O festival internacional São
Batuque 2014 traz o ritmo dos
tambores ao Distrito Federal. Entre os dias 14 e 19 de outubro, o projeto ocupa
diversos espaços e regiões administrativas da cidade. Com oficinas que celebram
e apresentam a técnica dos tambores, confirmadas em quatro terreiros de cultura
popular e cultura afro do DF, além de dois dias de shows com entrada franca na
Praça dos Orixás, na Orla do Lago Paranoá, a programação se dedica à
complexidade percussiva da tradição cultural de tambores no país. O São Batuque
celebra a percussão no Brasil e no mundo, promovendo o intercâmbio entre grupos
musicais que carregam o batuque em sua essência.
O festival São Batuque nasceu em 2007, em Brasília. Em 2014, durante
seis dias, o projeto possibilita ao público e aos artistas convidados um
mergulho nos diversos ritmos que compõem e que influenciam a música e a
história brasileiras, destacando a singularidade e a pluralidade de nosso povo por
meio dos instrumentos percussivos.
A proposta curatorial do São
Batuque 2014 foi ao encontro de artistas e mestres de manifestações
culturais exemplares da cultura brasileira com foco nas culturas de terreiro: o
samba de terreiro - pisado e de roda, o coco de xambá e o afoxé, sempre com
extremo respeito aos ilús, atabaques, alfaias e tambores. Vindos de além-mar
esses instrumentos são utilizados de formas diversas, seja no culto a
divindades, em forma de agradecimento ou por pura fruição, tendo os
percussionistas que os manuseiam, técnicas apuradas e invejáveis de
interpretação.
O São Batuque 2014 fomenta o encontro entre grupos com afinidades e
diferenças complementares, com o objetivo de provocar a troca plural e
profícua. Um espaço para se dançar e
cantar ao ritmo dos sons que exprimem genuinamente a identidade do povo
brasileiro. São apresentações e oficinas peculiares, uma vez que compartilham
tradições, cultura musical e história ancestral. Essas oficinas são levadas a
centros de tradição da cultura popular e de terreiros, locais onde os tambores
são frequentemente usados como instrumento de perpetuação da tradição. Os
locais selecionados para a edição 2014 foram: Sede do grupo Seu Estrelo e o Fuá
do Terreiro (Asa Sul), Sede dos Filhos de Dona Maria – Balaio Café (Asa Norte),
Ilê Axé Oyá Bagan (Núcleo Rural do Córrego do Tamanduá) e Templo Espiritual
Rosa Branca (Samambaia).
Na programação musical, o projeto volta à Praça dos Orixás, local movimentado
por festas de batuques religiosos ligados ao candomblé e a umbanda, que vive em
constante ameaça pela intolerância religiosa. Hoje, a Praça dos Orixás ou Praça
da Macumba é um dos pontos culturais da cidade, onde acontecem vários festejos
no decorrer do ano. Este ano passam pelo palco os grupos N'Zambi e N'Zinga de
capoeira angola, além de Filhos de Dona Maria, Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro e
o grupo Ilê Axé Oyá Bagan, representando o batuque no Distrito Federal. De
Pernambuco desembarcam a cantora Karynna Spinelli, o Côco de Xambá Bongar, o
espetáculo Canto Negro e o Afoxé Alafin Oyó, além de apresentação da cantora e
percussionista guineense Fanta Konaté.
Desde 2007 passaram pelo São Batuque grupos nacionais e internacionais,
como o Samba de Coco Raízes de Arco Verde (PE), Petit Mamady Keita e Fanta
Konatê (Guiné – África), Dinda Salustiano (PE), Afoxé Alafin Oyó (PE), Filhos
de Gandhi (BA), Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF), Moçambique de Santa
Efigênia (MG), entre outros. No decorrer dos anos, o evento conquistou um
público fiel e conta com um público de aproximadamente quatro mil pessoas por
edição.
O Festival São Batuque conta com o patrocínio da Secretária de Cultura
do Distrito Federal e da Petrobras.
