Governo adota livro de alfabetização de adultos por meio de textos de uso social

O Brasil busca erradicar o analfabetismo de adultos há anos, conquistando importantes números – a taxa caiu de 17,2 % em 1992 para 8,5% neste ano, de acordo com os números do IBGE. Contudo, segundo relatório divulgado em janeiro deste ano pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o país aparece em oitavo lugar entre os com maior número de analfabetos adultos, totalizando 8,7% da população com mais de 15 anos em 2012. No total, o estudo avaliou a situação de 150 países.

Pensando em contribuir para a mudança desse quadro, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão responsável pela execução de políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC), escolheu o livro Alfabetização de Adulto: Leitura e Produção de Textos, de autoria da pedagoga e diretora pedagógica da Escola Santi, Marta Durante, publicado pela editora Artmed, para distribuir em escolas públicas do país que têm Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ao todo, foram adquiridos 43.797 exemplares.

A obra é resultado da sua dissertação de mestrado em Educação. Por meio da articulação de várias teorias, mostra que o desenvolvimento cognitivo tem continuidade na fase adulta. Com isso, a prática docente com adultos não alfabetizados ou pouco escolarizados deve estar centrada na organização curricular que considera o texto de uso social como principal recurso para a alfabetização e não mais ser por letras, sílabas ou palavras soltas. Dessa forma, aponta a viabilidade de uma prática de educação de jovens e adultos que considera o texto como unidade básica do processo de ensino e aprendizagem das práticas de leitura e escrita.

O livro está organizado em dois capítulos. O primeiro discute o desenvolvimento e a aprendizagem de jovens e adultos, os efeitos da escolarização no processo de desenvolvimento e a concepção sobre o processo de ensino e aprendizagem da língua escrita. O segundo capítulo apresenta o resultado de uma experiência em alfabetização de jovens e adultos a partir da caracterização do grupo de alunos, da prática realizada, da organização curricular e da análise da relação entre educadora e educandos.

Para a diretora pedagógica da Escola Santi, foi muito gratificante seu livro ter sido escolhido “porque indica a relevância que se está dando para a EJA e para os educadores desse segmento”, analisa. “Dá acesso a novos caminhos e modelos didáticos para a alfabetização de jovens e adultos”, complementa.

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