Consagrados escritores brasileiros desnudam o ofício da palavra

Os escritores criam um mundo à parte em seus livros; mexem com o imaginário dos leitores; emocionam; instigam a pensar. Mas o que os movem a escrever? Para responder a esta pergunta e tantas outras que gravitam em torno do ato de criação literária, nasceu o projeto Ofício da Palavra, em Belo Horizonte, uma iniciativa do Instituto Cultural Flávio Gutierrez-ICFG. Todos os meses, no Museu de Artes e Ofícios, o projeto promove um encontro aberto e gratuito do autor com o seu público. Agora, alguns dos melhores encontros realizados desde o seu início, em novembro de 2006, estão reunidos no livro Ofício da palavra, organizado pelo jornalista José Eduardo Gonçalves, lançamento da Autêntica Editora, em parceria com o ICFG. O livro tem patrocínio da Oi e apoio do Oi Futuro, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.

A obra traz 11 autores que palestraram durante o projeto, escolhidos após uma seleção a partir de critérios como a qualidade do depoimento, a diversidade de pensamento, as representações geracionais, a variedade de gêneros. Assim, os selecionados refletem o que há de melhor na literatura contemporânea em língua portuguesa, representativos de gerações e estilos diferentes. Neste livro estão contistas, romancistas, poetas e ensaístas: Luiz Ruffato, Milton Hatoum, Ferreira Gullar, Cristovão Tezza, Bernardo Carvalho, Silviano Santiago, Ignácio de Loyola Brandão, Daniel Galera, Maria Esther Maciel, Carola Saavedra e Gonçalo M. Tavares promovem um diálogo de reflexão e de crítica, desnudando idéias e opiniões sobre o processo de criação literária.

Os depoimentos foram editados especialmente para esta publicação, em ordem cronológica de apresentação, sendo uma imersão profunda no universo dos que vivem do ofício da escrita. Dos métodos de trabalho ao reconhecimento de influências, dos detalhes que envolvem a tessitura de um livro à relação com a crítica e os leitores. Em seu conjunto, trata-se de um retrato raro e emocionante da literatura produzida hoje em nossa língua, na voz direta de seus protagonistas.

“Há o autor que vê o escritor como um ser solitário, recolhido em seu silêncio cheio de vozes, imerso em suas fantasias”, explica José Eduardo Gonçalves. “Outro, por sua vez, acredita que o escritor nunca está sozinho, tantos são os personagens que o habitam durante o processo de gestação de uma obra”, completa.

Para Gonçalves, esta obra é um convite à leitura de tantos outros livros, de muitos e inimagináveis outros livros. “É um brado a favor da importância da palavra nos dias inquietos de então. Afinal, não há salvação na literatura, mas sem ela é muito mais difícil viver.”

Sobre o organizador – José Eduardo Gonçalves jornalista, editor e escritor, atuou em comunicação corporativa, rádio e TV, e foi editor-geral da revista de cultura Palavra. Tem dois livros publicados: Cartas do Paraíso (contos, Mazza, 1998) e Vertigem (romance, Record, 2003). Publicou contos na Bravo! e no Suplemento Literário de Minas Gerais. Desenvolve projetos editoriais, como a coleção BH. A Cidade de Cada Um, com 25 títulos já publicados. É curador do projeto literário Ofício da Palavra e doFELIT – Festival de Literatura de São João del-Rei.

TítuloOfício da palavra 
Organizador: José Eduardo Gonçalves
Número de páginas: 192
Formato: 15,5 x 22,5 cm
Preço: R$ 29,90
ISBN: 978-85-8217-455-5

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