Copa no Brasil tem 171 gols e iguala maior marca. Público é o segundo da história

A 20ª Copa do Mundo chegou ao fim, mas ficará na história do torneio por vários motivos. Além da festa registrada fora das arenas, dentro de campo alguns recordes foram batidos. A começar pelo que o torcedor mais gosta: gols. Ao todo, o Mundial no Brasil teve 171 bolas nas redes, número que iguala ao torneio de 1998 na França, que registrava sozinho a maior marca de tentos até então. A média ficou em 2,67 gols por partida, a décima segunda de todas as edições da competição.

A Alemanha que se sagrou tetracampeã em 2014 foi quem mais contribuiu para o Mundial alcançar o recorde de gols. A seleção teve o ataque mais positivo, com 18 tentos anotados. Em seguida ficaram os ataques da Holanda (15), Colômbia (12) e Brasil (11). Por outro lado, Camarões, Honduras e Irã só mandaram a bola para as redes uma vez.

A Seleção Brasileira também ajudou, mas não da forma como o torcedor gostaria. O time de Felipão sofreu 14 gols e teve a defesa mais vazada do torneio. Este também foi o pior desempenho defensivo da história da equipe canarinho em Copas. A Costa Rica foi o país que menos sofreu gols, apenas dois em cinco partidas.

Marcas individuais

O artilheiro do Mundial foi o colombiano James Rodríguez, com seis gols anotados, o que rendeu ao jogador de 23 anos o prêmio Chuteira de Ouro. Em seguida vieram os atacantes da Alemanha Thomas Müeller (5); da Argentina, Lionel Messi, do Brasil, Neymar, e da Holanda, Van Persie, todos com quatro gols.

O jogador da Alemanha Miroslav Klose vazou duas vezes as metas adversárias, o suficiente para que ele se tornasse o maior artilheiro da história da competição. Com 16 gols, ele superou a marca anterior de Ronaldo Fenômeno (15), justamente contra o Brasil, na vitória de 7 x 1 nas semifinais. O resultado também foi a maior goleada da atual edição do torneio.

Ao entrar em campo na final, o atacante se tornou o segundo atleta que mais disputou partidas em Mundiais, 24 jogos, atrás apenas do compatriota Lothar Matthäus, que tem 25 jogos no currículo.

Outra marca individual, que durava 24 anos, foi ultrapassada no Brasil. O goleiro colombiano Faryd Mondragón se tornou o jogador mais velho a disputar uma Copa, com 43 anos e três dias, ao entrar em campo na vitória de seu país por 4 x 1 sobre o Japão, em 24 de junho. Ele superou o camaronês Roger Milla.

Campeões

Após a campanha vitoriosa, a Alemanha superou o Brasil no número de gols e de presenças em finais de Copas. Os alemães chegaram à oitava decisão, tendo vencido em quatro oportunidades (1954, 1974, 1990 e 2014) e ficado com o vice em outras quatro (1966, 1982, 1986 e 2002). Apesar de ter uma conquista a mais, cinco (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002), o Brasil chegou sete vezes à final, já que foi vice em duas ocasiões (1950 e 1998).

O ataque mais positivo da história das Copas pertencia ao Brasil até o confronto com a Alemanha pela semifinal, mas com o resultado no Mineirão e com o gol de Götze contra a Argentina na final, os alemães passaram à frente: 224 gols contra 221 dos brasileiros.

América do Sul x Europa

Os dois continentes com países que já tiveram a honra de levantar a Copa do Mundo ficaram frente a frente pela décima vez na disputa pelo título. Com a vitória de 1 x 0 da Alemanha sobre a Argentina, os europeus diminuíram a vantagem dos sul-americanos no confronto direto e pela primeira vez levantaram a taça do outro lado do Atlântico.
 
Agora são sete triunfos da América do Sul (1958, 1962, 1970, 1978, 1986, 1994 e 2002) contra três da Europa (1990, 1998 e 2014) nas vezes em que seleções dos dois continentes se enfrentaram em decisões.
 
