CAMPEONATO MUNDIAL: Três duplas femininas avançam às semis, e garantem medalhas

O Brasil está muito próximo de fazer história no Campeonato Mundial da Holanda. Na tarde desta quinta-feira (02.07) três duplas femininas avançaram à semifinal da competição, e pela segunda vez em dez edições o Brasil tem a chance de conquistar as medalhas de ouro, prata e bronze. A última ocorreu em 2009, no Mundial de Stavanger, na Noruega, quando o país ficou com prata, bronze e o quarto lugar.

Podem estar no pódio 100% verde e amarelo as duplas Ágatha e Bárbara Seixas (PR/RJ) e Juliana e Maria Elisa (CE/PE), que venceram seus confrontos pelas oitavas e quartas de final, e se enfrentam nesta sexta-feira (02.07), às 15h45 (de Brasília), em Haia. Será o quinto confronto em torneios internacionais entre as duplas, com duas vitórias para cada lado, inclusive na final dos últimos dois torneios do Circuito Mundial. A partida terá transmissão ao vivo do SporTV3.

Do outro lado da chave, Fernanda Berti e Taiana (RJ/CE) lutam pela outra vaga na final contra as alemãs Katrin Holtwick e Ilka Semmler, também em Haia, às 14h45 (de Brasília). É uma repetição da final justamente do Grand Slam de Haia, em 2014, quando as brasileiras ficaram com o ouro. No total, a série entre as duplas está empatada com um triunfo para cada lado. O SporTV3 também transmite tudo ao vivo.

Pela fase de oitavas de final, Taiana e Fernanda Berti entraram em quadra invictas e com a missão de baterem as espanholas Elsa Baquerizo e Liliana Fernandez. As rivais começaram o jogo em ritmo intenso e abriram 7/3. Com o aproveitamento fantástico de Fê Berti na rede, as brasileiras foram diminuindo a diferença e chegaram ao empate (14/14) após forte cortada da carioca. Com moral no jogo, a parceria fechou a primeira etapa em 21/17.

O nome da reta final foi Taiana. Tecnicamente perfeita na defesa e nas viradas de bola, a cearense levantou a torcida em Haia e freou qualquer reação do forte time da Espanha. No fim, Fernanda Berti emplacou mais um bloqueio para fechar o set em 21/19.

Na segunda partida do dia, Taiana e Fernanda Berti encararam as australianas Louise Bawden e Taliqua Clancy. No primeiro set, as adversárias entraram com uma proposta defensiva muito bem desenhada e conseguiram praticamente anular os contra-ataques brasileiros, fechando a etapa em 21 a 15. A segunda parcial foi favorável ao Brasil. Com o saque encaixado e a virada de bola eficiente, a parceria começou em vantagem, com 12/9. Taiana e Fê Berti seguiram na frente e em uma cortada da carioca marcaram 21/16, levando a decisão para o terceiro set.

O tie-break foi ponto a ponto, as australianas conseguiram dois pontos de vantagem, mas o time brasileiro manteve a calma, acreditando na vitória marcada pela intensa disputa. Durante praticamente toda a etapa decisiva os times estiveram empatados. No fim, após salvar um match point, as brasileiras conseguiram a virada e venceram por 18/16.

"O jogo foi tenso. As australianas jogaram muito bem, atacando forte e fugindo do bloqueio o tempo inteiro. No segundo set começamos melhor, o jogo encaixou e levamos a decisão para o tie-break, que foi ponto a ponto. Mas em nenhum momento deixamos de acreditar na vitória. A gente falava uma para a outra, ‘vamos, que a gente vai conseguir’, e deu certo. Acho que a nossa união, nossa força de vontade foi o que determinou o final do jogo", disse Berti.

Em Apeldoorn, Ágatha e Bárbara Seixas tiveram como adversárias pelas oitavas Melissa Humana-Paredes e Taylor Pischke, do Canadá. As rivais iniciaram a partida em vantagem, mas as brasileiras buscaram o jogo rapidamente. Com Ágatha dominante na rede, o Brasil conseguiu virar o placar, em 13/9, e se distanciar. Bárbara Seixas aproveitou para fechar a primeira etapa em 21/15, em largada rente à rede.

A carioca estava com o fundamento afiado, e anotou 2/0 no início do segundo set. Com um cardápio variado de jogadas, as brasileiras seguiram melhores na virada de bola (18/11), ficando muito próximas das quartas. O ponto do jogo veio de Bárbara Seixas, em nova largada no fundo da quadra: 21/14.

Horas depois, as campeãs da última etapa do Circuito Mundial enfrentaram as chinesas Fan Wang e Yuan Yue nas quartas de final. Minutos antes do início da partida, uma fina chuva começou a cair sobre a arena instalada na cidade do interior holandês, deixando o clima mais ameno, ao menos, fora de quadra. Dentro das quatro linhas, o jogo foi quente.

A partida começou em equilíbrio, com ambas as equipes bem postadas em quadra e confirmando seus serviços. No bloqueio de Ágatha, a dupla quebrou o serviço chinês para abrir 8/6. Com ataques velozes, Fan Wang e Yuan Yue se recuperaram e viraram o jogo para 14/12. O Brasil voltou a empatar a partida, e na reta final do set fechou na etapa, em ace de Ágatha (21/18).