Oficinas
O São Batuque 2014 traz oficinas de percussão dedicadas aos terreiros do Brasil e da Guiné. Quatro terreiros da cultura afro e popular do DF receberão artistas de dança e percussão tradicionais de diversas tradições afro-brasileiras para uma vivência carregada de histórias que muito dizem sobre o nosso povo. Para representar a Guiné, Fanta Konaté traz sua oficina de dança Malinké para o Ilê Axé Oyá Bagan, tradicional terreiro de Candomblé em Brasília. Além deste encontro, Nego Henrique, ex-percussionista do Cordel do Fogo Encantado, Fabiano Santos, batuqueiro do Afoxé Alafin Oyó e o grupo Bongar, da Nação Xambá, circularão pelos outros espaços de manifestações populares, deixando um pouco de sua experiência no batuque nesses espaços de preservação da cultura afro-brasileira. As oficinas têm como objetivo elucidar a complexidade técnica do toque de tambores nos espaços da cultura afro e da cultura popular brasileiras, trazendo grandes mestres a Brasília, para o compartilhamento da estética dos terreiros musicais.
O São Batuque 2014 traz oficinas de percussão dedicadas aos terreiros do Brasil e da Guiné. Quatro terreiros da cultura afro e popular do DF receberão artistas de dança e percussão tradicionais de diversas tradições afro-brasileiras para uma vivência carregada de histórias que muito dizem sobre o nosso povo. Para representar a Guiné, Fanta Konaté traz sua oficina de dança Malinké para o Ilê Axé Oyá Bagan, tradicional terreiro de Candomblé em Brasília. Além deste encontro, Nego Henrique, ex-percussionista do Cordel do Fogo Encantado, Fabiano Santos, batuqueiro do Afoxé Alafin Oyó e o grupo Bongar, da Nação Xambá, circularão pelos outros espaços de manifestações populares, deixando um pouco de sua experiência no batuque nesses espaços de preservação da cultura afro-brasileira. As oficinas têm como objetivo elucidar a complexidade técnica do toque de tambores nos espaços da cultura afro e da cultura popular brasileiras, trazendo grandes mestres a Brasília, para o compartilhamento da estética dos terreiros musicais.
Tire o seu tambor de casa e venha tocar conosco nas oficinas do São
Batuque.
Serviço
Festival São
Batuque
14 a 19 de outubro de 2014
Classificação indicativa: Livre
Entrada Franca
PROGRAMAÇÃO
14 a 19 de outubro
Dias 14 e 15 de outubro
Oficina de
Percussão com Alafin Oyó
Local: Sede do grupo Seu Estrelo e o Fuá do
Terreiro
9h às 12h
Dias 16 e 17 de outubro
Oficina de Coco
Xambá Bongar
Local: Sede dos Filhos de Dona Maria – Balaio
Café
16h às 19h
Oficina de
Percussão com Nego Henrique
Local: Templo Espiritual Rosa Branca (Umbanda)
19h às 22h
Dia 17 de outubro
Oficina de
Percussão Malinké com Luís Kinugawa(Guiné)
Local:
Ilê Axé Oyá Bagan
18h às
22h
Dia 18 de outubro – Sábado
Local: Praça dos Orixás
15h.
Roda de Capoeira Angola (Grupos Nzambi e Nzinga)
16h.
Karynna Spinelli (PE)
17h.
Filhos de Dona Maria (DF)
18h.
Côco de Xambá Bongar (PE)
19h.
Fanta Konaté (Guiné)
Dia 19 de outubro – Domingo
15h.
Encontro de Batuqueiros
16h. Ilê
Axé Oyá Bagan (DF)
17h.
Alafin Oyó (PE)
18h.
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF)
19h.
Canto Negro (PE)
PROGRAMAÇÃO
Fanta
Konaté (Guiné-Conacri)
Fanta Konatê é
cantora, compositora, percussionista e dançarina natural da Guiné-Conacri.
Filha do célebre percussionista Famoudou Konatê, Fanta vem de uma família
composta por grandes músicos e bailarinos que mantêm a tradição Malinkê e
inovam a cultura do tambor Djembê e suas danças. Em 1995, a artista gravou com
seu pai o CD “Rhytms and Songs from Guinea” e integrou, como cantora, bailarina
e coreógrafa, os melhores balés da Guiné, tais como o Soleil d´Afrique, Fareta
e o Hamana (balé de seus irmãos). Acostumada a ministrar oficinas de dança em
todo o mundo, é uma das principais responsáveis pela disseminação da cultura
guineense em todo o planeta, tanto em apresentações, quanto em workshops e ONGs
de ajuda humanitária. Em 2007, a artista lançou o disco “Djubafedea”, ao lado
de Petit Mamady Keita e da Troupe Djembedon. No festival São Batuque, Konaté
ministra oficina de Dança Afro dentro do Ilê Axé Oyá Bagan, além de show na
Praça dos Orixás.
