Marcus Vinícius D’Almeida começou o último sábado (7.2) com uma notícia
extraordinária: aos 17 anos, completados em 30 de janeiro, foi apontado o
segundo melhor arqueiro do mundo da temporada 2014, pela a Federação
Internacional do Tiro com Arco, além de atleta-revelação da temporada.
“Foi até difícil imaginar como cheguei a isso...”, disse o atleta.
“Acordei para um dia muito importante, porque na sequência quebrei o
recorde brasileiro juvenil indoor e ainda era aniversário do meu pai
[Marcão]”, disse.
Além do reconhecimento internacional do jovem arqueiro, o técnico
Evandro França foi apontado como o segundo melhor do mundo, atrás apenas
de Lee Mi-Joung, da Coreia do Sul, país que domina o esporte no mundo.
“Eu tinha gravado um vídeo com o Marquinhos para enviar a eles, porque
ele não iria para a cerimônia, e nem sabia que eu também estava
concorrendo. Soube no sábado de manhã, por um amigo, e fiquei muito
feliz, demais da conta! Principalmente pelo reconhecimento do nosso
trabalho”, comemorou.
Com 1,87 m e 83 kg, Marcus Vinícius recebeu 24% dos votos, contra 27% do
norte-americano Brady Ellison, 26 anos e atleta olímpico em Pequim 2008
e em Londres 2012 (onde foi prata por equipes no arco recurvo),
deixando o sul-coreano Lee Seung-yun para trás, com 21%.
Como revelação, foi a estrela da cerimônia com os melhores do ano, em
Las Vegas, nos Estados Unidos. O garoto brasileiro – que recebe o apoio
do Ministério do Esporte como atleta do programa Bolsa Pódio – teve 43%
dos votos contra 20% do francês Pierre Plihon e 18% do chinês Li Jiaman.
Não à toa.
Ano histórico
A evolução de Marcus Vinícius vem de 2013, quando ainda não tinha três
anos no esporte – com apoio e recursos do Ministério do Esporte, a
Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco) passou a enviar
representantes para etapas da Copa do Mundo. No Mundial de Antália,
Turquia, Sarah Nikitin conseguiu o melhor resultado do Brasil na
história – um oitavo lugar; Marcus foi 17º, com 15 anos.
Em 2014, já em março foram três outros ouros de Marcus Vinícius nos
Jogos Sul-Americanos, no Chile. A oportunidade, o Brasil somou cinco
medalhas com a prata de Ane Marcelle dos Santos, Mariana Gobbi e Sarah
Nikitin por equipes femininas e o bronze de Sarah no individual. Nas
etapas da Copa do Mundo, Marcus Vinícius foi nono em Xangai, China, em
maio, e quinto em Medellín, Colômbia e, com Sarah, conquistou a primeira
medalha do esporte para o Brasil – prata nas duplas mistas; foi sétimo
em junho, em Antália, na Turquia, etapa que é considerada o Mundial do
esporte pela tradição, e se classificou para a final em setembro, em
Lausanne, Suíça, apenas com os oito melhores do mundo.
Em julho de 2014, Marcus conquistou a medalha de prata nos Jogos
Olímpicos de Nanquim, na China foi prata. Em agosto, na etapa da Copa do
Mundo de Wroclaw, Polônia, alcançou o quarto lugar e, em setembro, na
final de Lausanne, foi vice-campeão, diante de Brady Ellison, no
desempate (onde os dois conseguiram nove, mas com vitória do
norte-americano por centímetros).
Um ano importante à frente
Para o garoto brasileiro, as nomeações dão ainda mais motivos para
treinar forte e competir. “Nunca pensei na vida que seria assim. E
chegar a segundo do mundo. É difícil de pensar, porque não é qualquer
pessoa, né? Estar entre os melhores.... é difícil imaginar”, frisou.
A seleção brasileira treina em Maricá, no Rio de Janeiro, enquanto
aguarda mudança para o Campo dos Afonsos da Aeronáutica, também no Rio
de Janeiro. “Temos os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, e uma
semana depois o Mundial em Copenhague, na Dinamarca”, explica Marcus
Vinícius.
Antes, ainda haverá as etapas da Copa do Mundo de Xangai (5 a 10 de
maio), Antália (26 a 31 de maio). As outras etapas são Wroclaw (11 a 16
de agosto), Medellín (8 a 13 de setembro) e final na Cidade do México
(17 e 18 de outubro). Em 2015 também haverá o Aquece Rio, evento
internacional marcado para o período entre 15 e 22 de setembro.
O mais importante são as seletivas para a seleção brasileira, em 6 e 7
de março, em Maricá, diz Marcus Vinícius, porque delas dependem a
formação das equipes e o planejamento do ano, com indicação de quem
viaja para a primeira e segunda etapas da Copa do Mundo, ao Pan e ao
Mundial. “Não estou dentro de nada, ainda. Por isso as seletivas são
importantes”, observa. “Quero muito ir ao Pan. Gosto porque passa na
tevê, todo mundo assiste. É um sonho.”
De destaque em seu crescimento como atleta entre 2014 e 2015, Marcus
ressalta a preparação física e, depois do treinamento no Coreia do Sul
no fim do ano passado, o trabalho com o próprio corpo, nos movimentos do
tiro com arco, mais do que peso e barras na academia. “Gostei dessa
forma, fico mais focado nos exercícios, mais concentrado. Se bem que na
hora da competição, mesmo, 90% é cabeça. Por isso, os coreanos também
ensinaram vários exercícios de concentração. Eu faço, sim, quando
preciso”, revela.
Denise Mirás
Ascom – Ministério do Esporte
Ascom – Ministério do Esporte
==> Foto: Divulgação
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