Na segunda parcial a chuva caiu de vez em Apeldoorn, e as brasileiras se mantiveram ligadas no jogo, não deixando as chinesas buscar reverter o revés do set anterior. Cada ponto convertido pela parceria ia minando a confiança chinesa, que passou a errar mais. Após grande troca de bolas, Bárbara Seixas anotou 18/16 em largada na diagonal. Na sequência da partida, já com o match point, a carioca liquidaria o set, em 23/21.

"A gente sabia que seria um jogo muito difícil contra a China. Mas o mais importante é que a gente acredita muito no nosso potencial como time, e no trabalho que toda a equipe vem fazendo. Chegamos muito preparadas e mesmo nos momentos de oscilação estávamos muito confiantes no que precisava ser feito. Isso ficou claro pela nossa atitude, e fez com que a gente se superasse", disse Bárbara, que destacou o bom momento do vôlei de praia brasileiro.

"Vai ser nosso terceiro jogo contra Juliana e Maria Elisa no Circuito Mundial, mas quem está de parabéns é o vôlei de praia brasileiro, com três times na semifinal no campeonato do mundo. Nós atletas e todo mundo que trabalha com o voleibol sabe das dificuldades do esporte em alto rendimento, então é um momento especial", completou a carioca.

Duelo verde e amarelo
O confronto mais aguardado do dia de decisões no Campeonato Mundial envolveu dois dos principais times brasileiros da atualidade. De um lado, Larissa e Talita (PA/AL), campeãs do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia e que alcançaram as oitavas de maneira invicta. Do outro lado da rede estavam suas ex-parceiras Juliana e Maria Elisa (CE/PE), campeãs do Circuito Mundial 2014 e que começavam a crescer na competição. Como era esperado, foi um duelo parelho.

No primeiro set, Larissa e Talita entraram mais atentas em quadra e abriram uma boa vantagem, que chegou a ser de quatro pontos. Juliana e Maria Elisa reagiram e a partir da segunda metade do set mantiveram um jogo equilibrado, reduzindo a vantagem das rivais a um ponto. Mesmo assim, Larissa e Talita souberam administrar o confronto e mantiveram a frente até o final, fechando o set em 21/19.

No segundo set, ainda que Juliana e Maria Elisa tenham largado na frente, Larissa e Talita voltaram a explorar o fundo de quadra para virar o jogo. A partir do 14/14, o confronto transformou-se em um duelo eletrizante, com as duplas empatando seguidamente. Porém, Juliana e Maria Elisa reassumiram a vantagem e no final do set conseguiram abrir três pontos para fechar em 21/18, forçando o tie-break.

No desempate, o ritmo não foi diferente. Mas prevaleceu a experiência de Juliana. A jogadora ditou o ritmo do set decisivo, o que definiu a vitória de sua dupla. Em um dos tempos solicitados, quando venciam por 11/8, Maria Elisa disse a Juliana. "Agora precisamos controlar a ansiedade, evitar erros de saque e ser frias", pontuou.

O conselho serviu como nunca: Juliana e Maria Elisa se aproximaram da vitória sobre uma estratégia que uniu calma e muito jogo tático. Imprimindo seu ritmo de jogo, a dupla alcançou 14/12. O primeiro match point foi salvo por Talita, mas no segundo, Maria Elisa soltou o braço para fechar o terceiro set em 15/13 e o jogo em 2 sets a 1, em 1h15 de partida.

Horas após vencer Larissa e Talita, Juliana e Maria Elisa seguiram em Amsterdã para enfrentarem as canadenses Sarah Pavan e Heather Bansley pelas quartas. O primeiro set foi marcado pelo intenso equilíbrio, com os times se mantendo empatados até a casa dos 20 pontos. As canadenses abriram 20/19 e conquistaram o set point, que foi salvo por Maria Elisa.

Depois de salvar outro set point, foi a vez das brasileiras terem o ponto do set e fecharem a parcial em 25/23. Na segunda parcial, Juliana e Maria Elisa imprimiram seu ritmo e não deram chance para as rivais. Em grande ataque de Juliana, as brasileiras fecharam o set em 21/18.

Entre os times classificados às semifinais, apenas Juliana já conquistou o ouro em um Mundial. Bárbara Seixas e Maria Elisa possuem um bronze, enquanto Fernanda Berti, Taiana e Ágatha buscam a primeira medalha na segunda competição mais importante do vôlei de praia.

Dentro de quadra, os principais atletas disputam o importante título e uma premiação de 1 milhão de dólares (60 mil aos vencedores, 45 mil para os segundos colocados e 35 mil dólares aos medalhistas de bronze). Além de 1000 pontos para a dupla no ranking do Circuito Mundial.

Além disso, os países dos atletas campeões estarão automaticamente classificados para as Olimpíadas do Rio 2016. A vaga é da federação, e não do time campeão. O Campeonato Mundial não conta pontos na corrida olímpica brasileira, já que possui formato distinto das demais etapas e possibilita apenas quatro duplas do país em cada naipe.

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==> Foto: Divulgação / FIVB

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