Depois de uma
temporada de estreia com grande sucesso de público e crítica, quando mais de
5200 pessoas lotaram e aplaudiram as sessões que tiveram como palco o Teatro I
do CCBB Rio de Janeiro, o espetáculo Contra
o Vento (um musicaos) chega ao CCBB Brasília, onde cumpre temporada de 6 a
30 de agosto.
Em Contra o Vento (um musicaos), “o público
do Distrito Federal vai embarcar numa viagem no tempo e relembrar um dos
momentos mais criativos das artes e do pensamento do passado recente de nosso
país, a Tropicália”, diz o diretor do espetáculo, Felipe Vidal. Ao longo das
quase duas horas de musical, a Tropicália, ou o Movimento Tropicalista, será
trazida ao palco, numa oportunidade de reviver os dias de efervescência
cultural dos anos 1960.
O espetáculo tem
como pano de fundo o Solar da Fossa,
lendária pensão que funcionava num casarão do final do século 18, situado no
bairro carioca de Botafogo, onde moraram nomes fundamentais das artes e do
pensamento nos anos 1960, como Caetano Veloso, Gal Costa, Tim Maia, Paulo
Leminski, Paulo Coelho, Aderbal Freire Filho, Capinan, Zé Kéti, Paulinho da Viola,
Guarabyra, Naná Vasconcelos, Betty Faria, Tânia Scher, Paulo Diniz, Adelson
Alves, Fernando Pamplona, Nelson Ângelo, Fábio, Rogério Duarte, Ronaldo Duarte,
Ruy Castro, Clóvis Brigaggão, Moreira Franco, Cristovam Buarque, Sueli Costa.
A peça conta a história
de um diário (fictício), que teria sido encontrado quando da demolição do Solar
da Fossa. Este diário tem, presas à sua capa, somente as primeiras páginas,
datadas de 1967, e as do final, de 1969, todo o conteúdo do meio estaria
espalhado por entre páginas desordenadas, organizadas em três blocos. A plateia
toma conhecimento disso por intermédio dos atores do espetáculo, que no início
de cada apresentação mostram ao público este diário, repleto de relatos
escritos, desenhos, fotos, poemas concretos e mensagens cifradas.
Espetáculo: Contra o Vento (um musicaos)
Local: Teatro I
do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Endereço
SCES Trecho
2 – Brasília/DF.
Temporada: de 6 a 30 de agosto.
Dias e horários: quinta e sexta, às 20h, e
sábado e domingo, às 18h.
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00
(meia).
Gênero: musical.
Duração: 145 minutos.
Lotação: 327 pessoas.
Classificação indicativa: 16 anos.
Informações: 61 3108-7600.
Os ingressos começam a ser vendidos dois domingos antes, às sessões da semana, e podem ser adquiridos na bilheteria do CCBB de quarta a segunda, das 9h às 21h, pelo site www.ingressomais.com.br, ou pelo televendas 4003-2330, das 9h às 21h, de segunda a segunda.
O musical é um
projeto do coletivo de artistas Complexo Duplo, com concepção e direção de
Felipe Vidal e texto de Daniela Pereira de Carvalho, e traz no elenco Adriana
Seiffert (Adassa Martins), André Araújo, Bárbara Bárcia, Clarisse Zarvos (Mona
Vilardo), Felipe Antello, Guilherme Stutz, Izak Dahora, Jefferson Almeida,
Julie Wein, Laura Becker, Leonardo Corajo, Luciano Moreira e Tainá Nogueira. A
direção musical é de Marcelo Alonso Neves, a cenografia de Aurora dos Campos, a
luz de Tomás Ribas e os figurinos de Flávio Souza.
O
casarão como testemunha
O “Solar”, como
seus hóspedes, visitantes e simpatizantes gostavam de chamar, foi uma
incubadora de artistas e episódios memoráveis: dentro de seus apartamentos,
Caetano Veloso compôs a emblemática “Alegria, Alegria”, além de homenagear a
casa na letra de “Panis et circenses” (“Mandei plantar folhas de sonhos no
jardim do Solar”); Paulinho da Viola compôs a belíssima “Sinal Fechado”; o trio
Sá, Rodrix e Guarabyra se formou; entre muitos outros encontros e parcerias
artísticas que ocorreram neste emblemático local.
