Utilizando vidro, resina e metais (cobre, latão, alumínio
e prata), como matéria prima para a produção de suas obras, a artista plástica
Claudia Bertolin vem aprimorando sua técnica em fusão de vidro desde 1996,
tendo como motivação estimular a sensibilidade e a delicadeza em peças que
captam o olhar. “Minha criação parte do sentir. Em meu trabalho, tenho a
intensão de comunicar sensações de transformação e de reciclagem interna, mesmo
que, muitas vezes, isto não fique claro para quem está observando meus
quadros”, comenta a artista.
Cada obra é única, e tem como ponto de partida a redação
de pequenos textos sobre o cotidiano, o dia-a-dia, partindo então para desenhos
e a coleta de materiais, vidros e metais. Claudia produz sem pressa e sem o
compromisso ou a obrigação de cumprir prazos: “não busco quantidade, quantidade
gera repetição”, diz a artista. É como se as peças exigissem seu tempo de
gestação, seus trabalhos podem demorar de uma semana a um ano, até que fiquem
prontos. “Alguns eu tenho que ficar namorando mais tempo”, sorri a artista.
No
jogo entre os materiais que utiliza, Claudia faz referência às diferenças e
semelhanças entre as pessoas. Encontra na transparência, no brilho, na
flexibilidade, na opacidade e na rigidez, diante do resfriamento, os elementos
para sensibilização, transmitindo a possibilidade de encontros imprevistos,
tanto através destas características como também nos reflexos e sombras. “Tento
imprimir identidade na produção e nos materiais que agrego, estruturando uma
linguagem que estimule o encontro, que pode, até mesmo, ser entre mim e o observador”,
reflete a artista.
“A
arte de Claudia Bertolin vem de uma técnica complexa dos vitrais das catedrais
medievais onde uma minúscula rede de especialistas sobrevive na republica
Checa, Alemanha e Itália. E mesmo assim ela consegue dar seu acento, seu toque
e chegar a alma e a magia desse material lindo e cheio de luz que são os vidros,
um caleidoscópio infinito”, avalia Bisser Nai, crítico de arte e curador da
exposição.
Cláudia Bertolin - Formada em
Educação Artística com Habilitação em Artes Plásticas pela Universidade de
Passo Fundo/RS, 1994, participou do Projeto Ante Crime, desenvolvido pela Centro
Cultural da América Latina – CAL/UnB, além de eventos como Primavera Visual,
exposição promovida pelo Espaço Cultural do Pátio Brasil Shopping. Em 1993, foi
premiada pelo projeto de cenografia do espetáculo “Aquele que diz sim, Aquele
que diz não”, do diretor Marco Aurélio Cigognini. Professora da Secretaria de
Educação do DF, arte-educadora na Escola dos Meninos e Meninas do Parque, em Brasília. Na universidade, foi orientanda de Rosa Coutinho no Projeto de
Bacharel em pesquisa de vidro. Ao chegar a Brasília, foi acolhida por Neusa de
Arcanchi em seu atelier, onde usufruiu do espaço e tutoria durante anos.
A Fusão do Vidro
é uma técnica antiga, com origens em torno de 2000 antes de Cristo e se mantem
em contínua evolução. Arte que consiste em soldar diferentes tipos de vidro, a
uma temperatura entre 800º e 900º C em forno cerâmico. Para a realização deste
trabalho, são necessários conhecimento e experiência da composição e da
compatibilidade dos materiais utilizados, para se alcançar os resultados
desejados.
Na época do Renascimento Europeu, a
tecnologia do vidro fundido teve um período favorável à sua divulgação, a
partir da industrialização da técnica. No período do Art Nouveau, artistas
trabalhavam o vidro soprado e utilizavam algumas técnicas da fusão para aplicar
desenhos nos seus trabalhos. Nos dias atuais, com as inovações tecnológicas e a
descoberta de novos materiais, esta técnica tem conquistado espaço nos setores
de arte e design, com a criação de peças exclusivas.
Ficha
técnica:
Curadoria: Bisser Nai
Realização: Rosana Loren Produções
Produção executiva: Raí Marques
Produções
Administração: Maria Aparecida
Vasconcelos
Projeto gráfico: Vitor Borysow
Serviço:
Brasília
Hotel
Metropolitan - SHN Qd. 2
Bl. H
Vernissage:
Dia 03/07, às 19h.
Temporada:
De 4 a 31 de julho.
Visitação:
De segunda a domingo, das 9h às 17h.
Ceilândia
Foyer do Teatro Newton Rossi
- SESC de Ceilândia - Setor N QNN 27 Lt B
Vernissage:
Dia 02/09, às 19h.
Temporada:
De 3 a 30 de setembro.
Visitação:
De segunda a domingo, das 9h às 17h.
Taguatinga
Galeria do
Centro Cultural SESI de Taguatinga - QNF 24 AE
Vernissage:
Dia 07/10, às 19h.
Temporada:
De 8 de outubro a 17 de dezembro.
Visitação:
De segunda a domingo, das 14h às 20h.
Entrada franca. Livre
para todas as idades.
Patrocínio:
FAC – Fundo de Apoio à Cultural da Secretaria de Estado de Cultura do GDF.
Apoio:
Faculdade de Artes Dulcina de Moraes; Sesi-DF; Sesc-DF; Sinpro-DF; e Senado
Federal.
==> Foto: Divulgação
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