Bongar (PE)
O grupo Bongar é composto por seis jovens que reúnem, no trabalho
musical, os festejos tradicionais do terreiro Xambá, local sagrado do culto aos
Orixás e Eguns, no Portão do Gelo, em Olinda (PE). Com 13 anos de estrada, os
integrantes do Bongar, todos parentes e familiares, transformaram o brinquedo
de seus ancestrais em um novo caminho para o reconhecimento das raízes negras e
indígenas dos povos de terreiro. Com forte representatividade, o
Grupo Bongar leva mundo afora a cultura do coco da Jurema, com uma
batida única de seu terreiro, identificada pelo rufar da alfaia de tronco de
macaibeira (palmeira bocaiúva), e ritmos do candomblé. O grupo reúne arte,
espiritualidade e ritmo forte. No festival São Batuque, o grupo apresenta
oficina de Coco Xambá no Balaio Café, além de show na Praça dos Orixás.
Nego Henrique (PE)
Nego Henrique consegue mesclar a ampla experiência de dois mundos
distintos em sua arte: o entrosamento com o mercado fonográfico e os chãos dos
terreiros do candomblé. Ogã (responsável pelos atabaques nos rituais de
candomblé) e instrumentista, o compositor e percussionista Nego Henrique é
fundador do Cordel do Fogo Encantado e tem experiência em repassar as
diretrizes e a importância da utilização dos ritmos de terreiro dentro da
indústria musical, evidenciando as técnicas de execução de cada ritmo em suas
oficinas. Com seu trabalho, tanto nos palcos quanto nos terreiros, contribui
para a disseminação de ritmos pernambucanos e de matriz africana nacional e
internacionalmente. O músico tem no currículo apresentações frequentes ao lado
dos seguintes artistas e bandas: Naná Vasconcelos, Alessandra Leão, Isaar,
Cordel do Fogo Encantado, Karynna Spinelli, Mestre Ambrósio, Nação Zumbi, entre
outros. Durante o festival, o artista ministrará oficina de percussão sitiada
no Templo Espiritual Rosa Branca.
Afoxé Alafin Oyó
(PE)
Considerado um dos mais estáveis grupos de afoxé pernambucanos, o Afoxé
Alafin Oyó nasce em 02 de março de 1986, estabelecendo forte ligação com o
Movimento Negro Unificado (MNU). Fortes mantenedores da cultura negra e
religiosa pernambucanas, o grupo é considerado um dos mais proeminentes no
trabalho de divulgação da cultura do estado Brasil afora. Reconhecido como
ponto de cultura pelo MinC desde 2004, o grupo tem nas letras de músicas, os
sentimentos, as lutas, a religiosidade e a
esperança do povo negro, embaladas pelo envolvente e dançante ritmo do Ijexá
(de matriz Ketu). A indumentária de apresentações faz referências às antigas
cortes africanas, expressas pelo Balé Alafin Oyó. Com ancestralidade marcada
pelas antigas Nações Africanas de Pernambuco, o Alafin é popularmente conhecido
como “O Afro das Olindas”, e associa-se a iniciativas de arte-educação:
oficinas, palestras, apostilas, etc. Em Brasília, o grupo ministrará oficina de
percussão na sede do grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, além de show na
Praça dos Orixás.
Grupo N’Zambi (DF)
O grupo N’Zambi de
Capoeira Angola descende de uma longa linhagem de exímios capoeiristas, como
Mestre Aberrê, Mestre Canjiquinha, Mestre Sapo e Mestre Pato. Suas
apresentações se destinam à preservação da memória e da ancestralidade dos
velhos mestres pelo Distrito Federal. A fundação do grupo se deu em 1995, em
Porto Alegre, por Mestra Elma. Em 2003, o conjunto se estabeleceu no Distrito
Federal, tornando-se um dos primeiros grupos de capoeira angola da região, além
de ser um dos primeiros liderados por uma mulher no país. Os integrantes gerem o
Espaço Cultural N’Zambi, na 403 norte, desde 2006, na divulgação e
desenvolvimento da capoeira angola no Distrito Federal. Na programação do São
Batuque, o grupo apresenta roda de capoeira ao lado do grupo N’Zinga, na Praça
dos Orixás.
