Exposição Melhor de 3

Num conjunto de mostras que sempre envolveu três artistas, em sua primeira edição realizada em 1998, na Galeria Parangolé do Espaço Cultural da 508 Sul, o bem humorado título “A MELHOR DE TRÊS - HOMENAGEM A TROIS” reuniu obras de Tomie Otake, Rubem Valentim e Athos Bulcão. Nos anos 2000 e 2001, na Galeria da Casa da Cultura da América Latina (CAL-UnB), realizaram-se duas edições da mostra, de mesma identidade conceitual, que envolveu sempre três distintos participantes: as “MELHORES DE TRÊS – TECNOTRECOS”, com Milton Marques, Miguel Ferreira e Mariana Manhães e “ TRANTEATRALIDADE”, com Gê Orthof e os Irmãos Fernando e Adriano Guimarães.

Nesta exposição de 2014 “A MELHOR DE TRÊS”, no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, Carlos Borges, Gisel Azevedo e Waleska Reuter são os protagonistas do mesmo programa que, independentemente, dos espaços em que se exibiu não teve seu prazo de validade vencido, apesar de mais de uma década e meia de seu lançamento.

Sob um conceito de aproximação dos três e do que pode se diversificar em suas produções sobre o termo híbrido, esses artistas apresentam um conjunto inusitado de esculturas, instalações, vídeo instalações e objetos, que se integram para significar a hibridez da projeto. Sob signos da pós modernidade que, aparentemente banais, referem-se a uma permanente cultura Pop na atualidade, como no caso dos objetos ícones de Gisel Azevedo, ou na sugestão subjetiva de um suposto guardião medieval, armado de um simbólico artefato de luta, na instalação de Carlos Borges, ou nas esculturas de gênero de Waleska Reuter, que transitam, entre o trágico e o cômico, numa ampla e aguda visão crítica  do diversificado panorama sexual do humano.

Com temáticas de abordagens diferentes, o trio dessa última MELHOR DE TRÊS, os atores configuram-se e até  podem aproximar-se esteticamente, mas somente na aparência,em suas camadas mais superficiais, pois na profundidade dos conteúdos simbólicos, Borges, Gisel e Waleska, nos dão a perceber nessa inusitada triangulação, direções diferenciadas, que apontam para  três campos de reflexão distintos. Muito pela hibridez contida em suas proposições, enfim,  podem se misturar para lançar um triplo olhar sobre a arte contemporânea atual e a sociedade em que vivemos.

Wagner Barja  artista plástico, curador e diretor do Museu Nacional

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