Obra se passa em seminário na década de 50. Dois jovens aspirantes a
padre se apaixonam e se entregam um ao outro de forma surpreendente. Autor
se inspirou em suas experiências de 21 anos em consultório.
Há mais de duas décadas, Marcos Lacerda é psicanalista em João Pessoa, na Paraíba. Durante todo esse tempo, acompanhou a vida de pessoas que foram marcadas pela religião. Padres, freiras e mesmo pessoas leigas o fizeram perceber que a dor na alma atinge igualmente a todos, sem distinção de etnia, credo e situação social. Ajudou seus pacientes a desvendarem mistérios que os envolviam, fazendo-os cada vez mais humanos, seguros e interessantes. Libélula, o mais novo romance de Marcos Lacerda, lançamento da Pontes Editores, vale-se dessa experiência profissional para, criando uma ficção, contar a história de dois jovens seminaristas tomados por um romance perturbador, para além do celibato com que pretendiam servir a Deus.
Entregue a uma confissão, José se desnuda, revela suas dores, angústias e medos por meio de um diário. A história se passa nos anos 50, época em que a Igreja Católica tinha regras muito mais rígidas que atualmente. “Àquela época, os religiosos não faziam análise com psicólogos, apenas se confessavam, o que dificultava pensar – que dizer, falar abertamente – sobre algumas coisas”, explica Lacerda.
Até que ponto esse amor pode ser vivido? Mas, também, poderia a Igreja contê-lo? Até onde uma pessoa refaz seus valores religiosos por amor? Estas são as grandes questões do livro, que, misturadas numa tensão permanente, não parecem prometer nenhum sossego.
José, descoberto por Filipe e apaixonado por ele, passa a conhecer-se mais e mais, num voo que o levará como uma libélula às voltas da lâmpada, ao encontro da paixão.
Como o inseto que vive se transformando, Libélula narra uma história com a qual qualquer um de nós se identifica, pois trata de sentimentos como o amor, o desamparo, a urgência em viver, a dor de separar-se da pessoa amada, a alegria de sair do casulo, o poder de saber quem se é e a quem sempre se esteve ligado. Na obra, o final pode ser apenas o começo de um novo ciclo, desconhecido e aberto a novos caminhos, como, aliás, abre-se o mundo para uma libélula, livre de seu casulo.
Para Lacerda, o amor, força mais importante na vida de um ser humano, é o que nos transforma e nos dá motivo para viver. É o que se evidencia num trecho do livro: “Sim, eu amei...e não há como nem por que negar, pois quem nega o amor, em qualquer de seus aspectos ou formas, vive na escuridão e no silêncio, perdidos servos da desesperança. Afinal , em meio a um mundo de ilusões, o paraíso pertence aos corações que aprendem a amar. (...) Eu sei que aos olhos da minha igreja, o que vivi é um pecado, ou mesmo algo anormal. Para mim, um amor sólido como uma montanha é vital como o próprio ar. Se o que digo lhe parece confuso, tudo ficará claro à medida que lhe der minha história a conhecer”.
Sobre o autor – Marcos Lacerda nasceu em João Pessoa, capital da Paraíba. Graduado em Psicologia, especialista em Teoria Psicanalítica e mestre em Psicologia Social, dedica-se, em sua clínica particular, a tentar entender o preconceito e a violência contra minorias, bem como a ajudar na reestruturação psicoafetiva dos que passaram por este tipo de experiência. Seu primeiro romance, Um Estranho em Mim, lhe valeu o prêmio "Novos Autores Paraibanos" e atualmente está publicado pelas Edições GLS do Grupo Summus Editorial.
Título: Libélula
Autor: Marcos Lacerda
Número de páginas: 252
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 39,90
ISBN: 978-85-7113-526-0
Autor: Marcos Lacerda
Número de páginas: 252
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 39,90
ISBN: 978-85-7113-526-0
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