Grupo Nzinga (DF)
O Grupo Nzinga de capoeira angola
nasceu em 1995, fundado por Mestra Janja em São Paulo. Somaram-se a ela, Mestra
Paulinha e Mestre Poloca, todos vindos de longa trajetória dentro do Grupo de
Capoeira Angola Pelourinho - GCAP, em Salvador. Atualmente, o Grupo Nzinga
possui núcleos em Salvador, São Paulo, Brasília, Cidade do México, Maputo
(Moçambique) e Marburg (Alemanha). O grupo volta-se para a preservação dos
valores e fundamentos da Capoeira Angola, segundo a linhagem do seu maior
expoente: Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha, 1889-1981). Em 1999,
o grupo fundou a Orquestra Nzinga de Berimbaus, que tem por objetivo cultivar e
divulgar o instrumento, sua origem africana, sua ligação com as manifestações
do povo negro no Brasil, e suas possibilidades de execução, a partir de toques
que se fizeram tradicionais principalmente por seu uso dentro do ritual da
capoeira e do samba de roda. Na programação do São Batuque, o grupo apresenta
roda de capoeira ao lado do grupo N’Zambi, na Praça dos Orixás.
Karynna Spinelli (PE)
Conhecida como a voz do samba em Pernambuco, Karynna Spinelli tem grande
público no Distrito Federal. Os amantes da cultura pernambucana reconhecem de
longe o timbre da bela cantora e compositora. Fruto da noite e da boemia
pernambucanas, ela cresceu em meio a grandes violonistas como Canhoto da
Paraíba, Henrique Annes e Nuca. Sua carreira teve início em 2004, após contato
com a música de terreiro e de rodas no Morro da Conceição, com o Grupo Afro
Raízes de Quilombo. Karynna tem dedicado sua carreira ao samba de raiz e a
todos os ritmos que permeiam o gênero, em diversos grupos de samba de Recife e
Olinda. Ultimamente, seu trabalho tem flertado com tendências do samba afro e a
valorização dos batuques do candomblé. Um de seus mais aclamados projetos é o
show “Salve Clara Guerreira”, que homenageou Clara Nunes 25 anos após sua
morte, em 2008. Depois do disco “Morro de Samba” (2010), Karynna apresentará em
Brasília seu mais recente trabalho, “Negona”, lançado em no final de agosto em
Recife.
No disco, Karynna imerge em melodias e batuques da cultura popular
afro-indígena de Pernambuco, criando canções que endossam uma próspera fase da
artista. Com direção musical de Yuri Queiroga e Lucas dos Prazeres e
produção/concepção da própria artista, “Negona” tem 11 faixas, todas
interpretadas por músicos pernambucanos. Seis das composições do trabalho são
da própria Karynna. As outras são divididas entre o Maestro SPOK, Selma do
Samba, Leandro Fregonesi, Hamilton Fofão e Mestre Ferrugem. O show de Karynna
Spinelli acontece na Praça dos Orixás e reúne faixas do novo disco a canções do
Cordel do Fogo Encantado (com Nêgo Henrique e Rafa Almeida) e masterclasses do
samba.
Filhos de Dona Maria (DF)
Dos tambores e
temperos do terreiro de matriz africana vem a inspiração do grupo Filhos de
Dona Maria. No samba feito por eles, misturam-se a chula, o afoxé, o jongo e a
musicalidade da capoeira. Formada em 2001 por Amílcar Paré (violão e voz),
Artur Senna (percussão e voz), Khalil Santarém (cavaquinho e voz) e Vinícius
Oliveira (percussão e voz), a banda ganhou notoriedade em Brasília, com
apresentações semanais na casa Balaio Café. Atualmente, é um dos principais
grupos de reafirmação da identidade negra e suas tradições, conhecido pelo
fortalecimento da cultura afro-brasileira na capital federal. O repertório do
grupo reúne, além de músicas autorais, sambas tradicionais, canções que cultuam
os Orixás e a ancestralidade negra presente no Brasil. Entre suas composições
estão “Licuri e o dendê”, “Encantos na areia”, “Rainha do mar”, “Liberdade pra
igualdade” e “Samba pra Ogum”, consagrada canção, interpretada por outros
artistas de Brasília.