O Pensionato Santa
Terezinha, ligado à Igreja de Santa Terezinha (até hoje ao lado do shopping),
ganhou seu “nome artístico” quando recebeu o carnavalesco Fernando Pamplona em
plena “fossa” logo após uma sofrida separação – “fossa” era o nome que se dava
naqueles dias a um estado de espírito depressivo, fosse ele de origem romântica
ou existencial.
A
encenação
A dramaturgia foi
construída em conjunto por Felipe Vidal e Daniela Pereira de Carvalho. Durante
o período de ensaios o texto foi escrito por Daniela Pereira de Carvalho e as
canções foram compostas por Felipe Vidal e Luciano Moreira.
Tanto as histórias
contidas no diário quanto os personagens são ficcionais, e inspirados e criados
a partir de fusões de personagens reais. As páginas internas do diário estão
organizadas em três blocos fora de ordem cronológica: PANIS ET CIRCENCIS; SINAL
FECHADO; TRÊS DA MADRUGADA. Ao início de cada apresentação é proposta uma
eleição com a participação da plateia para decidir em que ordem estes blocos
serão apresentados. A cada espetáculo esta ordem poderá mudar, fazendo com que
a história seja contada de forma diferente a cada dia.
A música original
composta por Felipe Vidal e Luciano Moreira , é executada ao vivo pelos
próprios atores, que cantam e tocam instrumentos. As canções tem inspiração nos
estilos musicais dos anos 1960 em geral, e no tropicalismo em especial. A
estética dos figurinos também remete à época, resgatando atmosfera do final da
década de 60 e início de 70.
Ficha
técnica:
Direção e concepção: Felipe Vidal
Texto: Daniela Pereira de Carvalho
Canções: Luciano Moreira e Felipe Vidal
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Elenco (em ordem alfabética) - Personagem
Adriana Seiffert / Adassa Martins - D. Jurema
André Araújo - Caos
Bárbara Bárcia - Rita
Clarisse Zarvos / Mona Vilardo - Ana
Felipe Antello - Tavares
Gui Stutz - Claudio
Izak Dahora - Betinho
Jefferson Almeida – Rômulo (Romina)
Julie Wein - Laura
Laura Becker - Maria
Leonardo Corajo - Leo
Luciano Moreira - Tonico
Tainá Nogueira - Clarice
Cenário: Aurora dos Campos
Figurino: Flávio Souza
Iluminação: Tomás Ribas
Preparação corporal: Renata Jambeiro
Preparação vocal e Arranjos vocais: Mona
Vilardo
Produção executiva: Claudia Charmillot
Direção de produção: João Braune – Fomenta
Produções
Realização: Complexo Duplo e Fomenta
Produções
Idealização do projeto: Felipe Vidal
Assessoria de Imprensa: Rodrigo Machado –
Território Cultural
Complexo
Duplo - um agrupamento
poroso de artistas e pesquisadores de teatro
O Complexo Duplo é
um núcleo de trabalho continuado que atua no Rio de Janeiro desde 2010.
Capitaneado por Felipe Vidal, ator e diretor de teatro, e por Daniele Avila
Small, tradutora, pesquisadora e crítica de teatro, o grupo conjuga atividades
práticas e teóricas. Em 2011 e 2012, o Complexo Duplo foi indicado ao Prêmio
Shell e ao Prêmio APTR, ambos na categoria especial, pela excelência da
programação do Teatro Gláucio Gill, que reuniu trabalhos de grupos cariocas e
de outras cidades, que lotavam o teatro a cada semana, bem como atividades
formativas e de formação de público. Desde então, o Complexo Duplo realizou
espetáculos importantes, como Duplo Crimp e Depois da Queda (Simone Spoladore ganhou
o Prêmio APTR e foi indicada ao Prêmio Shell por este trabalho), que passaram
por outras cidades do Brasil, como Brasília, Natal e Fortaleza. Em 2015, além
de retomar o repertório com uma temporada da peça Garras curvas e um canto
sedutor no Centro Cultural da Justiça Federal, o grupo estreou em abril, no
Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), a peça Contra o vento (um
musicaos) sobre a Tropicália e o Solar da Fossa.
==> Foto: Renato Mangolin
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