Brasília, julho de 2015 –
Os cinéfilos da cidade sabem: quinta-feira é dia de Cine Cult Brasília Shopping. O calendário de julho deste ano foi
especialmente camarada com o projeto. Para celebrar as cinco quintas-feiras, os
amantes das grandes produções serão presenteados com obras que marcaram a
história do cinema. E tem mais, no dia 16, quem gosta de arte não pode perder o
debate sobre um filme que revela a trajetória de Caravaggio. A discussão ocorre após a exibição do longa. Os filmes são sempre exibidos
gratuitamente, às 19h30.
A
idealizadora do projeto, Íria Martins, é a responsável pela criteriosa seleção.
“Em quatro anos de Cine Cult, mais de 3,5 mil expectadores assistiram e
discutiram as diversas temáticas das obras projetadas. Em 2015, homenagearemos
grandes pensadores da Educação e da Cultura”, adianta. Em julho, o homenageado
é Florestan Fernandes, um defensor do ensino democrático.
No dia 2,
a proposta é trazer uma reflexão sobre a primeira adaptação para as telas do
romance Grande Sertão: Veredas, de
Guimarães Rosa. O filme é considerado parte do chamado Ciclo do Cangaço do Cinema Brasileiro. A obra baseada na narrativa
do autor, inovadora para sua época, relata a realidade do homem do sertão
mineiro. Dirigido pelos irmãos Geraldo Santos Pereira e Renato Santos Pereira,
o filme precedeu em 20 anos a adaptação do livro para a TV, em minissérie
dirigida por Walter Avancini. “Em uma adaptação digna de elogios de crítica e
público, o filme brinda os cinéfilos com um amor proibido de imensa
profundidade psicológica entre os personagens Riobaldo e Diadorim”, comenta
Íria.
Na
semana seguinte, 9 de julho, a tela
do Teatro Brasília Shopping projeta Vinícius
de Moraes, documentário lançado em 2005 dirigido por Miguel Faria Jr., estrelado
por Camila Morgado e Ricardo Blat. O filme conta a história de um dos maiores
ícones da música e poesia brasileira. O longa se confunde propositalmente como
um espetáculo de teatro no qual os atores contam passagens da vida – desde o
nascimento até os casamentos e casos cômicos, além das mudanças na forma de
compor - e recitam poesias de Vinícius. O filme também inclui depoimentos de
pessoas que conviveram com o poeta, como familiares, ex-mulheres e artistas
como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia, Toquinho e
outros nomes importantes da música popular do Brasil.
Um
momento especial está reservado para a quinta-feira, dia 16, com a exibição de Caravaggio,
um longa dirigido pelo britânico Derek Jarman baseado na vida de Michelangelo
Merisi da Caravaggio. Prestes a morrer, o artista barroco italiano relembra os
fatos principais de sua existência. Histórias permeadas pela a visão de mundo
do pintor - suas convicções artísticas, sua relação com a igreja, com a fama,
com o amor - e sua sexualidade - são retratadas de forma tão intensa quanto a
sua pintura. Tal intensidade é reforçada pelo triângulo amoroso entre o artista
e o casal Lena e Ranuccio, que tornaram-se seus modelos. “O filme traduz claramente
a tensão entre o carnal e o divino, entre a riqueza e a pobreza, entre o
terreno e o sagrado, que são típicos do Barroco”, avalia a curadora da mostra. Estrelado
por Nigel Terry, Michael Gough, Dexter Fletcher, o diretor conseguiu retratar
com fidelidade a rebeldia, a sensualidade, a ironia, a irreverência, a busca
por um espaço no mundo controverso e a vida que pulsava até o último suspiro do
ícone da arte italiana. “A fotografia e a trilha sonora são magníficas! Cagavaggio
prende a atenção do expectador do início ao fim”, garante a curadora. O filme será seguido de debate.
No
dia 23, o público poderá mergulhar no universo de Cleópatra, uma coprodução entre EUA, Reino Unido e Austrália
produzida em 1963. Estrelado por Rex Harrison, Richard Burton e Elizabeth
Taylor, a obra narra a ascensão e o declínio de Cleópatra, rainha do Egito. Dirigido
por Joseph L. Mankiewicz, o filme quase levou o 20th Century Fox, um dos maiores estúdios de Hollywood, à falência.
Afinal, foram gastos 44 milhões de dólares no filme e em 1963 isso era um valor
inimaginável para uma produção. Mas o público pode conferir que o dinheiro foi
bem empregado. Os cenários são magníficos, as locações espetaculares, dando a
exata noção do luxo em que a rainha vivia. Além disso, a produção traduz a
história, já que para atingir seus objetivos, Cleópatra procurava impressionar
seus visitantes e adversários com espetáculos grandiosos, mostrando toda a
riqueza de sua nação. “Mesmo depois de décadas passadas da exibição deste épico
nos cinemas, a obra ainda impressiona, prendendo a atenção do público durante
suas quatro horas de duração. Trata-se de um filme fiel aos eventos, trazendo
às telas grande precisão de tudo aquilo que imaginamos ter acontecido naquele
período”, aposta Íria Martins.
O
Cine Cult fecha o mês no dia 30 com Goya. Dirigido por Carlos Saura, a obra
retrata a vida do também espanhol e genial pintor Francisco Goya (1746 - 1828).
O filme revela o artista já idoso, exilado em Bordeaux (França), fugindo da
política opressiva do rei espanhol Fernando VII (1784 -1833). Com Francisco
Rabal (Goya idoso), Jose Coronado (Goya jovem) e Dafne Fernandez no elenco, Saura
mostra Goya aos 82 anos vivendo com Leocadia Zorrilla de Weiss, a última de
suas amantes, e sua filha Rosario, a quem reconstitui os acontecimentos que
marcaram a sua vida. Em seus relatos, revoltas políticas, paixões tumultuadas e
a êxtase da fama vêm à tona. O roteiro contempla, é claro, Goya jovem e
ambicioso lutando para conseguir os seletos privilégios da corte de Carlos IV
(1748 - 1819), onde viverá o reconhecimento e a fortuna, as intrigas do palácio
e o jogo da sedução e da mentira. “Saura explora com muita sensibilidade a
trajetória artística de Goya, considerado o primeiro pintor da era moderna.
Seus últimos meses de vida servem de fio condutor para um relato que penetra na
sua dimensão humana, na sua obra e em suas obsessões pessoais”, observa a
curadora do Cine Cult.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DE JULHO:
02 DE JULHO – Grande Sertão Veredas (1965),
Brasil. Direção Geraldo Santos Pereira e Renato Santos Pereira. Com Maurício do
Valle, Sônia Clara, Joffre Soares. 92min
09 DE JULHO – Vinícius de Moraes (2005),
Brasil e Espanha. Direção Miguel Faria Jr. Com Gilberto Gil, Ricardo Blat,
Camila Morgado. 124 min
16 DE JULHO – Caravaggio (1986),
Reino Unido. Direção Derek Jarman. Com Nigel Terry, Michael Gough, Dexter
Fletcher. 93 min. Seguido de debate
23 DE JULHO – Cleópatra (1963)
Estados Unidos. Direção Joseph L. Mankiewicz. Com Rex Harrison, Richard Burton,
Elizabeth Taylor. 4h03min
30 DE JULHO – Goya (1999), Espanha.
Direção Carlos Saura. Com Francisco Rabal, José Coronado, Maribel Verdú. 107
min
Entrada Franca
Local: Teatro Brasília Shopping
Classificação Indicativa:
verificar cada filme
Mais informações para o público:
(61) 2109-2122
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