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF)
Com a proposta de
criar um identificador cultural em Brasília, o Grupo Seu Estrelo e o Fuá do
Terreiro inventou seu próprio mito e leva em suas apresentações elementos do
cerrado para o imaginário popular. Criou também um som próprio, uma batida de
tambor peculiar batizada pelo grupo de Samba Pisado. Formado por
importantes tradições, principalmente os Maracatus e o Cavalo-Marinho, o Seu
Estrelo e o Fuá do Terreiro traz um novo teatro de rua, unindo o terreiro e o
picadeiro numa singular e moderna brincadeira – uma manifestação original de
grande importância para renovação da cultura popular brasileira. O Mito do
Calango Voador, alimentado através das músicas, danças e brincadeiras do grupo
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, povoa com novos seres o incrível imaginário
popular. Assim, leva para este mundo sobrenatural as modernas figuras ligadas
ao cerrado, terra de fundação do grupo. Com quase dez anos de criação, o grupo
foi premiado pelo Ministério da Cultura em 2007 como grupo de cultura popular
tradicional, reconhecimento conquistado pelo mérito dos trabalhos que
desenvolve em todo Distrito Federal. Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro tem
apresentação marcada na Praça dos Orixás, pelo festival São Batuque.
Ilê Axé Oyá Bagan (DF)
O Ilê Axé Oyá Bagan é um dos mais representativos terreiros de matriz
africana em Brasília. Na Praça dos Orixás, o grupo promoverá um xirê. O Xirê é
uma festa pública de terreiro. Na ocasião, canta-se para todos os orixás,
homenageando-os e apresentando, pela dança e pelo canto, as diferenças e
preferências de cada um deles. A apresentação é comandada por Mãe Baiana,
acompanhada de membros de seu axé. Entidade preocupada com a preservação e
difusão da cultura afro-brasileira, o Ilê Axé Oyá Bagan atua em diversas
frentes pela defesa da cultura afro e combate ao racismo, além de protagonizar
projetos culturais que evidenciam a cultura de terreiros no DF e em todo o
Brasil.
Canto Negro (PE)
No encerramento de sua programação, o
festival São Batuque receberá o grupo Canto Negro, que apresenta espetáculo de encontro entre o sagrado
e o profano. Criado para enraizar a cultura negra
nas palmas e nos pés do público, Canto Negro reúne a saudação aos Orixás num
espetáculo para os olhares e sentimentos de quem transpira e busca os traços
culturais dos terreiros de candomblé do estado de Pernambuco. Com apresentações
em diversas ocasiões e eventos de consciência negra, o espetáculo tem direção
musical de Karynna Spinelli e Nego
Henrique e mostra a versatilidade sonora da maior cantora de Samba e
Cultura Popular de Pernambuco e sua imersão religiosa, agregando os Batuques
Sagrados do Candomblé à MPB. Com uma hora de duração, a apresentação passeia
pelos cantos de cada Orixá de diversas Nações, além de homenagear um dos Afoxés
mais antigos e bravos do Estado: Alafin Oyó. O espetáculo foi estruturado para
pousar no popular tendo em vista sua peculiaridade e tradição nas honras feitas
ao resgate negro e às homenagens disseminadas a todos os caminhos que nos levam
à raiz do povo brasileiro e pernambucano. Canto Negro traz a louvação em yorubá
aos 13 orixás costurados com músicas Populares Brasileiras (“Meu Pai Oxalá”,
“Louvação a Oxum”, “A deusa dos Orixás”, dentre outras): Exú, Ogun, Odé/Oxossi,
Omulu/Obaluaê, Nanã, Ewá, Obá, Ossaim, Oxum, Yemanjá, Xangô, Oyá, Oxalá,
harmonizados por violão e bandoloncelo e o timbre de três Ogãs da nação Nagô,
além da beleza da dança representada pela bailarina de terreiro Elissandra
Santos de Oyá.
==> Foto: Divulgação
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