BRASÍLIA (26/1/2015) — O tatu-bola Juca será a mais
nova atração da Fundação Jardim Zoológico de Brasília. No final desta
segunda-feira, o animal desembarcou na capital e seguiu direto para o
parque. O exemplar é o primeiro do mundo em cativeiro oficial. A vinda
dessa espécie é um marco histórico para a preservação de animais da
fauna brasileira ameaçados de extinção.
A iniciativa faz parte o
programa de conservação realizado pela Associação Caatinga em parceria
com o Grupo de Especialistas em Tatus, Tamanduás e Preguiças da União
Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e a The Nature
Conservancy. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), nos últimos 10 anos, cerca de 30% da população
remanescente desapareceu. Em 2014, a classificação do tatu-bola na
tabela internacional de animais em risco de extinção mudou de vulnerável
para a categoria em perigo, nível mais próximo da extinção.
O tatu-bola (Tolypeutes tricinctus)
é uma espécie endêmica do Brasil, só ocorre na Caatinga e no Cerrado.
"É um animal vulnerável pela perda do habitat e também pela caça. Nosso
objetivo é começar um trabalho em cativeiro para no futuro reintroduzir
na natureza", explicou a médica veterinária e coordenadora da pesquisa,
Flávia Miranda. Há sete meses, o animal, que se encontra hoje em
Brasília foi apreendido em uma cidade do interior do Ceará. Antes de vir
para a capital federal, ficou sob a tutela da Associação Caatinga, na
Reserva Natural Serra das Almas (CE).
Referência
O zoológico da capital foi escolhido para conduzir o programa de
reprodução por ter ampla experiência com o manejo de animais silvestres.
Além disso, o corpo técnico é qualificado para tratar as espécies
ameaçadas de extinção. "Ambientamos com areia, que é típico da Caatinga,
e plantas do seu habitat natural para que ele se sinta mais à vontade.
Queremos estudá-lo para termos informações que nos auxiliem na
preservação da vida livre", explica o responsável pela diretoria de
mamíferos do zoológico, Filipe Reis.
A nova casa tem 40 m². Sob a
grama, foi construída uma piscina de concreto de um metro e meio de
altura para evitar que o animal cave e fuja. Juca tem, aproximadamente,
dois anos, pesa pouco mais de um quilo e alimenta-se de frutas e
carne. Ainda não há data para visitação do espaço, porque o novo morador
está sob quarentena para adaptação.
A espécie é protegida por
lei, portanto é crime caçar e mantê-la em cativeiro doméstico. O Projeto
Tatu-bola foi iniciado em 2013 pela Associação Caatinga, que fez a
indicação do animal para ser mascote da Copa do Mundo de Futebol de 2014
e, no mesmo ano, lançou a campanha Eu Protejo o Tatu-bola.
Paula Bittar, da Agência Brasília
==> Foto: Tony Winston
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