de areia, 70 anos de Clara Nunes, Ismael
Silva, Deixa falar, Lupicinio, Sete cordas, um violão brasileiro, Lamartine em
revista), é figura profundamente ligada ao samba, na condição de músico,
pesquisador e produtor cultural.
Gênero básico e seminal da MPB,
um dos principais traços identitários da cultura brasileira surgido no século
XX, o samba tem origem afro-baiana de tempero carioca. Descendente do
lundu, do batuque, primo do jongo, ele nasceu nas casas das "tias"
baianas da Praça Onze, no centro do Rio (localizada em meio à chamada
Pequena África, que no início do século passado se estendia da Pedra do
Sal à Cidade Nova), entre umbigadas e pernadas de capoeira, marcado no
pandeiro, prato-e-faca e na palma da mão.
Embora antes de Pelo Telefone,
assinada por Ernesto dos Santos, o Donga (com Mauro de Almeida) em 1916, outras
gravações tenham sido registradas como samba, foi esta que fundou o
gênero, por sua estrondosa e definitiva repercussão. A árvore do samba começa a
se ramificar desde logo, com o advento do chamado samba do Estácio e
também com o samba-choro (do qual derivaram o samba-de-breque, o samba-sincopado
e o samba-canção).
Aparecem ainda na primeira
metade do século o partido-alto, com seus versos improvisados, o samba de
terreiro, o samba-enredo, trilha sonora dos desfiles das escolas de samba, e o
samba carnavalesco, cantado e dançado no bailes de Momo. A partir do Rio
de Janeiro, num primeiro momento, mas logo fixado em todo o Brasil, com
repertório e sotaques próprios, o samba ganha o mundo. E se mistura com
outros gêneros, dando origem ao samba-coco, samba-reggae, samba-rock,
sambalanço, samba-de-latada.
É imensa a pujança do
samba ao longo de todo um século de existência, e ainda hoje este vigor
permanece, projetando-se com intensidade para o futuro. Daí a importância de se
celebrar este centenário num espaço tão nobre quanto o do CCBB, em uma
iniciativa de alto mérito artístico.
A série O século do samba, que
ao longo de quatro programas apresenta cerca de oitenta músicas, oferece
ao público um painel vivo, diverso e rico deste repertório, com a presença de
oito expressivos artistas, representantes do gênero.
SERVIÇO:
Local:
Teatro I do CCBB Brasília
Endereço: SCES Trecho 2 –
Brasília/DF
Datas:
“Samba de breque e outras bossas” (12/02, sexta-feira, às
21h): Jards Macalé e Pedro Luís
“Samba novo” (13/02, sábado, às 21h): Prettos e João Martins
“Terreiro e carnaval” (14/02, domingo, às 20h): Monarco e
Nei Lopes
“Partido-alto, samba de fato” (15/02, segunda, às 20h): Leci
Brandão e Tantinho da Mangueira
Classificação indicativa: Livres para todos os públicos.
Ingressos: R$ 5,00
(meia) e R$ 10,00 (inteira)
Os ingressos começam a ser
vendidos dois domingos antes dos eventos da semana e podem ser adquiridos na
bilheteria do CCBB de quarta a segunda, das 9h às 21h, pelo site www.ingressomais.com.br, ou pelo televendas 4003-2330, das 9h às 21h, de segunda a segunda.
Informações: 61 3108-7600
CCBB SP – 27 e 28 de fevereiro de 2016 (sessões às 17h e
19h30).
CCBB BH – 10, 11, 12, 13 de março de 2016.
CCBB Rio – 17, 18, 19 e 20 de março de 2016.
Vídeos:
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“Mão e Luva” https://www.youtube.com/watch?v=XaWskheHtM4 (Pedro Luís)
·
“Pelo Telefone na
linha do tempo do samba”/Trailer https://www.youtube.com/watch?v=oYNzEps7g58 (Prettos)
·
“O Pacto” https://www.youtube.com/watch?v=a4El08uyI-c (João Martins)
·
Paixão
portelense, depoimento de Monarco: https://www.youtube.com/watch?v=UiS2_1xbmWc
·
“Senhora da
Canção”: https://www.youtube.com/watch?v=GPdxMBlLwGw (Nei Lopes)
·
“Isso é Mangueira”:
https://www.youtube.com/watch?v=C8decN0iX50 (Tantinho, André Braga, Guilherme Sá, Alípio Carmo,
Jansen Carvalho e Marcos Túlio)
==> Foto: Divulgação
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