Depois de um longo intervalo, a Fórmula Indy retoma as atividades para o
início da temporada 2015 neste fim de semana (28 e 29 de março) nas
ruas de St. Petersburg, em Miami, nos Estados Unidos. Junto com ela,
também começa o principal projeto formador de pilotos para a categoria, o
Road To Indy.
O RTI consiste em três divisões de monopostos que representam os degraus
ideais para quem almeja competir como piloto profissional, em um bom
custo/benefício, naquele que é o maior campeonato de monopostos do mundo
depois da Fórmula 1 - e o melhor de tudo, com o apoio da própria
Fórmula Indy. São três os degraus, nesta ordem: USF2000, Pro Mazda e
Indy Lights, com todas fazendo suas apresentações e introduzindo os
novos talentos ao grande público em St. Petersburg e à mídia
especializada, que costuma dar bastante atenção às divisões de base.
O primeiro passo é a F2000, criada em 1990 e que é uma variação da
tradicional F-Ford, com chassi tubular e potência que vai até 200 hp.
Apesar de ser o primeiro passo, não é o mais fácil: a "peneira" chega a
ter 60 carros em determinadas etapas, o que torna o aprendizado uma
experiência diferente, se levarmos em conta que a maioria dos
campeonatos (inclusive a F-1) sofre para ter 20 carros competindo. A
categoria já teve um brasileiro campeão em Zak Morioka no ano de 1997,
mas tem em 2015 uma grande chance de repetir este feito nas mãos de
Victor Franzoni, que vem sendo destaque do torneio de inverno e dos
testes pré-temporada. Outros que passaram por lá foram Dan Wheldon,
campeão em 1999, Jay Howard e JR Hildebrand. Para competir em uma
temporada, o preço varia em torno de 250 mil dólares.
Já o segundo passo é a Pro Mazda, que revelou Raphael Matos ao mundo da
Indy. Nesta categoria, os carros possuem mais tecnologia (os carros são
construídos em fibra de carbono) e velocidade (o motor Mazda pasa dos
250 hp). Criada em 1991, ela também conta com custos honestos e grid
gordo (32 carros). De todas as categorias de acesso, ela é a mais
recente a integrar o projeto Road To Indy e tornar o programa mais
completo ainda, com um campeonato ideal para ficar entre a F2000 e a
grande vitrine para a Indy, que é a Indy Lights. O orçamento para uma
temporada fica em torno de US$ 330 mil e o representante brasileiro é
Bruno Carneiro, piloto radicado nos EUA, que disputará algumas etapas.
Mais conhecida das três divisões, a Indy Lights tem um espaço especial
no automobilismo brasileiro. Nela foram revelados ao mundo os nomes de
Tony Kanaan, Helio Castroneves, Cristiano da Matta, Thiago Medeiros e
outras grandes estrelas, como Paul Tracy, Bryan Herta, Scott Dixon, Greg
Moore e Oriol Servia, entre outros. No ano passado, Luiz Razia venceu
corridas e terminou em quarto. Como o próprio nome indica, a Indy Lights
tem como objetivo ser um "mini Fórmula Indy". É o campeonato que, na
maioria das vezes, corre em conjunto com a divisão principal e tem a
maior potência de todos: 420 hp. Além do acesso a um carro veloz por um
custo bem menor que o de uma GP2 (em torno de 750 mil dólares), a Indy
Lights também tem o privilégio de correr no mítico oval de Indianápolis
na semana das 500 Milhas.
Representante da categoria no Brasil, a XYZ Talents já trabalha para
preencher o grid da Road To Indy com mais talentos nacionais. "O
diferencial do Road To Indy, além do custo/benefício, que é
infinitamente inferior aos campeonatos europeus, é contar com o apoio e
monitoramento da própria Fórmula Indy, que fez questão de concentrar
tudo sob o mesmo leque para proporcionar a melhor formação possível para
o piloto. Isso sem falar que o mercado norte-americano do automobilismo
é muito vasto e profissional e, para quem quer realmente ser
profissional no esporte, estar dentro deste mercado é muito importante.
Nossa ideia é mostrar isso aos brasileiros, que têm uma visão muito
engessada e calcada para o automobilismo europeu, sendo que, no fim das
contas, a formação é a mesma e o custo será bem abaixo", afirma Fernando
Coser, agente da RTI no Brasil.
==> Foto: Divulgação
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