Se no confronto direto os europeus levam desvantagem, no total de títulos ampliaram a vantagem sobre os sul-americanos. São 11 taças levantadas por países da Europa em Copas (Itália – 1934, 1938, 1982, 2006, Alemanha – 1954, 1974, 1990 e 2014, Inglaterra – 1966, França – 1998 e Espanha – 2010), enquanto a América do Sul permanece com nove conquistas (Brasil – 1958, 1962, 1970, 1994, 2002 –, Argentina – 1974, 1986 – e Uruguai – 1930, 1950).

Arenas

Ao receber a final da Copa do Mundo de 2014, o Maracanã, no Rio de Janeiro, se tornou o segundo estádio a ter duas decisões de Mundiais – a primeira foi em 1950. O outro palco com tal privilégio é o estádio Azteca, no México, que sediou os duelos finais em 1970 e em 1986. O “templo do futebol”, arena com maior capacidade dentre as 12 do Mundial, foi o recordista em média de público, com 74.164 pessoas por partida.

Em termos de média de gols, quem ficou na frente foi o Beira-Rio, em Porto Alegre, com 4,4 tentos por jogo. O local recebeu cinco duelos da Copa do Mundo. Mas, quem mais comemorou foi a torcida presente nos confrontos na Fonte Nova, em Salvador. Nas seis partidas disputadas na capital baiana foram anotados 24 gols.

Público

O Mundial no Brasil registrou a segunda melhor média de público da história do torneio, com 53.592 torcedores por jogo. O total de espectadores nos estádios foi de 3.429.873, sendo 1.432.463 estrangeiros. As arenas tiveram taxa de ocupação acima de 98%. Parte dos torcedores foi formada por indígenas e beneficiários de programas sociais, que ganharam 50 mil ingressos para irem aos jogos.

A quantidade de espectadores nas arquibancadas também é a segunda maior da história. Assim como na média, a Copa do Mundo de 2014 perde somente para a edição de 1994, nos Estados Unidos

Além das arenas, as Fan Fests montadas nas 12 cidades-sede receberam 5,1 milhões de pessoas, que puderam acompanhar ao vivo a transmissão dos jogos e desfrutaram de shows e apresentações artísticas em alguns dos pontos mais simbólicos das capitais.

No entanto, a Copa do Mundo não se restringiu às capitais que receberam as partidas do torneio. A escolha de 27 seleções por Centros de Treinamentos fora das 12 sedes do Mundial espalhou a festa e os benefícios do megaevento pelo país.

Voluntários

O Brasil recebeu 1.015.035 de turistas estrangeiros e outros 3.056.397 residentes viajaram durante a Copa do Mundo pelo país. Eles tiveram o auxílio de 14 mil voluntários arregimentados pela FIFA e de outros 8.133 selecionados pelo Ministério do Esporte, que atuaram no entorno dos estádios, aeroportos e outros pontos estratégicos.

Tecnologia

As inovações também invadiram os gramados. Desde o pontapé inicial na abertura do torneio, dado por um paraplégico usando um exoesqueleto comandado pelo cérebro, passando pela TLG (Tecnologia da Linha do Gol), o uso do spray, até o serviço de audiodescrição, disponibilizado em quatro arenas, que permitiram uma nova forma dos deficientes visuais desfrutarem os jogos.

Audiência

A partida final da Copa do Mundo teve a maior audiência televisiva já registrada na Alemanha, batendo o recorde anterior, estabelecido na semifinal do torneio. Ao todo, 34,7 milhões de pessoas viram a equipe ser campeã pela ARD.

Nos principais mercados europeus, como França, Alemanha, Holanda, Espanha e Reino Unido, o número médio de pessoas assistindo à decisão cresceu 8,4% em comparação com os números de 2010. A FIFA estima que mais de um bilhão de pessoas tenham assistido ao menos parte da cobertura da partida que decidiu o título, incluindo aqueles que viram o jogo fora de casa. O balanço final da audiência global ainda serão consolidados pela entidade.

Gabriel Fialho / Portal da Copa

==> Foto: Getty Images

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