Economistas e sociólogos analisam fenômenos da vida contemporânea

Atualmente, duas abordagens se encontram em franca expansão: redes sociais e sociologia econômica. Ambas são utilizadas para compreender os inúmeros fenômenos contemporâneos que cercam áreas como Administração Pública e Privada, Economia, Antropologia, Ciência Política e Sociologia, desvendando questões-chave do mercado e das organizações econômicas. O livro Redes e Sociologia Econômica, coletânea de artigos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, organizado por Ana Cristina Braga Martes, reúne trabalhos clássicos de elaboração teórica sobre redes e sociologia econômica, bem como trabalhos recentes baseados em pesquisas empíricas produzidas no Brasil, para desvendar de que modo às instituições e estruturas sociais modelam os mercados e como a estrutura de relações, o contexto social e os processos históricos afetam a organização da produção, a troca e o consumo. A obra ganha agora nova impressão pela EdUFSCar.

Dividido em duas partes, o livro abre com Contribuições Teóricas, focando a discussão no conceito referencial básico, que se traduz por "imersão” das ações econômicas nas relações sociais. Desenvolve a elaboração do conceito de habilidade e de como os atores, algumas vezes, podem transformar as estruturas sociais, mas na maioria delas fracassam. Apresenta a Nova Sociologia Econômica destacando a contribuição francesa e suas diferenças em relação à norte-americana e analisa a influência que as redes sociais exercem em atores sociais. Outro tema posto em debate refere-se à necessidade de colocar os interesses e a forma como eles atuam nas relações sociais, como peças centrais da análise sociológica. Um estudo do empreendedorismo, examinando suas contribuições, finaliza a repartição, que conta com artigos de expoentes internacionais na área, como Mark Granovetter, Neil Fligstein, Benoît Lévesque, Mark Mizruchi, Richard Swedberg e Alberto Martinelli.

Na segunda parte, Contribuições das Pesquisas Empíricas no Brasil, os autores assinalam as contribuições dos estudos sobre empreendedorismo étnico para se compreender o processo de industrialização do Brasil e analisam também como os estudos econômicos ortodoxos não incorporam os processos de construção social e as habilidades sociais dos autores envolvidos nas atividades econômicas. Refletem a imersão social e as redes interorganizacionais, finalizando o livro com a retomada do nascimento da indústria de filmes no Brasil com o objetivo de aplicar a análise de rede para se compreender a dinâmica em campos organizacionais.

O livro busca contribuir para que os sociólogos voltem a se debruçar sobre os fenômenos centrais da vida econômica, tais como a construção social dos mercados, o impacto das normas e instituições sobre os agentes, as representações, crenças e valores que propiciam a cooperação ou a competição, a criação e o desenvolvimento de várias formas de capital. “Os sociológicos não devem restringir seus interesses aos aspectos irracionais da ação ou das organizações econômicas, mas repensar as noções de racionalidade, preferências, mercado e demais conceitos fundamentais da economia”, afirma a organizadora da coletânea.

Sobre a organizadora – Ana Cristina Braga Martes é professora da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas; doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Autora de Brasileiros nos Estados Unidos – um estudo sobre imigrantes em Massachusetts e Fronteiras cruzadas – entidade, redes e gênero. Entre suas áreas de interesse, destacam-se emigração brasileira, migrações internacionais, movimentos sociais, gestão pública e multiculturalismo. 

TítuloRedes e Sociologia Econômica 
Organizadora: Ana Cristina Braga Martes
Número de páginas: 336
Formato: 17 x 24 cm
Preço: R$ 59,00
ISBN: 978-85-7600-148-5

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